Vidas Roubadas- completo até 30/07

Capítulo XI - Meu sonho e pesadelo se encontram

Olá!

Esta história está chegando ao seu desfecho. Será que Alexia vai conseguir escapar? Como será o desfile da Joana. Espero que vocês estejam curtindo esta história, pois foi muito legal escrevê-la.

Fiquem a vontade para comentar, pois quero saber a opinião de vocês. Se gostarem, votem no capítulo, pois é importante para o meu trabalho.

Uma boa leitura!

Beijos!!!

            O grande dia chegou. Não sei se devo me referir ao desfile desta maneira, pois sabia dos riscos que nós corríamos. Eu já estava consagrada no mundo da moda, tinha diversos clientes e o crescimento do meu ateliê era um sonho bem próximo.

Levantei sorrindo, olhei para a janela, contemplei a bela manhã de outono projetada por Deus especialmente para mim. As folhas amarelas das árvores e a brisa fresquinha brindavam-me. Meu sorriso despareceu quando a brisa se transformou em um vento forte e derrubou quase todas as folhas das árvores. Aquela manhã representava a minha vida atualmente, pois a alegria do desfile contrastava com o possível banho de sangue e a venda dos bebês.

Quando comecei a tomar café a campainha tocou. Franzi a testa, aproximei-me lentamente da porta e respirei aliviada ao ver Denise pelo olho mágico. Ao abrir a porta, nos abraçamos e sussurei:

- Maninha, estou apavorada com a possibilidade de Tucca por as mãos em Alexia novamente.

- A Alexia é uma jornalista esperta e experiente. Não acredito que ela vá se expor a algum risco desnecessário.

- Assim eu espero. – Respondi tristemente.

- Temos um desfile lindo pela frente, não fique assim – Disse enquanto segurava o meu queixo.

- Não consigo ficar tranquila com uma possível tragédia.

- Vai dar tudo certo e você vai se consagrar no exterior. Soube que estará na semana de moda de Paris. Isto é fantástico! – No mesmo instante, dei um sorriso amarelo e ela segurou as minhas mãos.

- Deste jeito não conseguirá ajudar a Alexia e muito menos a si própria. - Afirmou enquanto me enlaçava pela cintura.

- Vamos ao que interessa? Quero ir ao Galpão Cultural de Copacabana para ver como andam os preparativos. As modelos já estão fazendo as útimas provas. Mal posso esperar para ver tudo pronto.

- Eu também não. – Respondi com o mesmo sorriso tenso. Eu estava feliz, mas não completamente realizada.

O local fervia literalmente. A passarela já estava montada e a equipe de produção dava todas as coordenadas para os funcionários sobre lugares vips na plateia. Olhei a lista de convidados e reparei que as principais editoras de moda, colunistas sociais, artistas e empresários estavam presentes; todos que desdenharam de mim por eu ser uma ex-presidiária. Também não pude esquecer o momento em que fui apresentada a Alexia. Eu mal sabia o que me aguardaria dali para frente.

Saí de meus pensamentos quando uma jornalista de TV, que estava enrolada com o microfone e um pequeno papel na mão me perguntou:

- Qual a sua expectativa para o desfile?

- Ansiosa para mostrar o meu trabalho de meses. Essa coleção está maravilhosa, pois eu tive um cuidado especial com as saídas de praia, que podem ser utilizadas à noite, pois algumas têm paetês e brilhos. – Eu rezei para ela não fazer aquela pergunta cretina que todos os jornalistas faziam sobre meu passado.

Dei várias entrevistas depois, conferi os últimos detalhes e voltei para a casa para descansar e retornar à noite.

Encontrei aquele charmoso e suntuoso Galpão lotado quando voltei com a Denise. Minha irmã usou um vestido tubinho verde com renda francesa e eu optei por um longo justo com um decote em V nas costas; ambos era minhas criações. Fui recebida por uma montanha de jornalistas e fiquei surpreendida em como eu não ficava mais zonza na presença de câmeras e gravadores. Acho que a minha vida secreta de investigadora policial me desinibiu. Quando entrei no salão VIP, encontrei diversos estilistas renomados que me elogiaram e por alguns minutos esqueci os tensos acontecimentos que aquela noite guardava. Encontrei a colunista de moda da VIPS Brasil Licinha Duarte, tomamos um drink, sentamos no espaço externo, conversamos sobre amenidades e rimos bastante.

Olhei para a plateia que estava abaixo de nós logo na entrada do lugar eu fui levada à vida real. Fixei o olhar e vi uma mulher alta e loura que parecia familiar.

- Espere um pouco, pois eu preciso cumprimentar uma amiga distante. – Antes que ela pudesse responder, desci rapidamente a rampa e congelei por dentro. Alexia estava a minha frente com uma peruca loura acompanhada de Gustavo que usava boné e óculos escuros. Fitei-os por alguns instantes, engoli em seco e quase pedi para que eles fossem embora. A investigação que ficasse para a polícia, pois eu queria minha irmã longe dali. Quando cheguei, senti uma pontada na canela. Fiz uma careta, olhei para o meu pé e ao levantar percebi que havia batido em uma cadeira de rodas. Era Bárbara que estava na minha frente.

- O que você está faz aqui, sua louca? Não sabe que Tucca virá a esse desfile?- Perguntei aflita.

- Não vou deixá-las sozinhas neste momento. Eu sei que pouco posso fazer, pois ainda estou presa a esta cadeira, mas assim como Alexia, não aguentei ficar em casa. Agora me deixe ir a plateia, pois eu quero assistir ao desfile e ver uma quadrilha finalmente sendo desmontada.

- Eu estou tão tensa. Olho para aquelas cadeiras e imagino se Tucca está sentada em alguma delas preparado uma emboscada. Eu sei que ela virá e depois tentará embarcar as crianças. – Respondi angustiada.

- Joana, precisamos de você agora – Disse uma produtora enquanto me levava ao camarim, onde as modelos se arrumavam.

- Minha estrela! Eu sou Jorginho Marquesã, produtor de moda e seu maior fã.

- Obrigada. – Respondi sem graça ainda, pois não estava acostumada a tietagem das pessoas, até porque quase nunca recebia elogios da minha mãe.

-O que você quer comigo?

- Esse modelito verde. – Respondeu apontando para o vestido que se transformava em um macacão, pois tinha uma saia removível. - Como ele irá entrar? O modelo deverá retirar a saia?

- Obviamente, pois é justamente essa possibilidade de mudança que eu quero mostrar ao publico, pois ai... – Antes que eu pudesse falar, levei um empurrão e vi uma pessoa correndo. Na hora não dei importância, mas quando eu voltei a me dirigir ao rapaz, vi o pior de meus pesadelos a minha frente. Era Tucca entrevistando outra estilista enquanto me encarava. Eu tive que me segurar para não ficar zonza.

- Está sentido alguma coisa, minha flor? – Perguntou o rapaz preocupado com a minha súbita palidez.

- Não. Estou bem, mas eu preciso sair agora, desculpe.