Até o Fim // Carl Grimes #3 TWD

7 capitulo: doloroso reencontro

-estou com medo - cochicho no ouvido de Carl.
-vai acabar logo - Kyle responde.
-Melanie, se lembra de nosso primeiro confronto com Negan?
Assinto levemente contendo as lágrimas dos olhos.
-enfrentaremos isso juntos.
Examino o grupo todo à minha volta, todos dormiam.
{Flashback}
Com o coração batendo rápido, o medo de ser descoberta. Carl acabara de cair desmaiado mais uma vez. Suas veias da testa não podiam ser mais vistas pulsando como antes. As costas sangravam sem parar, apresentando manchas pretas, azuis e roxas, junto à cortes vermelhos e largos.
Tem de gritar, faça por ele! Grite, Melanie! Uma versão amedrontada de minha voz ecoa no vácuo de minha mente Grite!
-Pare! - grito o mais alto e estridente que posso.
-estou cansada de você, menina! - o homem que nos vigiava lança a ponta chicote sob minhas costas.
A gravidade me puxa para o chão, sinto as pedras geladas deste mesmo tocarem meu rosto, a visão se enche lentamente de ondas de ofuscamento vermelho, tudo passa a andar de câmera lenta. Os gritos agudos de Judith tomam conta do cubículo.
-cale a boca! - a voz grossa do homem permanece ecoando.
Sinto novamente o chicote bater em minhas costas, entrar em minha pele, rasgar minha carne e puxar para fora em poucos milésimos de segundo.
Estrelas avermelhadas piscavam frente aos meus olhos e traziam pontadas agonizantes de uma dor terrível e apertavam em todos os meus músculos.
Meus olhos pesam, mas antes de desmaiar ouço a voz de Negan entre risos, dizendo "pare. Vai mata-la. Ela já sofreu o merecido por este ocorrido, há muitos outros motivos pelo qual mata-la".
***
Acordo com uma dor latejante terrivel em minhas costas.
Vejo de relance Negan, o homem que me chicoteara e a doutora.
Fecho os olhos novamente não conseguindo mante-los abertos. Quando abro-os novamente estava sozinha na sala, que supus ser um quarto de hospital improvisado.
-e agora..? - estava prestes a enlouquecer quando me lembro das palavras da doutora - as chaves! - levanto num pulo e vou correndo até o balcão na parte esquerda do quarto.
Abro a gaveta, vazia, apenas uma chave enferrujada no meio.
Pego a chave e corro até o outro lado. Giro as mesmas abrindo a porta branca, que deu origem à um corredor iluminado com uma luz esbranquiçada, era terrivelmente organizado.
-Carl? - murmuro baixo.
Droga! Onde está com a cabeça, Carl não lhe ouvirá!
Permaneço andando com passos lentos, largos e cuidadosos.
Chego à terceira porta que, assim como dito, estava aberta. Abro a mesma e entro prestemente.
Percorro a sala branca vasculhado cada armário e cada gaveta.
A vontade louca em meu olhar fazia-me focar em apenas uma coisa: entrar.
Estava no penúltimo armário, na terceira gaveta, quando vejo a bela chave prateada reluzindo um flash esbranquiçado em meus olhos. Pego-a e corro para a quarta porta. Giro-a lentamente na fechadura tentando conter as mãos inteiramente trêmulas quando a maçaneta é girada, a porta aberta e o rosto angelical de Carl reconhecido, uma onda de alívio toma conta de mim, contrastando com todo o medo que andei sentindo desde que foi tirado de mim.
Me aproximo da cama correndo e paro ao lado.
Seus olhos não parecem fechados normalmentes, estão forçados. Ponho minha mão em sua face com suavidade, apesar da tensão que me prendia no momento.
Mal encherguei as mãos se aproximando tão rapidamente. Com um movimento brusco, Carl se levanta e entrelaça suas mãos em volta de meu pescoço com força e ódio. Sinto a pressão sobre mim e a vontade de aclamar por seu nome.
-Onde elas es... - sua voz desacelera junto à força - Melanie?
Suas mãos se afrouxam agora subindo do pescoço para meu rosto.
A expressão em sua face era indecifrável
-Melanie?! - murmura mais uma vez me puxando para mais perto. Aperta meu corpo entre seus braços com medo de me perder novamente - Melanie! - as lágrimas caem sobre meus ombros e suas mãos percorrem minhas costas fortemente indo à borda de minha blusa.
-não me deixe novamente.
As mãos começam a puxar a blusa para cima com a intenção impulsiva e desesperada de tira-la.
-não, Carl - limpo as lágrimas em meus olhos - temos de sair daqui.
-sim - limpa as suas com as costas das mãos e foca no objetivo principal - qual o plano?
Sorrio com maliciosidade preparando me para soltar o que havíamos pensado, porém este não vem.
-merda - tapeei minha testa com ódio de mim mesma - não tenho o resto do plano! O que eu estava pensando?! - ando de um lado para o outro desesperada.
Solto um gemido de raiva enterrando o rosto nas mãos. Mal pude perceber os passos silenciosos que invadiam a sala.
-eu pensei em tudo - diz uma nova voz animada que faz ambos tornarmos olhares confusos à jovem.
-doutora?
-tenho todos os medicamentos necessários para tratar suas feridas e...
-você vai?
-sim... vão prescisar de alguém para cuidar de suas infecções, não?
Eu e Carl nos entreolhamos, como se pudéssemos ler os pensamentos um do outro.
-qual o plano? - torno meu olhar castanho à ela.
{Flashback}