Capítulo 6

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Acordo na manhã seguinte totalmente desgastada, só de pensar que terei que acordar tarde, me da preguiça de ter que levantar da cama. Estou bipolar está manhã. Meu conceito de manhã é estranho, porque são exatas meio-dia. Tomo um banho, visto um short qualquer e fico apenas de top, não tem o que fazer dia de domingo, por isso odeio domingos. Faço pipoca e fico sentada no sofá o dia inteiro.

Resolvo fazer algo para comer, na geladeira não havia nada. Me troco rápido e pego as chaves do meu carro, tranco meu apartamento e quando me viro ouço um barulho vindo do apartamento de Brenda.
Caminho devagar, colando meu ouvido a porta.
- Cade você sua vadia?- ouço uma voz de homem.
Mais coisas sendo jogadas ao chão, um silêncio, quem será que está lá dentro?
- Anabel, aparece, pois quando eu te achar eu juro que mato você!
Meu coração acelera, sem pensar duas vezes pego meu celular e ligo para a emergência, digo o endereço e peço que venham rápido. Tento destrancar a porta mas não funciona, me afasto e chuto a porta com todas as minhas forças, uma vez aberta adentro pelo apartamento, tudo estava silencioso, com cautela olho para os lados, então vejo uma sombra atrás de mim.
- Quem é você?- me viro para olhar.
- O que você fez com a Anabel?- pergunto ríspida.
Um homem alto, forte, com barba, cabelos pretos, aparência de um empresário.
- Porque invadiu meu apartamento?
- Você é o pai da Anabel?- pergunto.
Ele estrala o pescoço, me preparo para um possível ataque.
- Socorro!- ouço Anabel gritar.
- Bel?- grito de volta.
Então o homem me ataca, ele consegue me derrubar, eu o chuto que cai ao meu lado, subo em cima dele e distribuo vários socos em seu rosto, perco a noção, e só paro quando alguém me puxa para sair de cima do homem que agora estava ensangüentado.
- Senhora se acalme!
Olho ao redor e vejo que a polícia havia chegado, a policial me solta e peça que eu me acalme.
- Anabel!- grito.
Saio em busca dela pelo apartamento, entro no seu quarto, e olho por todos os lados.
- Allana?- ouço chamarem.
Sigo a voz, que dava para dentro do closet de Anabel. Abro a porta e a vejo encolhida, atrás de vários casacos.
- Está tudo bem, estou aqui- digo a puxando.
Sento no chão, com ela em meus braços, chorando desesperada. Faço carinho em seus cabelos e a balanço para que se acalme.
- Senhora precisamos do seu depoimento- uma policial entra no quarto.
- Espere um momento por favor- peço.
- Sim senhora! Já levamos o suspeito para a delegacia!
- Obrigada- me alívio.
Eu seguro o rosto de Anabel em minhas mãos para ver se havia algum ferimento nela.
- Ele não tocou em mim, eu me escondi- ela diz entre soluços.
- Graças aos céus!
- Como soube que eu estava aqui?
- Não sabia, apenas arrisquei- respondo.
- Obrigada Lana- sua voz falha.
- Não me agradeça!
Me levanto e a ajudo se levantar, seco suas lágrimas e a ajudo a ir até a cozinha.
- Podem se sentar- uma policial pede.
Fazemos o que nos pede.
- Sou a policial e detetive Carolina, podem explicar o que houve aqui?
Anabel então começa a contar.
- Minha mãe saiu para trabalhar, eu quis ficar em casa, não demorou muito esse homem invadiu o meu apartamento, eu consegui chegar no meu quarto antes que ele abrisse a porta, e me escondi no closet!
- Sim, e aonde a senhora entra nessa história?- Carolina pergunta para mim.
- Eu estava saindo do meu apartamento quando ouvi gritos, não sabia se ela estava aqui ou não, liguei para vocês e decidi entrar, pois quando chegassem poderia ser tarde!- conto.
- Porque você estava agredindo ele?
- Legítima defesa!- digo.
- Certo- ela anota. - Vamos dar um mandado de afastamento para ele, qualquer coisa entre em contato comigo- ela entrega um cartão para Anabel, eu capturo de sua mão.
- Obrigada- agradeço.
Ela me olha sem entender, apenas acena e todos deixam o apartamento.
- Vou fazer um chá- anúncio.
Coloco a água para ferver, pego uma xícara e deixo em cima da mesa com o sache de chá.
- Quem era esse homem?- pergunto.
- Meu ex namorado!
Arregalo os olhos, surpresa.
- Como assim?- pergunto.
- Eu namorei ele a um tempo atrás, terminamos, e por algum motivo ele veio atrás de mim!
- Ele sabia aonde você mora?
- Não sabia! Não sei como me achou, mas quero ele longe de mim- ela diz se encolhendo.
- Hey, eu estou aqui, vou te proteger!- abraço ela que relaxa em meus braços.
Eu a levo para a sala, segundos depois a entrego o seu chá.
- Céus o que aconteceu?- Brenda grita.
Ela corre até a sala, e ao me ver com sua filha, corre ajoelhando ao lado de Anabel.
- Filha o que aconteceu?
- Marcos, ele me achou!- ela responde.
Brenda fecha seus olhos, a raiva e eminente.
- O que ele fez com você meu anjo?- ela pergunta com a voz embargada.
- Graças a Lana, ele não teve tempo de me achar!- Bel conta.
Brenda olha para mim, com a gratidão estampada em seus olhos.
- Obrigada, de verdade, muito obrigada por proteger minha filha- Brenda diz vindo até mim.
- Não me agradeça, fiz isso, e se preciso farei de novo- digo.
Brenda me puxa para um forte abraço, eu retribuo com prazer.
- Vou deixar vocês a sós- digo.
- Amanhã eu começo a faxina em seu apartamento, e me demito dos outros lugares que tenho que limpar!
- Mas mãe- Anabel protesta.
- Não vou te deixar sozinha nunca mais!
- Eu cuido dela- anúncio.
Brenda me olha surpresa.
- Prometi que levaria ela para passear todos os dias, não me importo de ter que cuidar dela!
Anabel não demonstrava nada.
- Não quero incomodar, e não tenho como lhe pagar querida- Brenda diz.
- Não quero que me pague, é uma forma de ajudar você, e ajudar a Bel- insisto.
- Vou conversar com ela e depois te aviso qualquer coisa- Brenda diz.
- Tudo bem- sorrio.
Ela me leva até a porta, nos despedimos, então eu entro no meu apartamento e corro para o chuveiro, para tirar o sangue daquele homem de mim.

Conforme o Vento Assopra (Romance Lésbico) Onde histórias criam vida. Descubra agora