Capítulo 37

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Mais uma semana de molho na casa dos meus pais e eu ficaria louca com toda certeza; rodeada de mimos na qual eu não estava mais acostumada, tudo muita melaçao pra mim. 
- Eu quero ir para casa hoje- peço.
- Mas filha não é melhor...- Eu corto minha mãe.
- Mãe, para de se preocupar tanto, consigo andar sozinha, sinto dor, mas preciso me adaptar de volta ao meu apartamento!
Ela olha para meu pai.
- Eu preciso fazer isso- peço.
Eles por fim soltam um suspiro.
- Tudo bem, vamos pedir para Camila arrumar para você, e a levaremos a noite após o jantar- meu pai declara.
- Obrigada- sorrio aliviada.
Finalmente eu voltaria para aquele apartamento sozinha, como será que Anabel está? Será que está acordada? Primeira coisa que irei fazer é visita-lá no hospital sem a supervisão dos meus pais.

Após o jantar eu subo para arrumar minha coisas enquanto o motorista do meu pai novamente pega os ursos para colocar no carro; aonde quer que eu vá os ursos vão também. Tomo um banho demorado para relaxar, na banheira do meu antigo quarto, aqui costuma ser o lugar aonde muitas vezes eu chorava, deseja estar em todos os lugares menos na terra, e olha só para mim recém operada por um trauma no quadril que quase me fez ser paraplégica. Como a vida é cheia de surpresas.
Termino meu banho e coloco uma calça leve, uma blusa do Batman e ajeito meu cabelo, esses cachos me dão trabalho ainda mais quando estão grandes assim.
- Filha?
Olho para a porta e vejo minha mãe com um belo vestido creme, de mangas rendadas.
- Aonde vai?- pergunto.
- Apenas leva-lá em casa- ela sorri.
- Mãe obrigada por tudo que a senhora fez por mim, e por finalmente me deixar voltar a minha vida!
- Sua bolha pessoal- ela ri.
Começo a rir também. Ela se aproxima e acaricia meu rosto com seu polegar.
- Tenho tanto orgulho de você filha!
Sua voz tão carregada, eu sentia um nó se formar em minha garganta.
- Eu sei mãe!
Ela então me abraça, permito que apenas algumas lágrimas caia.
- Vamos então?
- Vamos!- digo animada.
Devagar descemos as escadas, ainda era um problema pra mim, mas ainda bem que no meu prédio tem elevador. Entro no carro com meu pai e minha mãe, respiro fundo e então me preparo para estar em casa.

Pegamos o elevador que subia tão devagar ou eu não lembrará que era assim mesmo.
- Trouxe as chaves filha?- minha mãe pergunta parando na porta.
Procuro em meu bolso, então acho um chaveiro com a bandeira do Canadá. Dou a chave para ela que destranca a porta.
- Pronto, em casa- ela sorri.
Adentro devagar pela casa escura, sinto um perfume no ar tão gostoso, que eu sabia a quem pertencia. Anabel.
- Mãe a luz- peço.
Uma vez as luzes acesas uma surpresa, todos estavam aqui como se fosse uma festa surpresa para mim. Brenda, Taylor, Mike, Camila e no canto, uma garota, cabelos longos pretos, que eu sabia quem era.
- Céus- digo sem ar.
- Bem-vinda meu amor- ouço sua voz doce.
- Bel?- pergunto em um fio de voz.
Ela estava vendada, Camila para ao seu lado e retira sua venda.
Sinto meu coração acelerar, meu pai fica ao meu lado  me segurando pois sinto meu corpo amolecer, lágrimas brotam instantaneamente.
- Surpresa- ela sorri.
Então a venda cai ao chão, e posso ver finalmente seus olhos abertos, com uma cor diferente agora, me aproximo dela devagar com cautela, toco seu rosto para ver se é real ou apenas uma miragem ou sonho.
- Você está aqui- sussurro à tocando.
- Sim meu amor estou aqui, e vejo, que você também está- ela diz sorrindo.
Uma lágrima escorre por sua bochecha, a essa altura não contenho minhas lágrimas e as deixo cair com tanto que não atrapalhe minha visão.
Analiso bem Anabel, suas bochechas agora coradas, seus lábios rosados, e seus olhos, céus não acredito que vivi para ver isso, o mais perfeito castanho que eu poderia ter visto em toda minha vida. No lugar daquele azul agora vejo castanho junto de sua bolinha preta, como ela está linda com esse vestido preto básico, mas que a deixava vislumbrante.
- Anabel você...- Não consigo falar.
- Eu posso ver você Allana, eu posso ver seu sorriso bobo, suas lágrimas- ela toca meu rosto secando minhas lágrimas.
-Eu vejo você meu amor, e acredite o quão linda você é do jeito que eu sempre imaginei!
Eu não aguento mais e elimino o espaço entre nós com um abraço apertado, ela pula em meu colo e eu agarro forte para nunca mais soltar.
- Eu amo você meu amor- ela diz sorrindo.
- Eu também amo você bebê!

Conforme o Vento Assopra (Romance Lésbico) Onde histórias criam vida. Descubra agora