Capítulo 19 - Como aconteceu

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Saímos da faculdade em um silêncio total. Na ida, o Jorge fez o mesmo ritual: abriu a porta para mim e dirigiu com a mão sobre a minha perna.

Mas eu sinto que algo está errado, sinto como se ele quisesse terminar.

- Então eu já vou.- digo assim que chegamos em minha casa.

- E o meu beijo??- perguntou rindo e eu me controlei para não voar nele.

Até parece que eu vou ficar dando mole pra ele. Não entendo essa enrolação, termina logo comigo e pronto.

- Ah já me esqueci.- dou um beijo em sua bochecha.

Jorge

Infelizmente o dia não foi nada bom. Eu não sei o que fazer, não posso perdê-la, mas ela merece a felicidade.

Tudo começou assim..

Saí da faculdade da Tini e recebi uma mensagem da Stela pedindo para me encontrar com ela na cafeteria perto da casa dela.

Não entendi muito bem o que ela queria, mas mesmo assim fui.

Quando cheguei ela ainda não estava lá, esperei mais um pouco e fiquei muito surpreso ao ver uma pessoa.

- Oi Jorge.- se senta em uma cadeira a minha frente.- Vou ser rápida.

- Carol?- pergunto confuso e ela sorri de lado.

- A própria.

- Cadê a Stela?

- Aqui.- disse apontando para si mesma.- Eu mandei a mensagem, fui na casa da Stela, dei uma desculpa esfarrapada e te mandei a mensagem fofo.- sorri maliciosa me deixando bravo.

- Com licença.- digo bravo e me levanto.

- Se você levantar a Martina sofre.- diz rude.

- Fica longe dela.- ordeno, vejo seu sorriso cínico surgindo.

- Bom, é o seguinte lindo, você vai terminar com a Martina.

- E por que eu vou terminar com ela?- pergunto debochado.

- Porque se você não terminar com ela, eu vou acabar com a carreira dela, com os sonhos, com a faculdade, com tudo. Eu posso fazer isso e vou fazer caso as coisas não aconteçam do meu jeito.

- Mas por que isso?

- Porque eu odeio a Martina, eu quero acabar com ela. Tudo é dela e para ela. Ela é a mais popular da faculdade e nem sabe, as meninas querem ser amigas dela, os meninos querem namorá-la e isso me enoja.

- Tudo bem. Eu termino com ela, mas você não vai encostar um dedo nela está me ouvindo?- ordeno.

- Sim Senhor.

- Tudo bem, vou levá-la para jantar comigo e termino tudo.

- Fechado.

- E outra, eu quero você longe da Martina, não precisa fingir ser amiguinha dela.

- Não precisa nem pedir. Eu quero distância dela.- disse rindo.

- Com licença.- saio dali.

E foi assim que aconteceu. Eu não quero terminar com ela, mas eu não posso ser egoísta o suficiente para acabar com os sonhos dela.

Ela ama o que faz, ama sua faculdade. E se for necessário me afastar dela para que ela seja feliz, eu farei.

Cheguei em casa e fui direto para o quarto, preciso ficar sozinho.

Após cochilar um pouco, fui acordado com batidas na porta.

- Não quero ver ninguém.- grito.

- Nem a sua maninha favorita?- pergunta sorrindo.

- Entra logo Marina.

- O que foi mano?- pergunta se sentando ao me lado e batendo em sua perna, indicando para que eu me deitasse.

- Eu vou terminar com a Martina.- disse entre o choro.

- Não maninho. Ela é muito especial, não machuque ela.

- Eu não tenho escolha.- digo triste.

- É claro que tem.- diz brava.

Conto toda a história para ela que fica indignada.

- Não pode. Vamos contar isso para o papai.

- Não posso. Se eu contar, a Carol vai machucar a Tini.

- Oh maninho!! Sinto muito.- disse acariciando meu cabelo.

Quando deu a hora de buscá-la eu fui, eu tentei ser grosso com ela, mas quando eu vi aquele rostinho, eu não resisti.

Vou aproveitar todos os momentos restantes com ela.

Continua..
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