Capítulo 22 - Minha última lembrança

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Músicas para ler o capítulo:
Losing The Love, My Stupided Heart, Sigo Adelante..

- Vamos.- sou desperta dos pensamentos com a sua voz doce me esperando com a porta aberta.

Desci e logo senti a sua mão tentando se enlaçar na minha. Retirei imediatamente e continuei andando.

Senti seu olhar sobre mim mas ignorei.

Eu não posso me deixar levar, quando mais cedo eu aceitar que terminamos, melhor.

Não quero me iludir e depois ficar sofrendo como uma boba.

Nos sentamos e uma garçonete que não tirava os olhos do Jorge chegou.

- Boa Noite! Aqui está o cardápio. - a garçonete nos entrega o cardápio e dá um sorrisinho seguido de uma piscadela para o Jorge.

Sério, eu senti vontade de voar na cara daquela garota, mas não posso.

Vou seguir o conselho da minha mãe.

- Aproveita que você não me tem mais no seu pé.- digo irônica. Não resisti.

- Não, obrigada, eu prefiro você.- engoli seco e senti meus olhos marejarem.

Não vou ceder.. Não vou ceder...

- Hum, eu vou querer um sorvete de chocolate e você?- pergunto nervosa, mudando o assunto e ele sorri.

- Não sei, qual você acha que eu escolho?- provoca.

- Não sei, escolhe aí.

Jorge chama a garçonete com um sorriso triste no rosto me deixando um pouco triste.

Em todo o momento me chama de princesa quando a garçonete está, isso me deixa esperançosa.

Acabo deixando um sorriso escapar e ficamos nos encarando até ele começar a dizer:

- Tini..- o interrompi.

- Martina, por favor.- corrijo e ele murcha o sorriso.

- Olha Martina. Eu não quero ficar brigado com você. Nossos pais estão juntos, não quero que isso interfira na relação deles. Temos que viver bem, somos maduros. Até porque nossos pais vão se casar e vamos morar juntos.

- Fica tranquilo Jorge, não vamos morar juntos.- ele me olha confuso.

- Por quê?

- Daqui há dois meses é a minha formatura. Eu vou comprar um apartamento pra mim com o dinheiro que o meu pai guardou para esse momento, ou eu vou me mudar para Nova York.- uma lágrima cai dos seus olhos.

- Por quê? Quando você decidiu isso?- seca as lágrimas que caem involuntárias.

- Antes de te conhecer minha vida era uma merda, meu pai estava morto e a minha mãe só se importava com a beleza. Ela me disse que eu podia sair de casa quando acabasse a faculdade. Então eu pensava nisso, queria ir para Nova York. Já estava decidido, mas aí eu te conheci, me prendi aqui. Mas agora nada mais me prende aqui.

- Eu tô aqui. Ainda somos amigos.- disse, sério.

- Aqui está o sorvete de vocês.- a garçonete chega.

- Coloque em embalagens para levar.- disse frio, sem tirar os olhos de mim.

- Com licença.

- Me responde Martina. Ainda somos amigos? Ainda tem sentimento. Eu sei que tem.

- Eu não vou negar Jorge, ainda tem, mas não dá, eu.- sou interrompida pela moça.

- Aqui está.- entrega os pedidos.

- Pega o troco.- se levanta bruscamente e sai em direção do carro.

Agradeço a garçonete e saio dali.

- Por que você não pode ficar aqui?- pergunta após minutos de silêncio.

- Eu te amo droga! - grito comigo mesma enquanto choro.- Eu te amo muito. Jorge eu não posso ser sua amiga, eu não vou aguentar, se agora eu tô assim, imagina mais para frente quando você arrumar uma namorada? E quando você se casar? Não me diga que eu vou ser a madrinha?- jogo em sua cara.

Jorge para o carro no acostamento e me puxa para um abraço.

- Não encosta em mim.- reluto com muita dificuldade.

- Meu Amor..- sussurra.

- Droga! Meu nome é Martina.- digo brava.

- Não quero que pense isso Martina. Eu só quero você minha linda.

- Não Jorge, não vamos voltar. Eu não sou um brinquedinho que você escolhe a hora que quer brincar, quando vai usar. Eu vou embora e ponto. Ninguém sofre.

- Ninguém sofre.- repetiu incrédulo.- Eu tô sofrendo, Droga.- grita

- Então por que terminou comigo? Cara, eu não te entendo. Para de brincar comigo.- grito.- É melhor sofrer pela ida do que pela minha felicidade com outra pessoa. Eu espero que você arrume outra pessoa que te faça feliz. Porque eu vou embora e te esquecer vai ser a minha maior ambição. Eu não vou sofrer por você. Eu mereço algo melhor, mereço ser amada e respeitada por alguém muito especial.

Seguimos em silêncio e quando chego em casa ele abre a porta para mim.

- Obrigada pela noite.- agradeço e saio.

- Espera. Pelo menos me abraça. Vamos nos despedir de verdade.

Penso rapidamente em negar aquele abraço, mas não consigo.

Caminho até ele e me perco naquele abraço, deixo as lágrimas caírem e me aninho em seu peito.

- Eu sempre vou te amar.- sussurra em meus cabelos.- Um dia você irá entender o porquê disso tudo meu amor. Não se esqueça de mim e de tudo que vivemos.

Me solta e corre para o carro dando partida, me deixando sozinha com os pensamentos e o seu cheiro.

Minha última lembrança do nosso amor..

Continua
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