Capítulo 21 - Feliz?

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*James P.O.V*

Levei quase 10 minutos para recolher tudo o que eu tinha deixado cair no chão e arrumar a gaveta.

Eu não sabia o que diabos tinha acontecido, quando ela me tocou eu perdi completamente a cabeça. A forma como eu tinha me comportado era imperdoável, mas o que me deixou confuso foi que Grace tinha dito que gostou. Eu coloquei-a de quatro, fodi ela como um maldito cachorro, e ela gostou. Bem, que bom, porque eu amei pra caralho.

Eu não entendia ela, nem por um segundo. Eu tinha pensado que eu era apenas uma foda de misericórdia, pelo menos era o que eu tinha me feito acreditar. Mas quando eu estava com ela, pela primeira vez em muito tempo, eu não me sentia julgado. Eu não conseguia descobrir porquê, mas ela parecia me aceitar por quem eu era.

Não que eu ainda soubesse o que isso significava, mas ela fazia eu me sentir vivo.

Trabalhar no quintal da Pastora pelo resto do dia foi bem relaxante. Limpar o galpão testava meus músculos e paciência, mas deu-me tempo para pensar em Grace. E não apenas nela. Pela primeira vez, eu me permiti pensar sobre o que aconteceria em 4 meses e 2 semanas, quando acabasse minha liberdade condicional. Eu precisava de um plano: um emprego, um lugar para viver... Como eu pretendia viver sozinho.

A minha agente da condicional tinha me dito repetidamente que eu precisava ter algumas metas alcançáveis. Eu estava finalmente começando a entender o que ela queria dizer.

Fui para casa fedendo e sujo, e fui direto para o chuveiro. Eu juro que tentei não pensar sobre o corpo de Grace pulsando embaixo de mim, mas no momento em que tive esse pensamento, eu já estava duro como pedra. Eu estava batendo punheta de 2 à 3 vezes por dia, como se eu tivesse acabado de atingir a puberdade.

Na prisão, raramente havia qualquer privacidade -isso não impedia ninguém de se masturbar ocasionalmente. A maioria dos rapazes faziam enquanto estavam embaixo das cobertas durante a noite. Eu não acho que era tolerado pelos guardas, mas eles entendiam. A única vez que os vi castigando alguém por fazer isso, foi quando esse ato foi usado para desrespeitar uma policial mulher. Isso costumava acontecer às vezes. Um dos prisioneiros ficavam conversando com a policial para mantê-la falando, enquanto um cara sentado do outro lado do corredor, ou da cela, se masturbava ao ouvir sua voz, imaginando.

Isso me assustava, mas muita coisa sobre a vida na prisão me assustava. E se não assustasse, é porque é maluco.

Mas agora, meu pau não conseguia dormir. Eu esperava não ter assustado Grace pela maneira que me comportei -depois de toda a merda que já a fiz passar.

De repente, após o estresse dos últimos dias, eu precisava vê-la. Eu precisava ter certeza de não tê-la assustado completamente. Ela disse que estava bem, mas eu precisava vê-la. Eu precisava saber.

Terminei meu banho e coloquei o jeans que mamãe tinha me comprado. Eles se encaixavam muito bem, o que era uma mudança agradável, e então eu escapei até o quarto de Thony para pegar uma camisa. Eu ainda me sentia culpado por usar suas coisas, mas de alguma forma, foi ficando mais fácil. Nós sempre emprestávamos essas merdas um para o outro. Metade do tempo nós nunca sabíamos de quem era o que, exceto pelas calças. Eu era mais alto e ele mais forte, mas a gente emprestava todo o resto. Eu vi sua camisa favorita do Maroon 5 na gaveta. -Obrigado, amigo. -Sussurrei, enquanto a vestia.

Eu consegui sair quando mamãe estava chegando. Seu rosto estava azedo de desaprovação, como de costume, me olhando através do para-brisa. Eu me perguntava se eu teria que comparecer ao questionário quando voltasse, ou se ela me odiava demais para se importar com onde eu estava.

Os sentimentos habituais de ansiedade me perseguiram pela cidade até o shopping. Eu os empurrei de volta e me lembrei de que eu não estava fazendo nada de errado em estar aqui. Eu não era um homem livre, mas eu queria aproveitar ao máximo a liberdade que eu já tinha.

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