Capítulo 32 - Você me ama?

30 4 4
                                    

*Grace P.O.V*

-Não encha meu saco, senhora! -Rosnei. Minha raiva borbulhou quando olhei para ela. -Eu o amo. Qual seu problema com isso?

Ela respirou fundo, pronta para responder, mas então a porta se abriu e Paulo voltou com os refrigerante e sanduíches. Seus olhos passaram entre nós, observando minha postura rígida, com os punhos cerrados, e olhando acusadoramente para Tânia.

Sem falar, ele me entregou um sanduíche envolto em papel alumínio e uma lata de refrigerante, e então ele olhou para sua esposa. -Ele vai ficar bem, Tânia.

Juro que se ela parecesse decepcionada por apenas um segundo, eu não me responsabilizaria por minhas ações.

Ela assentiu bruscamente, reconhecendo as palavras de Paulo.

-Ele está em cirurgia agora...

-Eu pensei que você tinha dito que ele ia ficar bem. -Ela interrompeu, e por um momento eu pensei que ela estivesse com ódio, mas foi rápido demais para eu ter certeza.

-Ele vai. -Paulo respondeu calmamente. -Mas eles têm que reparar um descolamento de retina. Ele também tem algumas costelas quebradas, um osso malar fraturado, cortes e contusões.

Ela bufou e sentou-se em uma cadeira, parecendo irritada. -Você me chamou aqui para isso? Eu pensei... não importa.

Eu estava de pé novamente, olhando para ela. -O que? Não foi o suficiente para você? Qual a porra do seu problema? Ele foi espancado por quatro bastardos até ficar inconsciente. Ele poderia ter morrido!

Ela parecia atordoada com meu ataque, mas não por minhas palavras. -Você pretende deixá-la falar assim comigo? -Ela engasgou indignada, olhando para o marido com indignação.

-Se ela não tivesse dito isso, eu o faria. -Ele retrucou, sua voz tornando-se mais nítida.

-Eu dirigi até aqui... -Ela começou.

-E por que? -Eu rosnei. -Por que você está aqui? Por que você sequer se preocupa?

Seus olhos se estreitaram e ela olhou para mim como se eu fosse uma merda em seu sapato. -Eu não preciso te responder!

-Eu não acho que você saiba por que está aqui. -Eu disse, venenosamente. -Provavelmente tentando parecer que você está fazendo a coisa certa novamente.

-Ele é meu filho. -Ela atirou de volta, furiosamente. -Estou aqui para cuidar dele.

Sério? Eu ri alto. -Do mesmo jeito que você cuidou dele nos últimos oito anos?

Suas mãos tremeram e um músculo ao lado do seu olho saltou.

Estávamos praticamente encostando nossos narizes, prontas para nos atacarmos, quando fomos interrompidas por uma batida na porta. Sem esperar por resposta, uma enfermeira marchou para dentro da sala, seguida por dois homens de terno.

Eles observaram o olhar furioso de Tânia e minha postura raivosa sem comentários. A enfermeira apenas levantou as sobrancelhas. Famílias brigando -nada que ela não tenha visto antes. Hospitais traziam emoções à flor da pele, é inevitável, assim como mortes.

-Sinto muito por interromper. -Disse o homem mais alto, sem soar nem um pouco sarcástico. -Eu sou Detetive Lopes e esse é meu colega Detetive Sander. Gostaria de saber se vocês teriam alguns minutos para responder algumas perguntas.

Paulo acenou com a cabeça e acenou-lhe duas cadeiras.

Respirei fundo e virei de costas para Tânia. Se eu não olhasse para ela, talvez eu seria capaz de me acalmar um pouco. Eu caí em uma cadeira e tomei um longo gole do meu refrigerante.

Life SentenceOnde histórias criam vida. Descubra agora