Capítulo 19 - Eu não fiz nada

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*James P.O.V*

Uau. Eu estraguei tudo. Se eu tinha planejado como acabar com nosso não-encontro, esse era de longe, o jeito certo.

Seria possível ser mais idiota do que eu fui? Bem, eu acho que tê-la deixado ir andando até em casa seria o alto da escala de idiota. Mas a forma como ela olhou para mim, acho que ela preferia ir andando descalça em uma estrada de pedras do que ir comigo. Eu não podia culpá-la.

Eu tinha conduzido o caminho inteiro deliberadamente lento, apenas tendo um tempo para tentar pensar em algo para dizer a ela enquanto eu ainda tinha a chance.

Tinha sido um choque da porra quando ela disse toda essa merda comovente para mim. Ela havia dito que eu tinha um bom coração. Obviamente, ela estava errada sobre isso, mas eu não podia deixar de gostar ao perceber com quais olhos ela me olhava.

E porra! Tocá-la, sentir suas mãos em mim, estar dentro dela! Eu não conseguia lembrar de algo sendo melhor do que isso. Sei que fazia um longo tempo, mas eu pensei que meu coração ia explodir por ter que bombear tanta paixão crua através do meu corpo.

Deus! Por que eu era tão burro? Eu sabia que não a merecia, mas eu tinha saído com ela, e ela tinha me dado deliberadamente uma chance. Merda!

Eu simplesmente não conseguia encontrar as palavras para dizer o que esses dois dias tinham significado para mim. Eu tentei, mas eu me mantive engasgado com elas. Depois que ela saiu do carro, fui para casa, usando cada palavrão que eu poderia pensar e gritando-os o mais alto que pude. Irônico, não?

Eu estava a menos de 5km de casa, quando vi as luzes de um carro de polícia pelo retrovisor. Ele me seguiu por mais meio quilômetro, e eu pensei que estava tudo bem, mas depois a sirene soou e eu parei na lateral da estrada.

Eu o vi aproximar-se lentamente, com a mão sobre a arma em seu quadril. Peguei minha identidade da carteira e mantive as mãos no volante, onde ele podia ver.

Seu uniforme e arma estavam me dando flashback. Eu podia sentir o suor ao longo de todo meu corpo e minhas pernas tremiam.

-Identidade e documento do carro. -Disse ele.

Eu já os tinha na minha mão, mas eu tinha a sensação de que não seria o suficiente para acalmá-lo.

Ele os observou. Naquele momento eu estava certo de que ele já sabia quem eu era.

-Saia do carro, por favor, Sr. Parker.

Eu nem sequer me preocupei em perguntar por que eu tinha sido parado, embora ele tivesse me dado uma razão.

-Você bebeu álcool?

-Não, senhor.

Ele me fez andar em linha reta, tocar meu dedo no meu nariz, ficar em uma perna só -toda essa merda-, mas ele ainda me fez soprar o bafômetro, de qualquer maneira. Então as outras perguntas começaram: Onde eu moro. Onde eu estava. O que eu estava fazendo. Quantas vezes eu teria que ir à delegacia. Quando foi a última vez que fiz meu teste de drogas e álcool. Quando foi a última vez que meu agente de condicional tinha visitado minha casa. Assim por diante.

Tudo projetado para me deixar saber que ele era o único no controle, e que estava me observando.

Ele me manteve por meia hora, quase até meu toque de recolher, então, finalmente, me deixou ir para casa.

Papai e mamãe estavam esperando por mim. Uau, essa noite realmente não tinha chance de melhorar.

-Onde você estava? -Papai começou imediatamente.

-Fora. Com um amigo.

-A puta da filha da Pastora?

Meu temperamento estava prestes a explodir. Me segurei. -Ela não é puta.

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