Capítulo 33 - Livre

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*Grace P.O.V*

-Um mês inteiro sem sexo? Você está brincando comigo? -James gritou, seu rosto incrédulo.

Eu cruzei os braços. -Não. Sem sexo. Ordem dos médicos.

Peguei o folheto que tinha sido dado quando ele recebeu alta depois de quatro dias no hospital, e acenei-o em seu rosto: "O que fazer após a cirurgia de retina?". Quando ele me ignorou, eu abri o folheto e li em voz alta. -A primeira semana após a cirurgia deve ser reservada para descansar e ter apenas movimentos lentos e cuidadosos. -Enunciei com cuidado. -Suas atividades podem ser retomadas depois de um mês, mas trabalho pesado, bem como atividades extenuantes devem ser evitadas enquanto o olho ainda estiver se curando. -Olhei para ele. -Então, basicamente, se seu olho ainda não estiver completamente curado, você não pode ficar com ninguém, podendo durar até mais do que um mês. Nós não vamos arriscar sua visão. Você ficou sem sexo por oito anos, você consegue aguentar um mês. -Ele estava em casa há mais ou menos meia hora e já tinha me pedido para ficar pelada com ele. -Quero dizer, caramba! Olhe para você! -Eu disse baixo, não querendo que seus pais escutassem nossa conversa íntima. -Você está todo machucado, com costelas quebradas e, caramba! Não tem muita coisa que a gente consiga fazer, de qualquer maneira.

Seu olho ileso se arregalou e ele lambeu os lábios. -Hm, você está enganada, querida.

-De jeito nenhum! -Eu disse, balançando a cabeça, irritada comigo mesma por ter lhe dado falsas esperanças. -Só Deus sabe o dano que causaria! Ter um orgasmo é como um espirro. Suas costelas vão te matar, e nem sei o que dizer sobre seu olho. Pergunte-me novamente em um mês.

Seu rosto caiu e eu me segurei muito para não rir.

Ele mordeu o lábio, pensando muito. -Bem, que tal eu te fazer gozar? -Ele perguntou, esperançoso.

Eu não tinha pensado nisso. Hm, eu tinha que admitir que eu gostava da maneira como sua mente trabalhava. -Isso é um definitivo talvez, mas agora você precisa descansar.

Apesar de suas objeções, ele estava obviamente exausto. Eu o ajudei a tirar a roupa, tentando não estremecer quando vi novamente os hematomas amarelos que cobriam seu peito, e seus quadris, que caminhavam até suas costas. Pelo menos o inchaço de seu rosto não estava mais lá, mas ele teve que continuar usando um protetor sobre o olho esquerdo, e teria que continuar à usá-lo por mais duas semanas durante a noite para evitar de danificar seu olho enquanto dormia.

Eu estava puxando o lençol sobre ele quando houve uma batida na porta. -Tudo certo?

A voz de Tânia estava hesitante do outro lado, mas James franziu o cenho. -O que ela quer? -Ele retrucou, sem se preocupar em manter a voz baixa.

Dei de ombros.

Tânia tinha começado a se esforçar desde a visita no hospital, mas eu temia que fosse um pouco tarde demais. Eu esperava estar errada. James é a pessoa mais tolerante que eu já conheci, mas seu temperamento estava desgastado agora, especialmente com seus pais. Ironicamente, era por causa do comportamento que Tânia teve comigo, e não por causa dos últimos oito anos.

Sua relação com Paulo era mais tênue. Ele parecia pensar que o pai tinha escolhido um lado por sua mãe estar de volta em casa. De uma forma ou de outra, Paulo parecia uma rocha. Eu sentia pena dele, mas a minha prioridade é James.

Abri a porta e encontrei Tânia esperando do lado de fora com duas canecas de chá. -Eu achei que você poderia estar com sede. -Disse ela. -É chá de ervas... você mencionou que ele não poderia ingerir cafeína, então...

-Oh, certo. Obrigada. -Eu disse, aceitando as canecas. -James vai tirar um cochilo agora. -Seu rosto se amassou. -Mas eu tenho certeza que ele vai querer beber o chá antes disso. Obrigada, Tânia. Isso foi muito gentil da sua parte.

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