Capítulo 25 - Um pouco de diversão

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*James P.O.V*

Eu não queria preocupar Grace, mas a ameaça de sua mãe estava me assustando. Ter um emprego era uma regra da liberdade condicional, sem trabalho, eu seria preso novamente.

Hulk tinha dito sobre aquele trabalho de pintar carros, mas seria apenas algumas semanas. Eu precisava mostrar que eu tinha uma renda constante. Eu estava tão perto de perder tudo.

Eu estava andando de um lado para o outro, esperando Grace me ligar, desesperado para ouvir sua voz depois que deixei sua casa daquele jeito. Eu estava rezando para que sua mãe não quisesse afastá-la de mim. Senti-me esmagado somente pela possibilidade disso acontecer.

Foi um enorme alívio quando ouvi sua voz, senti-me como se pudesse respirar novamente. Sua mãe não a tinha impedido de me ver, e nos encontraríamos amanhã no café. Só de ouvi-la confirmando eu já estava feliz.

Tinha sido um dia infernal. Minhas emoções ainda estavam saltando para todos os lados depois de tudo o que aconteceu.

Visitar o túmulo do Thony tinha sido um grande passo para mim. O peso que eu carreguei por anos parecia finalmente estar indo embora. Eu poderia até acreditar que Grace estava certa, e que eu não tinha que ser infeliz pelo resto da vida. Eu sabia que Thony me amava. Isso não iria mudar, como o rio fluía, o amor de meu irmão era a única coisa que eu poderia confiar. Eu ainda podia me lembrar como era, ele sempre estava por perto, não importava o quê. Éramos uma equipe, e companheiros de equipe não deixariam o outro sofrer se pudesse ajudar, certo? Eu devia isso a ele, eu precisava fazer algo com a minha vida. Ao me sacudir, Grace me fez entender isso.

Eu estava na frente do espelho do banheiro, olhando-me minuciosamente pela primeira vez em anos. Eu realmente poderia ser o homem que ela vê? Eu poderia ter o futuro que estava tão tentadoramente perto? Eu poderia viver por mim e por Thony? Talvez Grace estava certa, talvez eu deveria tentar isso por ele... viver uma vida boa.

Sim, eu poderia tentar, mas eu precisava mudar. Eu precisava aceitar o que eu tinha feito e encontrar uma maneira de viver com isso -algo que eu não consegui em oito anos. Mas agora... de alguma forma eu sentia que precisava começar a tentar novamente. Eu esperava que fosse com Grace, mas se não... eu só queria viver.

Mas que reviravolta!

Procurei no armário do banheiro pela máquina de barbear do Thony. Fazia tempo que ela não tinha sido usava, mas eu liguei na tomada e acendeu uma luz vermelha, me dizendo que estava funcionando. Então eu ajustei a máquina e assisti meu cabelo caindo na pia. Ele parecia muito mais loiro do que eu tinha percebido. Hm, estranho.

Fiquei impressionado quando vi o resultado final. Eu estava como ele. Como Thony.

Houve um suspiro chocado atrás de mim, e eu me virei para ver mamãe me olhando com horror, com o rosto branco de raiva. -Não se atreva! -Ela assobiou. -Não se atreva a ficar parecido com ele!

O meu coração estremeceu no peito. -Mamãe, eu... eu não sabia. Eu nunca percebi...

-Você tinha que encontrar uma maneira de fazer doer um pouco mais, não é! -Ela gritou, sacudindo um dedo acusador para mim. -Por que você teve que voltar? Por que não podia deixar a gente em paz?

Ouvi os passos do meu pai batendo nas escadas, e ele a pegou quando ela se jogou em seus braços, soluçando. -Você já não fez o suficiente? -Gritou. -Por que continua machucando ela?

Minha voz era calma e tranquila quando respondi. -Eu a machuco por estar vivo, pai.

Ele olhou para cima e encontrou meus olhos. Eu acho que, pela primeira vez eu vi algum tipo de reconhecimento neles. Eu não sabia o que, mas isso significava alguma coisa.

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