Capítulo 10 - Inspeção

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*James P.O.V*

Eu não podia acreditar que ela tinha me comprado um presente. Mesmo que sua mãe fosse pagar por isso. Eu não tive alguém que faria isso por mim por muito tempo.

Tirei as luvas da embalagem e as vesti, se encaixaram perfeitamente.

Voltei a trabalhar e tirei um pouco da minha frustração cortando as rosas fora. Só tive alguns arranhões nos braços. Eu esperava que tivesse algum jardim escondido para eu arrumar, depois que tudo tivesse acabado. Eu não queria pensar o que iria me acontecer quando eu terminasse tudo. Eu não iria continuar trabalhando aqui se não tivesse nada para fazer. Eu esperava que a Pastora estivesse orando por um plano B.

Fiquei atento, mas não vi Grace novamente. Eu esperava ser capaz de lhe agradecer mais uma vez pelas luvas, e por tudo.

Quando cheguei em casa, o carro da minha agente da condicional estava estacionado na garagem.

Mais alegria.

Meus pais odiavam ter a casa sendo vasculhada, mas era parte do acordo que tinham assinado como condição da minha liberdade condicional, então eles não poderiam se opor. Mas eles poderiam ficar com ainda mais raiva de mim.

Pelo menos a Oficial Carcen não era uma vadia completa. Quer dizer, ela era um deles, então eu realmente não confiava nela, mas ela não tornava as coisas ainda mais difíceis.

Vi mamãe de pé na cozinha com os braços cruzados, fumegando, enquanto a Oficial Carcen vasculhava os armários. Ambas se viraram e me viram ao mesmo tempo.

-Olá, James. -Disse a Oficial, agradavelmente. -É bom te ver. Como você está?

-Bem, obrigado, senhora. -Murmurei. Era minha resposta padrão para a maioria das perguntas.

Vi-a olhar para mamãe que ainda não tinha falado nada. -Como vai o trabalho?

-Bem.

-Pastora Collins disse que está muito satisfeita com você. -Balancei a cabeça e coloquei as mãos nos bolsos. Ela sorriu. -Bem, eu estou quase terminando aqui, Sra. Parker. Eu só preciso dar uma olhada no seu quarto agora, se estiver tudo bem?

Ela não tinha que pedir permissão, era uma espécie de educação. -Sim, claro.

Segui-a até as escadas e ao longo do corredor, em seguida, assisti da porta ela verificando debaixo da cama, no armário, debaixo do colchão, e vasculhando cuidadosamente a cômoda. Ela ainda verificou embaixo das gavetas e atrás da cômoda e do armário. Foi uma busca razoavelmente completa, mas se eu quisesse esconder drogas ou qualquer merda, eu não teria sido tão fodidamente óbvio. Eu provavelmente os deixaria do lado de fora ou no sótão, escondido atrás das vigas, como Thony e eu costumávamos fazer.

-Como você está lidando com isso de estar em casa?

-Bem.

Ela suspirou. -Você sabe, James, parte do meu trabalho é ajudá-lo na transição. Eu sei que é difícil, mas se você falar sobre isso, e tendo o apoio da sua família, você terá uma chance muito maior de ficar fora da prisão.

Sim, certo, apoio da família. -Sim, senhora.

Ela esperou um momento, mas eu não tinha nada para falar.

-Você tem o seu relatório mensal para mim?

-Hm, sim. Vou pegar.

Entreguei-lhe a folha de papel, coberta com minha letra. Junto com todos os requisitos da liberdade condicional, eu tinha que escrever um relato 'completo e verdadeiro' sobre meu mês.

Passei o rabisco para ela e ela lançou um breve olhar sobre ele.

-Obrigada, James. Bem, essa será a última visita de busca em casa. Ainda haverão as buscas aleatórias, claro. Mas agora vamos nos encontrar no meu escritório. Você tem o meu cartão, você pode me chamar a qualquer momento, se você tiver um problema. -Balancei a cabeça. -Ok, tudo pronto. Vejo você em duas semanas. Não se esqueça de levar seu teste feito na delegacia.

-Sim, senhora.

Eu andei até a porta, e ela me deu um sorriso profissional antes de sair.

Mamãe estava batendo panelas na cozinha quando fechei a porta atrás da Oficial Carcen. Eu sabia que ela odiava essas inspeções tanto quanto eu odiava, mas diferente de mim, ela não estava acostumada. Eu fui até a garagem pegar peso. Ajudou. Um pouco.

Eu comi meu jantar sozinho na cozinha, lavei meu prato, e me deitei no andar de cima, rezando para o sono entorpecer minha mente.

Acordei de repente. Não era um sonho que tinha me perturbado. Eu tinha quase certeza de que tinha ouvido alguma coisa.

Estava silencioso até que ouvi um motor de carro ganhando vida. Os faróis iluminando a escuridão. O que quer que estivesse acontecendo, não era nada bom.

Saí da cama e corri para a porta da frente. Cheguei a tempo apenas de ver as luzes traseiras avermelhadas desaparecerem na estrada para a cidade.

Eu acendi a luz da varanda e vi imediatamente o que meu visitante noturno tinha feito. Meu carro estava coberto de tinta vermelha, e alguém tinha cortado todos os pneus.

Xinguei alto e, em seguida, ouvi a voz do meu pai atrás de mim: -É o carro do seu irmão.

-Eu sei, pai. Eu não pedi para isso acontecer.

-Eu deveria ter sabido que deixar você usá-lo iria ferrar tudo. Tudo que você toca...

Eu queria arrancar os cabelos com a frustração. Meu pai tinha sido relutante em me deixar usar o carro de Thony, e mamãe recusou até mesmo discutir o assunto. Mas quando meu pai disse que ela teria que me dar carona para todo canto, isso a forçou a concordar. Principalmente, porque ela não podia suportar a ideia de gastar tanto tempo a sós comigo.

Eu não podia acreditar que isso tinha acontecido. Por que tinham que mexer com o carro do Thony? Como eu ia trabalhar agora? Como eu ia fazer qualquer coisa?

Minhas mãos tremiam com a adrenalina queimando por todo meu corpo, e eu queria bater em alguma coisa.

-Não, você não queria que nada acontecesse. Você só saiu e ficou bêbado, e Anthony morreu por sua causa.

A voz de papai, mesmo com raiva, demonstrava seu cansaço. Soou mais como algo que ele tinha dito mil vezes em sua cabeça. Ele se virou, fechando a porta na minha cara.

Algumas coisas não mudaram.

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