*James P.O.V*
Era difícil de acreditar.
Eu sabia que deveria estar comemorando, mas eu me sentia vazio. Por muito tempo eu fui identificado como alguém que não fazia parte da sociedade, primeiro, como um condenado, depois, como um asilado. Mas agora...
-Está tudo bem. -Disse Grace.
Estávamos deitados no sofá juntos, Grace estava enrolada cuidadosamente do meu lado. Normalmente, quando estávamos assim, ela ficava deitada em cima de mim. Eu sentia falta de ter sua cabeça deitada no meu peito e seu cabelo macio caindo sobre meu corpo, mas nesse momento seria doloroso demais, minha cabeça estava explodindo e meu olho esquerdo estava pulsando. Eu estava tentando ignorar tudo isso e me concentrar na TV. Grace amava programas de ficção científica e estávamos assistindo agora, bem, ela estava, porque minha mente estava à quilômetros de distância.
Ela olhou para mim. -Posso imaginar o quão surreal isso é para você.
Balancei a cabeça, mas não respondi. Honestamente, eu não sabia o que dizer.
-Vai ficar tudo bem. -Disse ela, novamente. -Assim que você se recuperar nós poderemos fazer qualquer coisa que você quiser, ir a qualquer lugar que quisermos.
-Sim, eu sei.
Eu não sabia.
-Não se preocupe, nós vamos lidar com isso. -Ela hesitou. -Quando você vai dizer para seus pais?
Papai estava trabalhando e mamãe estava sabe lá onde. Ela estava fora do nosso caminho.
Oficial Carcen tinha ido embora há três horas. Eu poderia ter ligado para o escritório do meu pai, mas não o fiz.
-Eu não tenho certeza se já vou dizer a eles. -Eu disse, por fim.
Grace ficou intrigada. -Por que não?
Eu me mexi desconfortavelmente, tentando encontrar um pedaço de sofá que não me fizesse sentir tanta dor. -Eu só não quero sentir... eu não sei. Eles vão ficar esperando algo de mim e eu não quero lidar com a pressão agora. Podemos apenas esperar mais um tempo?
Ela levantou as mãos. -Ei, é totalmente sua decisão! Estou feliz e orgulhosa de você. Eu quero gritar bem alto para que todos saibam, mas se você ainda não está bem com isso, tudo bem por mim. Mas, hm, eu mandei mensagem para Beca.
-Sim? O que ela disse?
Grace riu. -Bem, sua primeira mensagem foi apenas uma palavra, pelo menos eu acho que era uma palavra. Dizia 'chocrível'.
-Hm, sim?
-E sua segunda mensagem dizia que queria vir com uma garrafa de champagne. Não se preocupe, eu disse que não. Ou melhor, eu disse que ainda não.
-Eu nunca tomei champagne. -Ela me olhou. -Apenas cerveja e, hm, vodka, uísque. Ryan não tinha... também não tinha vinho em sua festa, eu lembro disso. E não, nunca tomei champagne.
-Então temos que fazer isso! -Grace riu. -Você vai amar. Combina muito bem com o sexo, acho que é por causa das bolhas. -Comecei a rir, em seguida, minhas costelas me lembraram de que não era uma boa ideia. -Desculpa, querido. -Ela riu. -Ah, por falar nisso, falei com o Hulk. Ele já estava sabendo, é claro. Ele disse que seu trabalho estará lá quando você quiser voltar e que eu deveria chutar sua bunda. Não sei por que ele disse isso, mas acho que foi de um jeito afetuoso.
Resmunguei, não querendo pensar sobre Hulk e afeto na mesma frase. Era muito estranho.
-E o seu trabalho, querida? -Perguntei, temendo sua resposta. -Você não pode ficar em casa para sempre brincando de enfermeira comigo.
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Life Sentence
Roman d'amourApós 8 anos preso, James Parker, 23 anos de idade, é o homem que todo mundo adora odiar. Forçado a voltar para sua cidade natal, enquanto em liberdade condicional, James logo descobre que esta pequena cidade não mudou nada desde que foi preso. Ele é...