Aquele garoto

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No dia seguinte, acordo mais cedo, para não chegar atrasada novamente e ser o centro das atenções. E para minha sorte, o professor havia faltado e tínhamos um horário vago, a sala estava uma verdadeira zona.

Não havia notado vários alunos dessa sala, mas havia um que se destacava mais, loiro, alto, malhado, do tipo de cara que passa grande parte de sua vida em uma academia, com um visual meio bad boy, do tipo que me fazia arrepiar só de olhar. Sentado no meio dos que mais conversavam, falando alto, típico popular, ele era lindo, e eu estava babando. Foi então que notei a garota ao seu lado, ele estava com o braço em volta de sua cintura, ela não era muito alta, magra e de cabelos longos, volumosos e negros, negros como as sombras daquela noite.

De repente, a lembrança daquela noite vieram a tona, toda escuridão. Fico aterrorizada e sem saber o que fazer. A escuridão estava me cercando, meu coração acelerado implorava para não ver aquilo novamente. Olho em volta para ver se alguém mais estaria vendo aquilo tudo, mas eles continuaram rindo, não notaram as sombras naquele lugar, que estavam dançando de um lado para outro, pareciam zombar de mim, pareciam rir. O que está acontecendo comigo? Será que estou enlouquecendo?

Sinto uma pancada em um de meus braços, alguém havia esbarrado em mim, um garoto de capuz preto. E tudo aquilo sumiu. Então percebi que não estava respirando e solto meu fôlego de uma maneira brusca que chega a arder minhas narinas, engasgando, causando um alívio enorme em meu pulmão.

Volto a olhar os outros alunos, em busca de esquecimento. Ainda em pânico, noto o olhar do rapaz loiro, acabo ficando vermelha e esqueço o que havia visto. Ele me olhava com espanto, quando notou que eu também o estava olhando, virou o rosto para a outra garota, notei que ela também estava me encarando, o que me deu um nervoso e voltei a olhar para frente.

Isso acabou se repetindo durante toda a semana. Eu o observava, ele retribuía, e sua possível namorada também. Percebi que não conseguia parar de pensar nele, e ainda nem sequer sabia seu nome.

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