Tentando me confundir?

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Desci as escadas o mais rápido que podia, mas parei bruscamente ao pensar ter reconhecido a voz, não era feminina, apesar de ter ouvido Célia. Fiquei aflita, quem poderia saber onde moro? Assim que cheguei a sala, deparei com aqueles lindos olhos azuis me encarando. Era ele, mais como?

- O que faz aqui? - tentei demonstrar indiferença.
- Melinda, por que me trata de maneira tão seca? Não lembro de ter feito nada a você. - ele ergueu uma das sombrancelha e deu um sorriso irônico. Sua especialidade.
- Como quer que lhe trate? Ainda não conheci você direito. Direi que estou sendo bem mais educada, já que não apareci na sua casa sem ser convidado.
- Nossa, isso foi grosseiro. Apenas vim lhe fazer uma visita. - seu sorriso aumenta ainda mais ao ver minha cara de culpa. Idiota.
- Como descobriu onde moro? Não lembro de ter dito à Clara, muito menos a você.
- Tenho meus contatos, vai dizer que não gostou da visita? - eu coro instantâneamente. É claro que eu gostei, eu gostaria de pular em cima dele e o levar para meu quarto.
- Que interessante senhor Vicent, quer dizer que é um maníaco perseguidor? - falei, tentando evitar que ele visse meu rubor.
- Claro que não Mel. Você me pareceu interessante, e saiu de minha casa sem nem olhar na minha cara. Sabia que fica linda, quando fica ruborizada?

Eu fiquei sem reação, como pode uma pessoa ser sínica, irônica e terrivelmente sexy ao mesmo tempo? Abaixo a cabeça. Devo estar parecendo um tomate.

- Mel, o jantar está na mesa. O senhor Vicent irá jantar conosco? - a voz de Célia interrompe o silêncio perturbador.

Olho para Klaus, que me olhava como se esperasse que eu dissesse sim. Ele era tão lindo e charmoso, eu estava sentindo seu cheiro embriagador. Minha mente estava me traindo. Viro-me imediatamente para Célia. Sentindo meu rosto corar novamente.

- Não Célia, Klaus já está de saída, iremos jantar só.
- É claro. - Kalus responde. - Nos olhamos, e percebi seu olhar brincalhão, estava quase me desafiando. Célia me olhava confusa, então decidi jogar seu jogo, para ver a onde ele queria ir.
- Tudo bem Célia, ponha mais um prato na mesa. - Olho com sarcasmo para ele, que retribuiu com um sorriso, como se soubesse que aquilo me derretia.

Fomos a sala de janta. E esperamos Célia nos servir. A curiosidade estava me matando, e a presença dele no mesmo cômodo estava me remoendo, meu cérebro só me pedia uma coisa. "Me beije". Eu estava suando, e tentando fingir o máximo que ele não causava tal efeito sobre mim.

- O que realmente veio fazer aqui? - indago.
- Não queria chegar de surpresa. Mas não gostei de você ter saído sem se despedir.
- Então foi por isso que veio? Não me despedi, e você sabe porque.
- Não sei. Me diga. - ele estava fazendo aquela cara de novo. A de vilão, provavelmente tentando me intimidar. E pode estar conseguindo. Digamos que ele me causa um certo arrepio. Seu jeito misterioso me corroía por dentro.
- Por causa de Mariane. - eu estava suando, tentando dizer a mim mesma para parar com isso. E ele apenas riu e mudou de assunto.
- Percebi que está sozinha aqui, a onde estão seus pais?
Respirei fundo. Ele havia mudado de assunto. Um que eu saberia responder de forma natural.
- Em Grenville. E não estou sozinha, tenho Célia.
E nessa hora, célia entrou com a janta, e eu pude relaxar aliviada, no momento em que ele finalmente tirou os olhos de mim. Quando terminamos, já passava das dez da noite. Eu não havia notado como o tempo passara tão rápido. Eu queria me deitar, aliviar meu cérebro. Que estava em conflito comigo mesma. Avisei-o que estava cansada e tinha que dormir. Nos despedimos e fiz mais um esforço para subir as escadas para meu quarto.

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