Mais que um lugar.

Sendo atormentada

Cheguei em casa, Célia havia preparado meu banho, e eu estava grata por isso. Célia é uma mãe para mim.

Essa semana, eu havia experimentado todo tipo de sentimento, uns que nunca havia sentido. E a única coisa que me vinha na mente, era o rosto de Klaus, seus olhares... eu não tinha parado de pensar nele desde o momento em que o vi pela primeira vez, e já estava ficando irritada com tudo isso, tanto garoto, logo um que namora? Afundei-me na banheira, pensando afastar tudo aquilo.

Como posso pensar tanto, em um garoto que só me tratou mal? Não que tenha me tratado mal, ele só me ignorou, me disse apenas um oi, bem forçado por sinal. E o que é esse aperto no coração? De repente uma nuvem negra carregada de pensamentos pairou sobre minha cabeça. Não, não posso estar apaixonada. A vontade de chorar, me fez mergulhar mais uma vez.

Quando emergi, o banheiro estava completamente diferente. A água que estava me banhando estava da cor de sangue, e havia sangue por toda parte, sai da banheira desesperada, as sombras começaram a escurecer o banheiro, eu não aguentava mais aquilo, não aguentava. Me agachei em frente a porta, com a cabeça entre os braços, chorando em desespero. Comecei a sentir um cheiro amargo, parecido com mofo, porém bem mais forte.

Quando o desespero já havia tomado conta de mim, ouvi batidas na porta. Fiquei quieta, imaginando se realmente haviam batido na porta. Ouço mais três batidas, quando levanto minha cabeça, o banheiro estava completamente normal, branco e limpo, eu fiquei pasma. É tudo da minha cabeça?

- Sim? - respondo, ainda com a voz trêmula
- Querida? Está tudo bem? Está ai a mais de uma hora. Pode apressar-se? Você tem visita. - como assim uma visita? Não lembro de ter dito a Clara onde morava.

Apressei-me, coloquei um vestido básico, fiz uma trança de lado, e um vestido básico na cor vinho, minha cor favorita.