Agosto, 2015. IV.

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Oláááá galerinha das ficzinhas.
Então, eu volte rápido dessa vez pra deixar mais um capítulo pra vcs. Infelizmente é um cap curtinho, mas bem importante.
Queria agradecer deeeeemais os comentários de todos no último capítulo. Cada vez que alguém vem todo lindo me dizer que tá curtindo a fic, ou chorando com ela, ou me odiando eu fico muito muito feliz, juro. kk
Enjoy
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Os pés de Camila pisaram no chão coberto de cinzas, estava descalça e perdida. Não fazia ideia de onde estava, embora aquele lugar não lhe fosse de todo estranho poderia ser qualquer lugar onde já estivera na vida, considerando que era apenas um campo a céu aberto coberto por cinzas. Estava sozinha. Olhou desesperada para todos os lados, mas não havia nada além de cinzas Até mesmo o céu tinha esse tom. Sentia-se pequena e vulnerável.

Uma gargalhada rouca brotou no cenário, Camila olhou para todos os lados procurando a origem da risada, ela conhecia essa gargalhada, mas não via nada além de cinzas em todos os lugares. O som se repetiu mais uma vez, ela conhecia sim, era Lauren. Era a gargalhada de Lauren, mas ela não via a garota.

Acordou de supetão. A risada de Lauren materializou-se no plano do real e vinha do lado de fora do quarto. Só podia ser uma piada de muito mal gostou.

A latina puxou o ar três vezes e soltou, para se acalmar, fazia tempo que não tinha um pesadelo. Virou para o lado atrás de Jacob, mas o homem não estava mais ali. Vestiu um cardigã leve e prendeu o cabelo num coque frouxo antes de sair do quarto.

Ao alcançar a cozinha entendeu porque a gargalhada de Lauren invadiu seu sono. A mulher estava ali em companhia de Dinah, ambas encostadas na pia enquanto a maior passava o café e, aparentemente, contava algo incrivelmente engraçado, já que Lauren tinha resquícios de um riso frouxo nos lábios.

No outro lado da casa Normani estava jogada no sofá da sala com o exemplar de uma revista qualquer em mãos.

- Bom dia Mani – A latina disse se aproximando. Estava um pouco mais frio do que esperava e Camila envolveu a si mesma com os braços.

- Oi Mila.

- Você sabe onde está o Jake? – Camila perguntou com a voz fraca de quem acaba de acordar.

- A Ally o levou para passear no jardim. Eles estão lá fora já faz algum tempinho.

Camila seguiu a indicação de Normani com a cabeça para a varanda e caminhou até lá. Encostou-se ao batente da porta janela, ainda com os braços cruzados, e observou.

Ally empurrava a cadeira de rodas de Jake por entre as trilhas do jardim, a baixinha precisava fazer bastante esforço considerando o tamanho de Jacob e a falta uniformidade do chão de paralelepípedos. Camila achou graça, Ally era incrivelmente protetora com Jacob, sempre fora, mas quando Jake ficou paraplégico ela se tornou praticamente parte da força física que o garoto havia perdido. A latina sabia que jamais teria dado conta de tudo sozinha e agradeceu mentalmente a presença constante da outra.

- Vocês já tomaram café da manhã? – Camila gritou da porta para o marido e amiga. Jacob fez sinal negativo com as mãos.

- Estamos terminando de passar o café, assim que estiver pronto chamamos – Dinah a interrompeu da cozinha, mas Camila não a respondeu. Obviamente evitaria a todo custo olhar na direção da amiga, não queria encontrar a imagem de Lauren que estava ao seu lado.

Ainda encostada na pia da cozinha Lauren deixou seus olhos vagarem de encontro a figura de Camila parada à porta. Ela não havia mudado nada, pensou Lauren, os anos que passaram desde que estiveram na casa pela primeira vez não foram capazes de lhe tocar, o menos não fisicamente. Continuava linda: os cabelos negros e vivos, que mesmo embolados num penteado rápido brilhavam, Lauren não pode deixar de reparar como algumas mechas de fios escapavam do coque e escorriam até o meio das costas do corpo esguio e bem distribuído da latina. As feições do rosto latino seguiam intactas, se é que não aperfeiçoadas, o nariz bem desenhado, os lábios cheios e os olhos de cigana, que se Lauren bem lembrava, eram capazes de ler mentes.

Tudo em Camila continuava exatamente igual, exceto pela postura. A latina havia adquirido uma postura rígida e de gestos cerrados, não havia leveza e nem as mil nuances de outrora, era tudo mais seco e sério. Maduro, talvez, afinal eram mulheres adultas agora.

- Pare de encarar! – Dinah vociferou entre dentes, lhe dando um cutucão no braço. Lauren se assustou e ruborizou levemente.

- Não estou encarando. – Tentou inutilmente se defender, dando de ombros.

Dinah a encarou com uma de suas sobrancelhas levantadas e a melhor expressão de ironia que possuía. O que fez Lauren querer se enfiar embaixo da mesa da cozinha de tanta vergonha.

- Se ela te pegar encarando tenho medo que você acabe sem seus lindos olhos verdes, gracinha! – Dinah brincou.

Lauren fez uma careta e se virou de frente para pia, a fim de fechar uma das garrafas do café que a maior acabara de passar, restando apenas uma para ser completada pelo líquido. Queria que houvesse alguma forma plausível de explicar para as pessoas que era impossível estar tão próxima de Camila Cabello e conter a necessidade que seus olhos sentiam de se arrastarem até ela. Mesmo contra a sua vontade e ainda que soubesse que a latina jamais os sustentaria com a doçura e amabilidade de antigamente.

Troy pisou na varanda escondendo o rosto atrás de um buque de Girassóis, bem amarelinhas e viçosas, parou de frente à Camila e surgiu de trás das flores. Depositou um beijo na testa da miga.

- Bom dia Mila - Camila franziu o cenho. Ultimamente Troy estava sempre com um semblante pesado e nervoso, Camila estranhou a delicadeza do amigo.

- Bom dia Troy! É impressão minha ou você está animado hoje?

- Não é impressão sua. Eu estou tentando focar nas coisas boas, sei lá, alguém me fez perceber que eu tenho muito mais do que o necessário e eu preciso realmente começar a valorizar mais isso. – O rapaz respondeu sincero.

- Que belas flores você tem ai. – Camila indicou os Girassóis com a cabeça.

- Acabei de apanhá-las no campo de Girassóis, aquele lá depois do riacho. – Respondeu, adentrando a casa. – Eu trouxe para enfeitar a mesa, já que está tudo tão... Sem vida por aqui. – O rapaz suspirou. Voltou-se novamente para Camila – Você devia ir até o campo, ele está lindo, todo florido. Girassóis são sua flor preferida, não são?

Camila encarou Troy séria antes que seus olhos vacilassem para o chão, meneou um "sim" sem graça com a cabeça. - Mas, não acho que seja uma boa ideia ir até o campo. - Troy deu de ombros e ameaçou seguir seu caminho até a cozinha, mas Camila voltou a falar – Eu não sabia que o campo ainda existia, já faz alguns anos... – Ponderou.

Troy se aproximou da latina para lhe falar em segredo.

- Ás vezes quando as coisas são grandes, ou fortes, elas levam muito mais do que meia dúzia de anos para deixarem de existir. – Troy desviou seus olhos da mulher a sua frente para Lauren, que alheia arrumava os pratos na mesa, Camila seguiu seu olhar – Mas eu sei que você sabe disso. – Finalizou antes de seguir.

Camila encarou Lauren por milésimos de segundos, o suficiente para suas pernas tremerem e a garganta se fechar.

Lauren sentiu os castanhos queimando sobre si e instintivamente levantou os olhos até Camila. Ao contrário do que vinha recebendo este não era um olhar de raiva, mas havia tanta agonia estampada no rosto de Camila que Lauren desejou que fosse, já que ao menos com isso ela acostumou-se rapidamente a lidar.

Ainda que lhe doesse profundamente ter os olhos castanhos sobre os seus naquele momento, Lauren não conseguia desviar e Camila tampouco.

- O café tá pronto. – Dinah falou alto e virou-se de súbito. Lauren pulou ao seu lado.

Camila soltou o ar pesadamente.

- Eu perdi a fome – A latina constatou irritada, o semblante fechou de imediato e ela saiu a passos firmes em direção aos quartos.

Dinah encarou Lauren pedindo explicações.

- Eu juro que não fiz nada – A morena levantou os braços em sinal de inocência.

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Espero que esse cap tenha dado um ânimo na esperança de vocês kkk
Qualquer coisa chama la na @ do twitter Clara_Decidade.
Lots of love, amo ôceis.  

Time After TimeOnde histórias criam vida. Descubra agora