Agosto, 2015. VI.

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OLÁÁÁÁÁÁ GALERINHAS DAS FICS.
Okay. Acabou o jogo vou postar k aos que queriam que eu postasse antes do jogo acabar. Desculpa não fiquem bravos (ouviu Maclá <3)
Gente, o capitulo tá curtinho por motivos de 2015. Tenho duas coisas importantes para dizer:
1. A fic ta chegando no auge dela, que é a abertura das Cartas, se acalmem e continuem aqui firme e fortes.
2. Muita gente perguntou se as cartas vão ser abertas no fim da fic, ou se vai ser explorado mais coisas após isso. Então, desde que eu pensei nessa fic ela era meio que 'divida' em duas partes, a parte dos flashback (que é onde estamos) e o depois, ou seja, o depois das cartas o efeito delas na vida deles. Portanto, sim terá coisas a serem exploradas depois e a segunda parte da fic é focada apenas de 2015 pra frente.
Ahhh tem uma coisa legal pra falar lá nas notas finais, vejo vocês lá. 

Erros favor indicar!! 

~~~*~~~ 


Camila esfregou a toalha contra o rosto encharcado. Admirou o reflexo no espelho. Exaustão.

Era isso que a sua imagem refletia.

A presença de Lauren a cansava. Profundamente.

Ouvir a morena dizer que mudaria tudo foi o pior. "Eu teria mudado tudo", Camila pendurou a toalha no suporte com raiva enquanto a voz de Lauren ressoava em sua mente. Deveria se arrepender mesmo, querer voltar atrás e mudar tudo, principalmente fazer as coisas que não fez. Bufou. Porque em suas contas, Lauren tinha uma lista de coisas não feitas infinitamente maior do que as feitas para serem mudadas.

Abriu a porta com cuidado, espiando na fresta para certificar-se se a mulher ainda estava no corredor. Deus sabe que ela não queria ter que cruzar com Lauren naquele momento. Tudo limpo! Soltou o ar, aliviada, e saiu do banheiro em passos suaves.

Lauren despiu-se da roupa molhada pela chuva, praguejando-se por não ter trazido nem um livro se quer para ajuda-la a se distrair. Havia esquecido que não tinha sinal para celular ali e agora, com a forte chuva caindo, estava presa dentro de casa a mercê de seus antigos amigos para se distrair e passar o tempo. Com muita sorte ela sobreviveria. Só precisava manter-se longe de Ally, já que pelo visto longe de Camila seria difícil, considerando que a vida continuava a lhe zombar colocando a latina em seu caminho sempre que possível.

Vestiu uma roupa larguinha, a parte boa de não estar trabalhando era poder usar suas peças mais confortáveis e despojadas possíveis, escolheu uma blusa que não precisasse usar sutiã.

Abriu a porta do quarto, porém antes de sair percebeu um furo enorme em sua blusa. Girou sob os calcanhares, tirou a peça e a jogou de qualquer jeito em cima da cama, por fim, debruçou-se sobre sua mala a procura de outra coisa para vestir.

Camila deu um passo a frente no corredor e desavisada correu os olhos ao seu redor, apenas para tê-los ridiculamente atraídos pela imagem de Lauren sem camisa remexendo irritada em sua mala.

O corpo da latina parou bruscamente e ela deu um passo mínimo pra atrás. Nervosa. Não queria olhar, mas seus olhos a traiam vergonhosamente e se arrastavam resolutos até Lauren. Sentiu o sangue circular rápido em seu corpo e podia jurar estar ruborizando ante a cena. Maldita.

Maldita era a pele alva das costas da morena e os fios de cabelos úmidos que escorriam descuidadamente, pois juntaram-se contra Camila em um complô cruel e nefasto. Desgraçada.

Não saberia afirmar com exatidão ao que proferia seus xingamentos: a Lauren por ter usado os efeitos do tempo para se tornar ainda mais, perturbadoramente, linda, a porta por estar aberta, ou a si mesma por não controlar o formigamento que sentiu em seu corpo. Camila não admitiria nem a base de tortura, mas sabia o que era incomodo em suas entranhas, o nervoso na boca do estômago e o suor frio nas mãos. Filha de uma puta, pensou, decidindo, por fim, culpar as circunstâncias. Sempre elas.

Nada havia sido mais prejudicial à sua vida do que as circunstâncias. Refletiu melhor, enquanto seu olhar fixou-se no movimento do músculo lombar da morena vestindo sua roupa, concluiu que, talvez, Lauren tenha sido.

Era difícil decidir o que era culpa das circunstâncias e o que era fruto de Lauren Jauregui. Às vezes, fazia verdadeiros exercícios mentais repassando todos os acontecimentos e tentando categoriza-los entre: culpa do destino x culpa da Lauren.

Entretanto, não queria ser injusta. O destino é uma criação benévola da humanidade, para, tentar, justificar as circunstâncias. É usado com o fim de amenizar a dor causada por tudo aquilo que, na nossa humana limitação, não compreendemos, é a garantia tranquilizadora de que tudo está escrito e seguindo seu curso, independente do que façamos. Já Lauren, era só covarde mesmo.

Camila contrariou-se por mais breves segundos, deixando seus olhos observarem o tecido cobrir a pela de Lauren, cerrou os olhos forte, deu um passo largo ultrapassando a porta e forçou-se a seguir seu caminho, antes que o pior acontecesse e Lauren a visse ali.

A morena teve a impressão de estar sendo observada e virou-se rápido, mas não havia nada. Considerou estar ficando meio perturbada sob o stress das últimas horas, deu de ombros e buscou a blusa que jogou sobre a cama para guarda-la. Odiava bagunça.

Camila alcançou a sala da casa balançando a cabeça numa tentativa inútil de esvazia-la da imagem de Lauren. Era perturbador não conseguir manter-se indiferente a visão de Lauren seminua, só queria que aquele dia acabasse logo e ela voltasse para o buraco de onde tinha saído.

Troy estava encostado na porta janela, apoiando a cabeça numa pá de cavar, olhando a chuva cair com cara feia. A latina se aproximou dele e observou a chuva junto com ele.

- Eu ia desenterrar a caixa das cartas antes que chovesse, mas não deu tempo. – Suspirou.

Camila lançou os olhos sobre a pedra que demarcava o lugar onde estavam enterrados os papéis e torceu o rosto em desdém.

- Você acha que elas estão em bom estado? – Perguntou forçando uma postura de indiferença. – Faz seis anos que elas estão enterradas, elas podem ter pegado umidade, estarem ilegíveis... – Justificou.

Troy a olhou considerando as hipóteses.

- Hmm... Acho que não. Seis anos não é assim muito tempo e a gente as colocou em sacos plásticos. Claro que elas não vão estar em perfeitas condições, mas não acho que estejam deterioradas a ponte de não as conseguirmos ler.

Camila crispou os lábios, estava contando internamente com a possibilidade de as cartas estarem ilegíveis.

- Logo a chuva acalma e você as desenterra. – Consolou Troy com falsa tranquilidade, por ela poderia haver um diluvio naquele momento e levar tudo por agua abaixo.

Lauren entrou na sala a tempo de presenciar a conversa e seu estômago revirou em nervosismo. Camila estava visivelmente preocupada com sua carta e isso a preocupou ainda mais. Soltou o ar pesadamente, sem se dar conta de que Jacob havia parado com sua cadeira ao seu lado.

- Intrigante, não é? – O homem perguntou cheio de ironia, referindo-se ao dialogo que acabaram de ouvir. Lauren o encarou sem expressar reações. – Eu sou quem mais deveria estar preocupado com essas cartas e, no entanto, vocês duas conseguiram me superar. – A morena pensou em dizer algo, mas a pitada sádica do comentário a espantou. – Eu estava bastante preocupado, não vou mentir, eu nem queria ter vindo. No entanto, durante essa noite eu percebi que foda-se o que tem nessas cartas, não é como se a gente ainda tivesse algo pra perder. São meia dúzia de verdades sobre coisas que não existem mais. O que pode acontecer de pior? A amizade se perder e a gente passar anos sem se falar? – O homem simulou uma careta de espanto numa mistura de sarcasmo e deboche que irritou Lauren profundamente. Ao fim ele soltou uma risada divertida. – Brincadeira Lauren, não leve tão a sério. – Finalizou empurrando as rodas da cadeira pra seguir em diante.

Brincadeira sem graça pensou Lauren. O que, aliás, refletia muito o momento.

~~~*~~~

 Como eu disse o capitulo é curtinho, espero que vocês tenham gostado anyways. Aguardando os comentários.

Gente uma leitora me pediu pra fazer um grupo no wpp pra quem quer conversar sobre a fic. Então assim, vou jogar a ideia no twitter e quem quiser trata comigo por lá.

Obrigada sempre pelo carinho de todos com essa ficzinha e comigo. Qualquer coisa berra no @Clara_Decidida. 

Time After TimeOnde histórias criam vida. Descubra agora