Loki respirou fundo aconchegando-se mais nos braços de Thor. Ambos estavam no sofá da sala, aproveitando o relaxamento natural que vinha graças ao ato de amor, sensação acolhida pelo dia que findava e trazia consigo um clima mais ameno.
Só de pensar na situação o moreno se surpreendia. Por um breve instante sua mente foi inundada pela imagem do pai, um homem um tanto frio e distante, entrando pela sala e flagrando os dois naquele momento tão intimo.
Mas as imagens desapareceram com um movimento de Thor, que fez a pele de ambos roçarem com suavidade, lançando arrepios no corpo do moreninho.
Loki gostou do contato, da entrega, de se deixar levar pelo arroubo e dar vazão ao sentimento guiado pela luxuria, porém cercado de carinho, de preocupação. Algo profundo, indescritível, inigualável. Algo que não queria sentir com mais ninguém além de Thor.
– Posso ver seu sorriso – a voz do loiro saiu um tanto rouca, agradável aos ouvidos do companheiro.
– Te incomoda?
– De jeito nenhum, irmãozinho.
– Ainda vai me chamar assim?! – Loki ficou surpreso.
– Te incomoda? – o loiro devolveu a pergunta, sacana.
– De jeito nenhum, deus do trovão.
Os garotos riram, daquele jeito bobo que os recém apaixonados têm. Thor apertou Loki ainda mais, num abraço que tentava transmitir o que sentia e ainda não sabia nomear, mas que era forte o bastante para enfrentar tudo desde que tivesse aquele garoto ao seu lado.
– Te chamo de irmão, mas te quero como companheiro, namorado, amante...
– Já somos os três – Loki suspirou.
– Quero que sejamos muito dos três.
– Calma, aí grandão – Loki ergueu-se um pouco e encarou o mais velho – Vamos devagar, está bem?
– Devagar? – Thor riu – Depois de tudo o que fizemos hoje? Se arrepende? Queria ter esperado um pouco?
As perguntas arrancaram um som de desprezo de Loki, antes que ele as respondesse.
– Claro que não me arrependo nem um pouco – afirmou ignorando propositadamente o ar convencido que emoldurou a face do loiro – Quero que a gente vá devagar no mundo lá fora. Você sabe... as pessoas não são tão legais com...
– Gays? – Thor completou a frase de Loki. Ajeitou-se melhor no sofá de modo que o caçula voltasse a deitar confortável sobre seu peito – Não ligo pra eles. Nossos amigos não se incomodarão com escolhas sexuais.
– Eu sei – o moreninho suspirou. Também não dava a mínima para a opinião que tinham dele. Fato que não mudava a crueldade do mundo: se quisessem dificultar a vida dos dois, fariam isso com certeza. Tipos como Sif, Fandral e Hogun, que existiam aos milhões lá fora e sentiam prazer em perseguir e atormentar as pessoas diferentes deles.
– Não se preocupe, irmãozinho. Apenas deixe comigo. Garanto que não vão se meter com Thor, o deus do trovão. Nem com seu irmão e protegido, o deus das travessuras.
Loki riu baixinho, tanto da arrogância daquelas palavras quanto do tom confiante pela certeza absoluta de que Thor impediria qualquer mal de acontecer a Loki. Talvez fosse, verdade, talvez não. Tudo que importava no momento era o que tinha acontecido entre os dois, por isso o moreninho espantou os pensamentos pessimistas para longe de sua mente e fechou de leve os olhos, pronto para dormir um pouco e se recuperar.
Antes que conseguisse dois sons distintos de celulares soaram quase ao mesmo tempo anunciando a chegada de SMS.
– Atendemos...?
A negativa surgiu na ponta da língua de Loki e ali ficou. Ele recordou-se de todas as mensagens preocupadas que recebera e de como os amigos se importavam com sua segurança. Por mais que estivesse delicioso ficar ali nos braços de Thor precisava atender e tranqüilizá-los.
– Atendemos – Loki desvencilhou-se do aconchego quente que era o corpo do mais velho. Gemeu um pouco ao mover-se.
– Me desculpe. Serei mais gentil da próxima vez – o loiro soou um tantinho convencido.
Loki fez uma careta antes de sair a caça do aparelho telefônico.
– Belo traseiro – Thor gracejou cruzando os braços atrás da cabeça e sorrindo largo.
– Idiota – Loki disfarçou o embaraço pegando o celular caído próximo à mochila.
– Temos que tirar isso do seu pé – Thor observou o tornozelo enfaixado com cuidado. O curativo estava limpo, sinal de que o sangramento realmente parara.
– Seria bom... – Loki resmungou antes de observar o visor para ver quem era o remetente antes de abrir a mensagem – Stark marcando uma reunião na casa dele...
– Tony? Ele já teve alta do hospital então...
– Hospital...? – Loki não compreendeu.
– Você não sabe ainda, irmãozinho. Tony estava no hospital, várias coisas aconteceram no colégio hoje. Coisas que começaram na sexta-feira.
Lembrar-se daquele dia trouxe angustia ao coração de Loki flashes do final de semana tenebroso inundaram sua mente, deixando o rosto já normalmente pálido ainda mais lívido. Tentando recompor-se diante da observação atenta de Thor, Loki estendeu a mão de forma convidativa.
– Vamos tomar um banho, grandão. Assim você me conta tudo e a gente ganha tempo.
Mal Loki fez a oferta e sentiu um arrepio correndo por seu corpo tal a intensidade da mirada que Thor lhe lançou. E o brilho nas íris azuis era garantia inquestionável de que o tempo seria bem empregado durante o... banho...
T&L
Depois da chuveirada longa e pouco inocente os dois garotos se vestiram. Thor se conformou com roupas emprestadas de Loki, que ficaram bem justas no corpo que começava a ganhar formas definidas e perder aquele jeito desengonçado tão característico de adolescentes.
O moreno trocou o conjunto confortável por peças mais sóbrias. Acabaram confirmando que o celular de Thor também exibia uma mensagem de Tony Stark. O garoto parecia ter convocado uma assembléia geral do grupo.
– Meu pai tem uma caixa de ferramentas na garagem. Talvez algo lá ajude a tirar essa algema.
– Vamos ver – Thor assentiu.
De certa maneira o mais velho esperava mesmo encontrar a garagem organizadíssima, como tudo o mais na casa de Loki. Seu irmãozinho era muito cuidadoso com tudo em sua vida. Fazia sentido se envolver com alguém quase oposto a ele.
– Aqui – o mais jovem abriu a caixa e exibiu tudo o que havia lá dentro.
Sorrindo feito uma criança que encontra um saco de doces Thor pegou um martelo e a talhadeira de ferro.
– Isso é perfeito!
Loki olhou do martelo para a talhadeira e, então, para a expressão exultante do loiro.
– Muito bem, deus do trovão. Faça sua mágica e tire isso do meu tornozelo. Mas... por favor... não arranca o meu pé no processo. Eu gosto um bocado dele, Thor.
O loiro riu alto. Claro que ele não iria machucar nada em seu querido irmãozinho. Na verdade ele pretendia justamente o contrário: protegê-lo de todas as pessoas iguais a Sif e para que nada ruim acontecesse ao garoto que se tornara parte importante de sua vida, desde a primeira vez que colocara os olhos no nerd magrelo, isolado e de cara de poucos amigos.
Desde que tentara se aproximar e Loki se afastara como um bichinho selvagem, sempre arredio e desconfiado. Pouco a pouco aceitando a presença do loiro não como ameaça, mas como amigo e, enfim, como algo mais.
Protegê-lo de tudo e de todos. Para sempre.
Pois fácil era tirar as algemas de aço que aprisionavam Loki. Impossível era soltar-se das correntes invisíveis que Thor sentia se apertar em seu coração cada vez que olhava para Loki.
Aquelas correntes... nada no mundo poderia arrebentá-las.
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O próximo é o último! Depois só os extra :D
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Astronaut
Fiksi Penggemar"Se ouvir minha voz, venha me resgatar. Você está ai fora? Porque você é tudo que tenho!" Ele não tinha muitos amigos, mas conseguiu encontrar pessoas especiais e, até mesmo, o amor. Casal principal: Thor x Loki, mas os outros Avengers têm participa...