Capítulo 2

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Estava chovendo quando chegamos em São Paulo. Pouco me importei apenas coloquei meus óculos escuros, meu fone e seguimos para o apartamento que meu pai tem aqui.

Não falamos nada durante a viagem, não havia nada a ser dito, meu pai sabia que eu estava puta da vida e que não adiantava falar nada agora, mas ele tinha que entender que não tinha o direito de me mandar pra cá, sou maior de idade e responsável pelos meus atos, apesar de não serem tão bons, mas eu era jovem e se divertir era normal, mas meu pai agia como se nunca tivesse passado pela adolescência, e isso me irritava absurdamente.

—Cristina, chegamos. —desci do táxi e peguei minha pequena mala e caminhei em direção ao apartamento.

O apartamento do meu pai era moderno, algo bem coloquial para um homem que mora sozinho, moveis nas cores preto e branco, e tudo tem um ar muito pesado, não sei sei se conseguiria ficar muito tempo por aqui.

—Já sabe qual é o seu quarto, certo? Pode tomar um banho e se arrumar, vamos para o escritório.

— Oi? — Essas palavras me fizeram falar com ele.

— O que foi, Cristina? Achou mesmo que eu te traria pra cá e você ficaria dentro de casa? Indo aos shoppings e festas? Nada disso, você, a partir de hoje trabalha comigo, já está na hora de aprender algo que realmente vai dar dinheiro, e aprender que nem tudo gira em torno de você. Te dou uma hora.

Dito isso ele caminha para o seu quarto e me deixa sozinha.

***

Depois de tomar meu banho, sentei na minha cama e tento processar o que aconteceu, ainda não estava acreditando que teria que trabalhar, ainda não acreditava que meu pai faria isso comigo.

Que droga!

Respirei e inspirei devagar.

Peguei meu celular e liguei para a Tati.

— Oi, Tati.

— Oi, Cris! O que você me conta de bom?

— Estou morando em São Paulo.

—Serio! Por que?

— Ordens do meu pai.

—O que você aprontou agora em dona Cristina?

— Nada demais...

—Nada demais? O tio Ricardo não levaria você pra São Paulo se não fosse nada demais.

—Cheguei as quatro da manha em casa e não avisei.

—Cris, não é por falta de aviso né? Poxa, você bem que podia levar em consideração a liberdade que seu pai te da, você pode sair pra onde quiser, não precisa de segurança, e você faz uma merda dessas.

—Eu sei, Tati, mas é desse jeito que eu sou, não sou perfeita igual a você!

—Nunca disse que eu era perfeita, Cris, eu apenas valorizo minha liberdade e prezo tudo que os meus pais me ensinaram.

Soltei um suspiro.

Ela tinha razão, eu vacilei. Não uma ou duas vezes, mas muitas.

—Ele quer que eu trabalhe.

—Isso é bom, vai que você ache algo que você goste.

—Não gosto de politica, Tatiana, e você sabe que ainda não achei algo em que eu pudesse ser realmente boa.

— Você nunca vai saber se gosta de algo se não procurar saber do que se trata, aceite isso como uma experiencia, se não der certo você tenta outra coisa.

Blank Space [Projeto 1989] Onde histórias criam vida. Descubra agora