Capítulo 11

9.2K 597 16
                                    

Fazia uns quinze minutos que estávamos dentro daquela porcaria de metal.

Estava para cozinhar dentro de minhas roupas. Também fiz um esforço enorme para me manter calma e controlada.

O senador e eu não falamos nada durante aquele tempo, mas percebi que ele também está assando dentro daquele paletó.

O calor aqui dentro estava enorme.

Notei que ele afrouxou a gravata um pouco.

—Quanto tempo estamos aqui?

—Uns quinze minutos, Cristina.

Resolvi me sentar, não estava me sentindo bem.

Fechei os olhos para amenizar o pânico que emaçava me dominar a qualquer instante.

—Você está bem, Cristina?

—Não. — sussurrei.

—Não me diga que tem...

—Sim.

—Merda, Cristina! Claustrofobia?

—Sim, Carlos! E acredite a última coisa que eu queria era estar presa em um elevador com você!

O pânico me dominou e comecei respirar mais rápido.

—Cristina, acalme-se.

—Fácil pra você!

—Meu Deus mulher! Como você é difícil!

—Eu não...

— Cristina, puxe o ar pelo nariz e solte pela boca.

— Por...

—Apenas faça o que estou mandando.

—Você não manda em mim.

Ele me lançou um olhar ameaçador e eu resolvi fazer o que ele, nada educadamente, mandou.

Devo confessar que estava um pouco melhor.

Mas o calor não estava ajudando.

Com o elevador parado o ar-condicionado foi desligado, ou seja, estava me sentido em um forno.

Resolvi tirar meu blazer, fiz um coque em meus cabelos e me abanei com alguns papéis.

Notei que Carlos Eduardo me observava.

—Pode tirar o paletó também, chefe.

—Quer se aproveitar da oportunidade, Cristina?

—Acho que nada do que tenha ai embaixo irá me agradar. — Falei tentando me fazer de desentendida.

Ele arqueou uma sobrancelha e tirou seu paletó, seguido da gravata, então começou a desabotoar a camisa, minha respiração falhou e não era pela claustrofobia.

Ele definitivamente malhava.

Meu Deus que corpo!

Abdômen definido, braços musculosos, ombros largos e tinha um 'V' que descia ate o cós de sua calça.

—Tem certeza de que não sou tudo isso, Cristina?

Ele percebeu que eu o estava encarando.

Droga.

—Tenho sim! Já vi homens mais bonitos.

Ele soltou uma risada.

—Se você diz.

Ele se virou de costas.

Resolvi ficar em pé.

Já era pequena, comigo sentada e ele de pé me sentia uma formiga.

Blank Space [Projeto 1989] Onde histórias criam vida. Descubra agora