Capítulo 12

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—Será que vocês dois podem me explicar o que está acontecendo dentro desse elevador?

—Pai, não é nada do que o senhor está pensando. —Falei me levantando, mas assim que coloquei meu pé enfaixado no chão senti uma dor terrível e o levantei imediatamente, senti as mãos de Carlos me sustentando.

—Governador, o elevador parou quando estávamos descendo para uma reunião. Ficamos uns 20 minutos presos ali dentro. Como estava muito quente resolvemos tirar somente a parte de cima da roupa —Isso vai ajudar muito! — Então, assim que percebemos que o ar havia voltado, fomos nos vestir, o elevador deu um solavanco e a Cristina caiu de mal jeito e teve uma pequena torção no pé. E além do mais ela estava em pânico, pois tem claustrofobia.

Não sabia se a explicação do Carlos convenceria o meu pai, pois ele ainda nos olhava de em modo diferente.

E para piorar a minha situação vi que o saguão inteiro nos observa.

—Posso saber por que ainda está sem camisa, senador?

—Governador, tive que rasgar um pedaço da minha pra enfeixar o pé de sua filha.

Meu pai me olhou.

Não tinha ideia do que estava parecendo, com a blusa abotoada até a metade, meu rosto deveria estar parecendo um pimentão, meus cabelos deveriam estar um caos.

—Você está bem filha?

—Agora estou pai, o pânico já passou e só meu pé que está doendo.

—É melhor eu levar você para o hospital, pode ter sido algo grave.

—Pode deixar que eu a levo, Ricardo.

Senti braços fortes me erguendo.

—Acho que não é necessário, Carlos.

—Vamos Cristina, você teve uma leve torção. Se importa se eu levá-la até o hospital, Ricardo?

Meu pai olha para o relógio.

—Só um minuto. —Ele pegou o celular e fez uma ligação.— Judith, tem como adiar minha próxima reunião? Certo. Tudo bem então.

Desligou o telefone.

—Pode levá-la, Carlos, tenho uma reunião muito importante e não pode ser adiada.

—Com licença, Ricardo.

Eu não consegui falar nada durante aquela conversa.

Carlos caminhou comigo nos braços até o subsolo onde ficava o estacionamento. Paramos em frente a um carro preto, ele me colocou no chão e abriu a porta do carro. Entrei no carro e percebi que ele ainda estava sem camisa.

—Você esqueceu seu paletó no elevador.

—Se incomoda com o que vê? — Peguntou ligando o carro.

Nenhum pouco!

—Claro que sim! — Falei ignorando meus pensamentos.

—Não se preocupe, tenho uma camisa no porta mala do carro.

Não queria nem pensar o por que dele ter camisas dentro do carro.

—Mas eu fecharia o restante da sua blusa.

Só então percebi que ainda estava com metade dela aberta.

Fechei o restante dos botões.

—Você perdeu uma reunião muito importante hoje.

Blank Space [Projeto 1989] Onde histórias criam vida. Descubra agora