Capítulo 7

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—Obrigada. — Falei.

—Cuide da minha filha, Carlos.

Ótimo, agora iriamos ter um momento pra ser tratada como criança!

—Pai, eu sei me cuidar sozinha.

—Pode deixar, Ricardo, vou trazer a Cristina para casa...

—Não precisa me trazer pra casa, tenho outro compromisso depois do jantar.

Carlos levantou uma sobrancelha pra mim e eu o encarei.

Ele não podia dizer não.

—Se o seu pai concordar com isso.—Ele falou olhando pro meu pai.

—Sim, Carlos, ela tem um compromisso.

—Tudo bem então, vamos senhorita Cristina, temos horário no restaurante.

Dei um beijo no pai e segui Carlos Eduardo pra fora do apartamento.

O caminho até o restaurante foi longo e silencioso.

Ele apenas dirigia prestando atenção na estrada e eu olhava para a janela. Não iria puxar conversa, se ele quisesse conversar que começasse.

—Você faz alguma coisa da vida além de esbanjar o dinheiro do seu pai? —Ele me perguntou.

Olhei pra ele com ódio, quem ele pensava que era pra falar comigo desse jeito?

—Não é da sua conta se eu faço algo a mais do que gastar o dinheiro do meu pai. Além do mais é o dinheiro dele e não o seu.

—Você poderia ser mais educada e responder uma simples pergunta.

—E você podia ser menos idiota e perguntar somente o que é da sua conta.

Ele me olhou com vontade de me matar. Apenas o encarei da mesma forma. Ele voltou a prestar atenção no transito.

Deus! Essa noite vai ser difícil!

Assim que chegamos no restaurante somos recebidos pela recepcionistas que nos mostrou nossa mesa e disse que o senador Gustavo já estava nos esperando.

—Senador Carlos Eduardo, que honra ter aceitado meu convite para tratarmos de negócios em um jantar informal.

—O prazer é meu senador Gustavo.

—E quem é esta bela mulher que trás com você? Sua namorada? —Levantei a cabeça no momento que escutei a palavra namorada.

—Deus me livre!— Soltei sem perceber.

Carlos Eduardo me olhou enfurecido e Gustavo soltou uma gargalhada.

—Pelo visto é a única mulher que conheço que não se rende aos galanteios do Carlos.

—Como se eu quisesse algo com a Cristina, ela é minha secretaria.

—E como se eu quisesse algo com meu chefe, que por sinal e um idiota de marca maior.

Nos enfrentamos. A tenção estava tão alta que poderia ser cortada com uma faca.

—Hum, hum —Olhei e vi o Gustavo sorrindo. — Tenho certeza que vocês podem resolver esse assunto depois, e sem chamar a atenção do restaurante inteiro.

Olhei ao redor e notei que todos nos observavam.

Merda!

—Vamos jantar? — Gustavo perguntou.

—Vamos —O babaca do meu chefe respondeu.

Me sentei ao lado de uma jovem que não se meteu na conversa hora nenhuma.

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