Capítulo 3

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Judith e eu estávamos na lanchonete do prédio.

—Quem era ele, Judith?

—Não o conhece?

—Não.— falei após tomar um gole do meu cappuccino.

—Carlos Eduardo Brandão, senador de São Paulo.

—Ele me pareceu um pouco novo pra ser senador, não?

—Nem tanto. Tem 35 anos, mas ainda assim é considerado o senador mais jovem do Brasil.

—Uau! Não imagino alguém com a idade dele trabalhando tanto.

—Mas ele trabalha, e muito. É um das pessoas mais ricas do país, e também o solteiro mais cobiçado de São Paulo.

—Ele é solteiro?

—Sim, mas vez ou outra aparece uma fofoca sobre alguma mulher.

—Imagino. Lindo daquele jeito.

—Pois é, ele realmente é lindo, mas pelo que andei escutando também é arrogante e frio.

—Nossa.

—Pra você ver.

Terminamos nosso lanche e Judith me mostrou o prédio inteiro.

É muito grande!

Assim que voltamos ao andar do escritório do meu pai, o vemos nos esperando.

—Mostrou tudo a ela Judith?

—Sim, seu Ricardo.

—Que bom! Já disse o que ela irá fazer?

—Ainda não...

—Ótimo! Houve algumas mudanças. —Olhei para o meu pai.

Mudanças?

—Cristina, o senador Carlos Eduardo precisa de uma secretaria e eu indiquei você para o cargo.

— Eu?

—Sim querida, acho que você se sairá bem.

—Mas pai eu não sei nada sobre ser secretaria!

—O senador começara amanha a tarde, na parte da manha a Judith te ensinara o básico.

—Mas...

—Sem mais Cristina, amanha você começa.

Como sei que não adiantaria nada discutir com meu pai, apenas assenti.

*****

Você deveria estar pensando que dormir uma maravilha essa noite.

Mentira, mal consegui pregar o olho, não consegui tirar aquele senador da minha cabeça! Que droga, agora iria trabalhar pra ele, isso não é nem um pouco justo e pelo que a Judith me falou dele as coisas não seriam nenhum pouco fáceis.

Quando olhei no relógio vi que já eram 6:30. Sabia que iria entrar no trabalho as 8:00 mais não conseguiria dormir mesmo por isso resolvi levantar e tomar um banho.

Entrei na cozinha já pronta pro meu primeiro dia de trabalho.

Usava uma saia lápis de cor preta, uma blusa de alcinha branca e um blazer preto. Meus cabelos estavam presos em um coque meio bagunçado, uma maquiagem leve deixava meu rosto meigo, mas coloquei um batom vermelho pra chamar a atenção, não gostava muito de usar óculos de grau, mas na pressa de ontem acabei esquecendo minhas lentes, então não havia como não usá-las, mas tinha que admitir que fiquei bem sexy com meus óculos, pra completar o visual, coloquei um escarpam preto.

Estava tomando um café quando meu pai entrou na cozinha já vestido em seu tradicional terno.

—Bom dia, minha filha, acordou cedo.

—Bom dia, pai, não consegui dormir direito, quando olhei a hora resolvi levantar.

—Não se preocupe, Cris, Carlos Eduardo sabe que você não tem experiencia nenhuma em secretariado, mas tenho certeza que vocês dois se darão muito bem.

—Não tenho tanta certeza.— murmurei.

—Disse algo?

—Espero que sim— Falei colocando meu sorriso mais falso que conseguia.

—Aproposito, você está linda com essa roupa.

—Obrigada, pai.

***

Assim que chegamos no escritório Judith entrou na sala com meu pai e me chamou pra ir junto, pois precisava aprender a passar os horários para meu futuro chefe.

—O que temos pra hoje?

—O senhor tem uma reunião com o Deputado Wagner as 9:00, um almoço com a senadora Adriana, na parte da tarde tem uma visita ao hospital que está sendo reformado, do outro lado da cidade.

—Obrigado, Judith. Pode ir, qualquer coisa te chamo e não se esqueça que preciso que entre em contato com o presidente.

—Não esquecerei, com licença.

Assim que saímos da sala falei.

—Isso é mais difícil do que eu pensava!

—Não é não, logo você se acostuma.

—E se eu não me acostumar?

—Seu pai não disse que seria uma experiencia de três meses?

—Sim.

—Então, você volta pra sua casa depois disso, ninguém disse que você precisa ser secretaria pra sempre.

Respirei aliviada, ela tinha razão.

—E agora?

—Bom vamos as tarefas simples! __ Ela falou me chamando pra mesa dela.

****

Quando deu o horário de almoço, já havia aprendido quase tudo que tinha que fazer, mas Judith me disse que vai depender muito do meu chefe, e eu esperava do fundo do meu coração que o senador seja um chefe maravilho, mas pelo que ela me contou ontem e pelo que vi, iria ser meio difícil.

—Quer almoçar comigo? — Ela perguntou.

—Obrigada, Judith, mas acho que vou ficar por aqui, não quero que o senador chegue e eu não esteja presente.

—Faz bem, seu Carlos Eduardo e muito pontual, bom até daqui a pouco.

Assim que ela saiu fui pra minha mesa. A minha sorte é que era bem de frente a dela, qualquer coisa seria só pedir ajuda.

Resolvi mexer no celular enquanto não tinha nada pra fazer.

Dei uma olhada no whats, no face.

—Não sabia que era permitido mexer no celular na hora do expediente, senhorita Cristina.

Quando olhei para cima vi o senador bem na minha frente.

—Senador Carlos Eduardo!

—Senhorita Cristina Medeiros.



Grupo no face Autora Alice Lima

Blank Space [Projeto 1989] Onde histórias criam vida. Descubra agora