Não sei onde estou. Não sei o que está acontecendo. Onde está minha mamãe?
— Mamãe? Mamãe?
O armário é escuro, mas vejo a luz no quarto. A porta não abre, mas faz barulho.
— Mamãe...? — Sussurro no escuro.
Os sons que ouço daqui são aterrorizantes e fecho meus olhos com força, mas parece que de olhos fechados, os sons ficam ainda mais altos. Portas batem, barulhos de pisadas, gritos e gemidos. Sem poder ver, eu sei quem é ele: o monstro.
— Onde está aquela diaba?
Estremeço com a voz alta do homem e me enterro nas paredes úmidas de mofo do armário.
Tum, tum, tum, tum. Meu pequeno coração dispara e posso ouvi-lo acima de todos os sons. Alguma coisa rasteja pelo meu cabelo, mas paralisada de medo, não me mexo.
Tum, tum, tum, tum. Lágrimas grandes rolam pelo meu rosto e entro em desespero, pois meu nariz está escorrendo e não quero fungar para não fazer nenhum ruído.
A sombra do homem passa pelas frestas da porta do armário e prendo minha respiração com medo de que ele me ouça. Atrás dele vem uma sombra menor; minha mãe.
Assim como eu, ela chora e suplica que ele não faça nenhum mal. Ela para na frente do armário, me protegendo do monstro que quer me pegar.
— Sai da frente — ele grita e tenta empurrá-la.
— Não, por favor, deixe-a em paz — ela chora.
— Você trancou a maldita pestinha em um armário fedorento? — Ele ri. — Meu Deus, você é patética. Agora saia da frente.
— Por favor, não machuque meu bebê.
— Por favor, não machuque meu bebê — ele repete, com uma voz esganiçada, zombando dela.
Fico ali no escuro, sem respirar, os olhos arregalados tentando enxergar o que acontece do lado de fora. Meu coração ainda bate rápido e meu peito mexe para cima e para baixo, com a rapidez da minha respiração.
— Saia da frente — ele berra. E tudo o que ela faz é soluçar mais alto.
Ele levanta o braço e com o punho fechado, acerta com ele em cheio no rosto da minha mãe. Ela perde o equilíbrio, cai e fica em silêncio. Ele empurra-a de lado e abre a porta do armário embolorado de supetão, me fazendo tremer e soluçar.
— Agora é eu e você, garotinha.
Na rua, posso ouvir o som que sempre faz o monstro ir embora: o som da polícia. O vizinho, talvez ouvindo minha mãe gritar, os chamou. O homem mau olha em volta, como se pudesse ver através das paredes e sem nenhum olhar para mim sai do quarto, e um segundo depois, ouço a porta da frente bater com um estrondo.
— Mamãe? — Chamo, mas ela não me responde.
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Oi...desânimo haushuahsuah brincadeira!
Esse foi um capítulo, embora curto, muito difícil pra mim, escrevi várias vezes pra tirar o tom de deboche, de comédia e de animação. A beatriz está acabando comigo. Ufa! Não sei se ficou crível ou mesmo bonzinho. O que acharam?
Beijos.
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Infidelidade #Wattys2016
RomanceJenna é esposa de um conceituado médico psiquiatra. Seu casamento feliz leva um grande golpe após um acidente de carro, que desestabiliza Jenna, de modo que, ela coloca em risco seu casamento e sua vida tranquila. Desconfiando que seu marido tem out...