Capítulo 15 - Liz

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Dou alguns passos para a esquerda ainda sem acreditar no que via. Dou alguns passos para a direita colocando as mãos na cintura. Atravessei-o de olhos arregalados, meus pés afundando na maciez do tapete colorido com cores berrantes no meio do quarto.

Como essa coisa veio parar aqui era a grande questão. E que horas? Angel diz que foi quando eu estava no banho e uns homens entraram e o estenderam no chão.

O tapete é retangular e cobre quase todo o piso cinza e feio. O desenho é peças de quebra-cabeça de cores fortes: azul, vermelho, verde, amarelo e laranja. As cerdas são macias e a parte de baixo emborrachada.

Eu já vi alguns tapetes deste tipo em minha vida antes

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Eu já vi alguns tapetes deste tipo em minha vida antes. São tapetes divertidos e coloridos que você coloca como decoração de quarto infantil. O que não entendo é o que um tapete destes faz aqui.

Com todo cuidado, como se tivesse quente ou desse choque, toco o tapete com a ponta dos dedos do meu pé. Aos poucos, pressiono o pé inteiro nas cerdas macias e sinto cócegas na sola. Engulo em seco, me lembrando de épocas mais felizes onde eu tinha dois menininhos engatinhando enérgicos pelo chão.

Angel, que estava por ali como sempre, se joga no tapete e rola, gargalhando como a criança feliz que ele é. A visão daquele moleque se divertindo me deixa furiosa e enciumada; o tapete foi posto aqui para mim, é meu.

Numa atitude bem madura para uma mulher da minha idade, deito no tapete, ao lado do garoto, e o impeço de continuar rolando para lá e para cá.

Ele para de frente para mim e apoia sua mão na lateral da cabeça. O sorriso que abre em seu rosto é sabido e arrogante, como se ele soubesse exatamente quais botões apertar para exigir qualquer tipo de reação minha.

Bufo, revirando os olhos e ele segura minha mão, apertando meus dedos nos dele.

— Quem colocou esse tapete aqui, Angel? — Sussurro, minha voz baixa e modulada, meus olhos enchendo de lágrimas.

— Você se lembra? — Ele sussurra de volta.

— Os meus filhos tinham um igual, não é? — Engulo em seco, empurrando o bolo de lágrimas para baixo.

— Sim, — ele aperta minha mão com firmeza — mas, Liz, você não está sentindo aquele desespero. Veja, — ele arregala os olhos com uma expressão de espanto — você está deitada no tapete e está sorrindo. Veja, veja! — Ele me apressa.

Prestando atenção às minhas emoções, consegui admitir que eu estava realmente alegre, sentindo uma saudade boa dos meus garotinhos que se foram.

— Oh, Angel! — Exclamo, maravilhada com a minha própria capacidade de me alegrar por causa de um simples tapete.

Quando Dr. Justin abriu a porta, eu ainda estava deitada no tapete segurando a mão de Angel. Doutor Justin olha para mim com uma expressão ligeiramente confusa.

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⏰ Última atualização: Aug 12, 2016 ⏰

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