Prólogo

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NYC, New York - ­ 2016

Pov Lauren

18 anos.

Passei minha vida inteira, escutando de meus líderes dizendo que essa era a única idade importante na minha vida.

A idade que todos os seres humanos tomavam a vacina contra a Delirium. A vacina contra o amor havia sido desenvolvida pelos melhores cientistas do mundo, após o término do que quase foi a 3ª Guerra mundial.

Em 2014, China, EUA, Japão, Rússia e França disputavam o domínio do mundo através da tecnologia. O que causava constantes denúncias e processos embasados em plágio e roubo de informações. Os Estados Unidos da América declararam estado de Guerra contra o Japão, que chamou seus aliados, e os EUA convocou seus a prepararem­-se para a guerra.

A ONU conseguiu intermediar e a OMS declarou que através de estudos históricos, foi-se comprovado que o amor era o mal da sociedade. Era o amor ao poder que causava disputa, era o amor ao dinheiro que causava discórdia.

Em uma medida desesperada, as Organizações Mundiais concordaram com a produção de uma vacina que erradicaria o amor de todos os seres humanos que se submetessem a ela. A vacina começou a ser distribuída e aplicada. Todos maiores de 18 anos eram obrigados a tomá-la,consequentemente tendo suas memórias "formatadas", e retirando toda e qualquer ligação ao amor. Todas as pessoas maiores de 3 anos e menores de 18 passavam por um procedimento complicado, onde todas as suas memórias que de alguma forma se remetessem ao sentimento proibido, fossem apagadas.

Meu pai, Michael Jauregui, era um dos vários médicos e cientistas que integravam uma das comissões da OMS. Muitas famílias tentaram se refugiar em outros países, mas a ordem era mundial.O amor deveria ser exterminado. Algumas pessoas conseguiram escapar, e eram chamadas de Inválidos. Mais tarde a OMS descobriu que não importava o quanto você tentasse, o amor era uma doença crônica, bastava a pessoa se envolver com um Inválido que rapidamente reincidia ao seu estado anterior.

Foi quando a vacina mudou para doses maiores e deixava uma marca no pescoço, que se parecia com o símbolo de reticências. Quem não tinha a marca, seria exterminado.

Os governos foram instruídos a trancarem as fronteiras e ninguém podia sair da cidade ou estado onde morava, para que o risco da infecção fosse menor. Só se mudava de lugar, se tivesse uma permissiva do governo. Todos os livros de romance foram trancados numa seção restrita nas bibliotecas, todas as músicas relacionadas ao sentimento proibido foram deletadas e todos os filmes apagados. Tudo que lembrasse o amor foi ou trancafiado ou destruído. Foram disponibilizadas músicas, livros e filmes aprovados à população. As escolas passaram a ser divididas em escolas para meninos e escolas para meninas, para que o risco de ser infectado com a "doença" diminuísse.

2 meses atrás eu me mudei pra NYC, uma cidade que me parecia ser iluminada e cheia de vida, mas que agora é cinza. Sou natural de Miami, mas meu pai foi promovido para a comissão principal, então nos transferimos para cá. Semana que vem eu entrarei na NYC Girls Academy, e meu procedimento está marcado para o meu fim de ano escolar. Eu fiz apenas uma colega, uma garota polinésia chamada Dinah Jane. Minha mãe não simpatiza muito com ela, pois diz que muitos atos ilícitos acontecem na casa dela, mas sempre nego, apesar de saber que minha mãe tem razão. Dinah me faz sentir... Viva.

Estar com ela é como viver sem pensar no amanhã, como ela sempre me diz: "Talvez a vida seja mais do que apenas sobreviver". Eu nunca entendi muito bem, mas aproveitava da companhia dela.

Na maioria das vezes, me sinto só. Como se algo estivesse faltando.

Como se houvesse um mundo inteiro de cores e possibilidades que eu não faço ideia de como enxergar.

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