Jump Start

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Hey Guys!! 

Fora y fora! Promessa é divida e obrigada x todxs! 

Aproveitem! 

*

Pov Camila


Eu era uma mulher detalhista.

Eu lembrava pequenos detalhes sobre situações aleatórias e por algum motivo idiota, eu me orgulhava disso.

Eu me lembrava da cor do gato da minha professora da 1ª série e do preço do pretzel que meu pai sempre comprava pra mim de manhã às quartas feiras.

Mas, desde que a conheci, minha mente estava cheia de detalhes quase imperceptíveis de Lauren.

O jeito que sua voz ficava uma oitava mais alta quando ela está com vergonha, o fato de que ela sempre parece completamente desorientada depois de um espirro, a rapidez com que sua mandíbula tensiona quando ouve algo de que discorda. A breve oscilação da sua pupila quando atingia o orgasmo.

Eu estava presa entre não deixar as minhas antigas memórias desaparecerem e desvendar a nova Lauren que estava bem na minha frente.

Eu queria lembrá-la de quem ela era, de quem éramos juntas. Queria fazê-la sentir como nos sentimos no dia do nosso primeiro beijo, ou quando eu me pegava completamente hipnotizada pela cor dos seus olhos. Desejava poder transferir meus sentimentos para ela nem que fosse por um breve segundo, para que eles agissem como uma espécie de adrenalina que desse a ignição necessária para que as muralhas construídas em sua mente fossem derrubadas.

Acompanhei Vero, Lucy e Lauren até a sala onde Henry preenchia um enorme quadro branco com datas, nomes e endereços.

Um nome em particular chamou a atenção da mulher de olhos verdes.

- O que vão fazer com o meu pai? - Lauren perguntou diretamente para Henry.

- O que deve ser feito. - Henry respondeu e, sem dar chance de resposta, continuou. - Estão todos aqui? Algumas instruções devem ser passadas e preciso da atenção de todos vocês.

O homem alto respirou fundo e saiu da frente do quadro branco.

- Estamos nesta luta há alguns anos. Perdemos irmãos, filhos, pais, amores. - Notei ele pressionando a caneta firme em sua mão direita. - Não podemos mais deixar com que eles tirem as pessoas que amamos da palma de nossas mãos e simplesmente apaguem nossa existência de suas mentes.

Essa fala final, doeu intimamente. Olhei para Lauren de relance enquanto ela olhava fixamente para a frente.

- A Dra. Lotz terminou a bomba que esperamos que seja necessária para reiniciar a memória das pessoas. Rebeldes de outros países também criaram versões da mesma bomba e decidimos uma data para que tudo aconteça.

- E quando seria isso? - Dinah, que estava no canto oposto da sala, perguntou.

- Em 18 dias a Organização Mundial de Saúde vai usar a Times Square como palco para um grande anúncio que ainda não sabemos qual é, só sabemos que é o momento perfeito para liberarmos a bomba e causarmos um impacto, já que será um evento televisionado para o mundo todo.

Silêncio.

- Vamos matá-lo? - A voz de Taylor Jauregui ecoou na sala. - Michael. Quero saber se vamos matá-lo.

- A morte não é a solução, Jauregui. Nunca foi. - Joshua, que estava no fundo da sala, próximo à porta, respondeu. - O intuito é disseminar os gases da bomba e fazer com que o mundo saiba que existimos e que não buscamos nada além da nossa liberdade.

Joshua foi caminhando entre as pessoas em direção à frente da sala, suas mãos nos bolsos e seu costumeiro jeito calmo.

- Sei que estão cansados. Desolados. Peço que lutem comigo, pelo que eu espero que seja uma última vez. Está sob nossos lombos a responsabilidade de quebrar as correntes que polarizaram a nossa terra. O nosso lar.

Existia uma variedade de olhares pela sala.

Amedrontados. Corajosos.
Marejados, raivosos.

O olhar de Lauren era confuso.

Como se mil e uma ideias passassem em sua mente, lutando para ver quem conseguiria o púlpito, desta vez.

Logo em seguida, Joshua encerrou a reunião e fomos todos saindo da sala.

Eu caminhava ao lado de Lauren em silêncio. O silêncio que uma vez foi confortável entre nós, hoje pesava muito mais do que eu aguentava carregar. Sufocava a minha traquéia e me impedia de dar vazão aos meus sentimentos.

Assim que entramos na sala que era seu quarto improvisado, Lauren rompeu o silêncio.

- Por que?

- Vai ter que ser um pouco mais específica do que isso Laur. - A respondi, sorrindo leve.

- Meu nome é Lauren. - Respondeu, rude. - Quero entender por que querem tanto destruir algo que só trouxe coisas boas?!

- Certo, se acalme. - Disse para Jauregui, me aproximando com passos lentos.

- Não ouse se aproximar de mim. - Lauren disse olhando em meus olhos.

Silêncio.

Eu podia ouvir o som do meu coração se despedaçando.

- Eu odeio isso! - Voltou a falar, um pouco mais alto dessa vez. - Odeio que me tiraram da minha casa, do meu conforto! Odeio essas sensações que não sei explicar e odeio sentir ódio! Minha vida seria muito mais fácil se vocês não existissem!

Cuspia as palavras com raiva, seus olhos cheios de lágrimas que ela evidentemente tentava controlar.

- Por que estão tentando destruir tudo que nos levou a alcançar a tão desejada excelência que temos hoje?! Como Nação!

- Reprimir ou apagar nossos sentimentos não faz com que sejamos um povo, Lauren, muito pelo contrário. - Tentei manter minha voz estável, apesar de sentir o choro preso em minha garganta.

Lauren respirou fundo. Passou as mãos pelos cabelos.

Deus, como eu odiava vê-la machucada daquela forma. Tudo que eu queria era poder tomá-la em meus braços e sanar todas as suas dúvidas e explicar todas as suas fraquezas.

- Saia, por favor. - O tom de sua voz voltou a ser frio, como vinha sendo desde que ela foi injetada com a vacina que combatia o amor.

Me virei rapidamente e saí, batendo a porta.

Corri pelos corredores da estação, meus pulmões ardendo e minha visão embaçada pelas lágrimas insistentes.

Mandei uma mensagem para Ally.

"Vou dormir na minha mãe hoje, venha jantar conosco."

Destranquei meu carro e entrei.

As palavras de Lauren entraram em meus ouvidos e faziam questão de cortar cada pedaço do meu corpo. Minhas têmporas pulsavam e o suor fazia minha pele queimar.

Liguei o carro e comecei a dirigir para a casa de meus pais.

Um pequeno sussurro diabólico em meus ouvidos.


"Você não vai trazê-la de volta."  


E ai, vocês acham que a Lauren vai conseguir se encontrar? 

Bjs 

kccsharmony

InolvidableOnde histórias criam vida. Descubra agora