Every Story Has Two Versions - Part 2

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Hallo! :)

Sei que todos devem estar vendo a abertura dos jogos olímpicos, mas resolvi postar assim mesmo, pra vocês lerem depois, ok?

Boa leitura!

***

"– Eu não sou um pássaro e nenhuma rede me prende. Eu sou um ser humano livre com uma vontade independente. Charlote Bronte. — Recitou a frase e deu prosseguimento aos seus pensamentos anotados na folha em mãos. — Ser "pássaro" não incita liberdade, muito menos independência. Não encoraja o voo ao desconhecido, nem ao abismo da decadência; não julgue errado algo tão certo, asas podem te levar do paraíso ao inferno. O ser humano que é livre e possui vontade independente consegue abster-se de uma rede incapacitante que surge a sua frente, na jornada à felicidade plena você encontra forças em dificuldades extremas. Um pássaro não saberia, por exemplo, como usar suas penas."

Após recitar seu comentário tão bem elaborado, vinculado ao seu livro predileto, Lauren levantou os olhos tendo a imagem de um anjo em seu semblante, a madre Consuelo sorria boba para a garota. Os aplausos na sala de aula foram assustadores, mas ela sorria orgulhosa tendo uma lágrima caída sobre o papel em suas mãos. Sentou-se no seu lugar de todos os dias, sendo acompanhada por olhares admirados, alguns casais que visitavam estavam pensando em como aquela garota de onze anos era inteligente, e posteriormente a filha perfeita. Porém Lauren, conhecendo seus anseios, apenas buscava tornar-se um ser humano independente. Não era como o resto das crianças, ser adotada não era seu foco principal.

Naquela mesma noite ela resolveu falar com Deus, como nunca havia feito antes. Pediu à Ele para que quando encontrasse a "rede", estivesse forte o bastante para não desistir. Não desistir da mesma maneira que achava que sua família fizera, desistira dela. Ela queria se mostrar forte, e assim o estava fazendo.

Seus devaneios foram espantados por uma Ally gritando do outro lado da porta coisas que ela não entendia, provavelmente reclamando da demora, apesar de fazer apenas quinze minutos que estava ali. Era sempre no banho que Lauren refletia sobre sua vida, conversando consigo mesma, botando para fora ideias, pensamentos, talvez até loucuras. E, mesmo sendo amiga de Ally há bastante tempo, odiava ser interrompida de repente.

– Já estou saindo! — Exclamou, se enrolando no roupão com as insígnias do hotel e trazendo consigo seu nécessaire com seus objetos de higiene pessoal.

Se assustou ao abrir a porta e ver as malas de Ally próximas à cama e a mesma já arrumada, com cara de quem não estava ali para esperar ninguém mas faria esse sacrifício por ela.

– Você tem vinte minutos ou eu irei sozinha. — Deu seu ultimato com o indicador apontado para uma Lauren que revirava os olhos para tamanho drama. Ela não havia demorado muito no banho, não havia necessidade para tanto.

Decidiu ignorar a amiga, esquecer um pouco os pensamentos turbulentos e focar em algo importante: sua mudança para a nova casa. Não foi preciso gastar suas economias com móveis, graças à gentileza de Normani — e das outras garotas que moraram ali, mas foram embora —, os que havia lá seriam delas. Havia camas e beliches espalhadas pelos três quartos da casa, dona Bárbara e Andrea, avó e mãe da futura psicóloga contribuíram com roupas de cama, travesseiros e cobertores para os dias de frio intenso. Dessa forma, Lauren poderia facilmente afirmar ter ganho na loteria.

Os vinte minutos dados por Ally ainda não tinham acabado quando a britânica terminou de arrumar a si e suas malas. Trancaram o quarto e desceram até o hall para fazerem o check out. Com a chave da casa em mãos, chamaram por um táxi, colocaram as bagagens no porta-malas e pediram ao educado senhor que seguisse o endereço anotado num bloco de notas do celular.

Looking For Happiness [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora