Looking For Happiness [Reescrevendo]

Just Live

Teremos duas músicas no capítulo, On Top of the World, do Imagine Dragons, e Girls Just Wanna Have Fun, da lenda Cyndi Lauper. A primeira é mais pra dar um clima e deixar o capítulo divertido e a segunda é opcional.

Enjoy.

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– Eu a convidei para sair... — foi preciso pronunciar para crer.

Quando criança, Camila tinha mais facilidade para acreditar em fadas, unicórnios e papai noel do que nas coisas da vida real devido às histórias que seus pais contavam antes de dormir. Imagine sua decepção ao descobrir que não passavam de meras ilusões e que, de fato, eles não existiam. Isso talvez explicasse porquê ela demorou para aceitar o que havia feito.

Era surreal pensar que convidara Lauren para um passeio, considerou sua atitude uma reação mediante à cena que presenciou de Anne roubando um beijo dela. Ou talvez, pensou nas poucas vezes ao qual marcara um encontro com alguém — isso nunca havia acontecido. Estava insegura, era notável. Não sabia como agir, o que fazer, se ligava cancelando ou deixava as coisas acontecerem conforme o tempo. Seus conflitos internos a atormentavam nas piores horas.

Após o episódio, limitaram-se apenas à troca de palavras necessárias. Lauren continuava da mesma forma, na defensiva, temendo a cobrança de explicações por parte da cantora, mas sorria vez em quando, evitando a descoberta de seus pensamentos através de suas expressões faciais. Não esquecia-se de servi-la um copo d'água durante a cantoria. A encarava e desviava quando seus olhares perdiam-se um no outro. Ficaram nesse jogo até Anne as flagrarem, o que desagradou a novata, que estava gostando da brincadeira. Enquanto isso, Camila fazia seus planos, pensava em lugares aos quais seriam legais para um encontro entre amigas.

Por que, apesar do ciúmes, elas não passavam disso. E, talvez, nem passariam.

– Você o que? — A tirando de sua reflexão, Dinah questionou a observando encostada na porta mirando o nada.

– O que?! — Despertou-se e viu sua amiga a encarando. Havia saído de sua órbita ao pensar na situação em que se colocara e não percebeu que ainda se encontrava de pé, recostada à porta. Recobrou os sentidos e caminhou confusa pelo cômodo, jogou a bolsa sobre a poltrona de sua mãe enquanto ia para a cozinha. — Desculpe, não te vi aí... — precisava de água para ajudar na digestão de sua inusitada atitude.

– Claro que não, estava tão ocupada olhando para o nada e pensando em tudo que esqueceu-se que mora com uma estrela feito eu. — Ironizou convencida, arrancando um sorriso de Camila.

– Achei que fosse pediatra... — com a garrafa transparente em mãos, sentou-se ao lado de Dinah, adiou o assunto inadiável.

– Nas horas vagas... — rebateu e ambas riram da resposta, que repentinamente se sessou. Notando isso e também curiosa com a cena presenciada, a polinésia voltou a perguntar — e então, quem foi a felizarda?

Chegou o tão temido momento, aquele em que contaria para sua melhor amiga o que havia feito e os conselhos que ela daria. Depois de muito tempo — e muita insistência —, Camila finalmente tomou coragem e convidou alguém para sair. Sua vida mudou drasticamente com o acidente dos pais e parecia ter voltado aos eixos no exato instante em que conversava com Lauren, se sentia normal novamente. No entanto, entender isso se tornava um pouco árduo, não se acostumaria tão cedo. O que tornava menos difícil eram os conselhos de Dinah.

– Não diria "felizarda", mas... — fechou os olhos, respirou fundo, e soltou de uma vez — eu chamei a Lauren. — Ao abrir os olhos, temendo a reação da amiga, pôde constatar que ela mal se moveu. Por um instante, um deja vu lhe preencheu, lembrou-se do dia em que contou ao pai sobre o beijo com Sarah na festa de Marielle.