It's Love

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Já este aqui, ele é mais fofinho, como o próprio título diz. Vocês vão entender um pouco sobre Trolly, sobre como vai ser pra Camila descobrir uma coisa que todo mundo já sabe, e para a cena entre Camila e Lauren, recomendo que escutem essa música, eu escrevi escutando ela, é uma delícia e a melodia se encaixa perfeitamente com o contexto (pelo menos na minha cabeça).

To build at home - The Cinematic Orchestra: https://open.spotify.com/track/54KFQB6N4pn926IUUYZGzK?si=95B7AdeTTxyZWlfq3QIoQQ

Enjoy! ❤️

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Aos poucos, o salão foi esvaziando, as pessoas conversavam entre si sobre o quanto o evento havia sido agradável a medida em que saíam do salão. Parte dos garçons, incluindo Lauren, recolhiam os copos e talheres das mesas, outros encontravam-se na cozinha lavando-os, os músicos tocavam a última canção pedida por um amigo do Sr. Maggiben e dançava com sua esposa sorridente, porém, cansada e ansiosa para repousar seus pés doloridos dos saltos.

E tinha Ally e Troy.

Provocaram-se e trocaram farpas por toda a noite, flertaram com alguns convidados solteiros que iam até o bar, riram de danças esquisitas de outros, brincaram de observar conversas alheias e imitar as vozes, fazendo sons engraçados, bebericaram um pouco dos destilados sem que o chefe percebesse e tentaram ter uma conversa de gente normal, porque toda aquela brincadeira estava perdendo a graça. E em momento algum deram-me conta de que não haviam se separado um minuto sequer.

Ally então percebeu que Troy não era tão insuportável quanto pensava. Admitir a si mesma que ele era um cara legal era mais fácil do que dizer em voz alta. Normalmente, se não gostasse, diria sem pestanejar. Usaria palavras como "sai seu poc", "você é muito chato", "se acha tanto e não é porra nenhuma" para homens com ego muito alto. Fazia questão de desce-los de seus pedestais caso precisasse, sendo chamada de grossa em retribuição. Não era sua culpa se era demasiado sincera e às vezes praguejava-se por isso. Eram poucas as pessoas que gostavam de garotas como ela, forte, destemida, que dava a cara para bater e não importava-se com as consequências. Porém, também eram poucos os caras que se interessavam por mulheres como ela pelo mesmo motivo. Falavam que vivia dando patadas em todo mundo. Que não sabia ser carinhosa. Mas era o seu jeito. Como se fosse auto-defesa contra as pessoas que poderiam magoa-la ou já magoaram. Não tinha este costume, as pessoas a fizeram assim.

Em contrapartida, Troy era o oposto. Não considerava-se importante, extraordinário, incrível, apenas um homem comum, com pensamentos comuns. Levava uma vida comum há alguns quarteirões do restaurante em um pequeno apartamento. Detestava discussões e brigas desnecessárias, disputas de poder para ver quem era o mais ''fodão'', porque acreditava que ''foda'' remetia somente ao sentido sexual da palavra, já que muitos caras se diziam assim e realmente não eram de nada. Gostava de fazer as pessoas rirem, de ver sorrisos, mas não sabia agir dessa forma perto de Ally. Sua presença o deixava inquieto, inseguro, mexia com suas entranhas. Provocava-a na tentativa de descontrai-la, entretanto, notou o quanto era geniosa. E, ao mesmo tempo em que isso o assustou, o encantou.

Terminaram a limpeza no bar com a lentidão de uma tartaruga. Estavam exaustos desde o dia em que a organização da festa havia começado, seus corpos suplicavam por um colchão macio. A loira havia notado o sumiço de sua amiga e Camila, mas não deu muita importância. Imaginou que estariam juntas e que teria de ir caminhando sozinha ou pegar um táxi para casa. Estava tarde e não queria arriscar-se ao perigo que habitava as madrugadas de Miami. Pensou em pedir que o rapaz ao seu lado lhe acompanhasse... Se achou idiota. Um cara como ele não faria esse tipo de coisa, mas se enganou ao seu respeito.

Looking For Happiness [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora