– Como isso foi parar no seu casaco? — O espanto em sua frase era obviamente perceptível.
– Eu não sei! — E a resposta veio na mesma entonação.
A luz da cozinha focava apenas um lugar ao centro: a pulseira. Como um objeto tão pequeno conseguiu tirar meu sono? Lauren se perguntava, notando que Ally e Normani também estavam com a pulga atrás da orelha, encarando-o, como num interrogatório.
– Você tem certeza disso? — Ainda que tivesse visto a surpresa estampada no rosto da amiga, Normani não escondia sua desconfiança em relação à forma como o objeto fora parar em meio às roupas de Lauren.
– Claro que tenho, Normani! Por que eu colocaria uma coisa dessas lá?! – franziu o cenho e se levantou indignada.
– É... não faz sentido você mesma colocar uma coisa dessas, com o seu nome, no seu casaco...
– E esses números? Significam alguma coisa? — Com a pulseira em mãos, perguntou, a observando e ignorando a provável discussão entre Lauren e Normani. Queria mais que tudo descobrir o que os dígitos significavam para poder voltar logo para a cama.
– Eu não sei, mas conheço alguém que sabe.
(...)
– Quando nascemos, essas pulseiras são colocadas em nós como uma identificação e ficam conosco até a alta hospitalar. Além de serem uma peça-chave para a segurança dos pacientes, elas facilitam a triagem e a visualização dos dados arquivados no computador do hospital em que fomos gerados. — Dinah explicou de forma que fosse de fácil compreensão para as garotas.
Acordou repentinamente com o barulho estridente de seu celular tocando no criado mudo ao lado da cama. Sem querer, acabou amaldiçoando Ally em pensamento por lhe atormentar à essa hora da noite, mas atendeu assim mesmo. A loira — que, particularmente, fora uma boa amiga de infância — perguntou do outro lado da linha se podiam se encontrar para tirar uma dúvida. Concordou sob bocejos de sono, ainda que preferisse sua cama quente e macia. Não sabia negar ajuda, era um código de ética que mantinha para si mesma.
As garotas chegaram na hora marcada por telefone e bateram na porta vermelha 203.
– Quer dizer então que esta numeração está também num computador de algum hospital... aqui em Miami? — Normani perguntou quebrando o silêncio, enquanto as outras digeriam a informação com calma.
– Provavelmente... — deu de ombros, voltando a observar o objeto com um cuidado medido, o pegou nas mãos e franziu o cenho para algo estranho que havia nela. — Engraçado... em geral, este tipo de pulseira vem com outras informações, não só o seu nome e dessa tal de C. Jauregui que, certamente, é a sua mãe... — o virou de todos os ângulos possíveis, não encontrando o que acabara de citar.
– O que exatamente? — Indagou Lauren ansiosa.
– O nome do hospital onde você nasceu.
– Bom, e não está aí?
– Não... é como se alguém tivessem modificado ele e passado alguma tinta em cima...
A conversa foi silenciada por pensamentos inquietantes das garotas, que se perguntavam "quem", "como" e "por que".
Frustrada por achar que a ida até a casa da pediatra fora em vão, Ally comentou sentando-se no sofá.
– Essa busca vai ser mais difícil do que eu pensei...
Acordada pelas vozes até então não identificadas no andar de baixo, Camila se levantou e procurou pela amiga. Seu sono leve sempre fora um problema desde bem nova, qualquer mínimo ruído a despertava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Looking For Happiness [Reescrevendo]
FanficCostumamos ouvir que a felicidade não tem preço. Há pessoas que dizem, sem muito refletir, que fariam qualquer coisa para serem felizes. Lauren Jauregui, uma britânica no auge de seus 19 anos de idade, sonhadora, ainda almeja encontrar um sentido na...