Família

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Andei sem rumo por aí, quando finalmente me deu vontade de ir pra casa, e quando chego, a merda da porta estava destruída, e uma garota de cabelos cacheados prateados estava me esperando em pé, lixando as unhas.

- Luna! Que bom que chegou. - ela sorriu e olhou em volta. - Eu meio que estava com tédio, então vim te visitar.

- Ah claro... - murmurei. - Agora me diga, Luara, por que você destruiu a merda da porta?!

- Eu disse que estava com tédio. - ela revirou os olhos - Então eu queria ver sua cara de surpresa quando eu entrasse destruindo a porta. Mas, você não estava em casa, então eu tive que esperar.

Luara é minha irmã gêmea mais nova, e ela não é idêntica à mim, somente pela cor do cabelo.

Pode parecer que ela não me odeia, mas, quem pediu para a bruxa fazer o feitiço anti-transformação, foi ela.

- Como vai sua vida? - ela pergunta se jogando no sofá.

- Na mesma. - respondi encarando o estrago da porta, e calculando qual seria o valor para uma porta nova. - Agora, Luara, pode começar a explicar o real motivo de você estar aqui.

- Direta, como sempre. - ela revira os olhos. - Enfim, irmãzinha, o papi quer que você vá até a alcatéia amanhã.

- Ele me expulsou, não posso por o pé lá. - retruquei. - Aliás, o que aconteceu de tão importante para ele chamar uma ômega sem alcatéia para conversar?

- Primeiramente, você é filha dele, e ele te chama quando quiser. - ela retruca. - Por mais que você seja uma ômega fraca e inútil que nem se transformar consegue, e esteja expulsa. Aliás, amanhã também é a "coroação" do Lucas, amanhã ele se tornará o Alfa da alcatéia, e como ele é seu irmão mais velho, você não pode deixar de aparecer.

- Ele me odeia. - resmunguei. - Creio que ele não me pediu para ir.

- Todo mundo te odeia, você já está acostumada com isso. - ela dá um sorriso debochado. - Aliás, o Alfa Supremo, irá amanhã. E olha que engraçado... Ele não tem companheira.

- Não vejo graça nenhuma nisso. - retruco.

- Bem, a graça é que eu também não tenho um companheiro. - ela explica com um sorriso malicioso. - Pode se sentir honrada, seu cunhado será o Alfa Supremo.

- E se ele não for seu companheiro? - perguntei.

- De quem mais ele seria?! - ela dá uma risada com escárnio - Não existe ninguém mais perfeita do que eu. Ou você acha que... Ele escolheria uma ômega fraca e inútil que não consegue se transformar... Como você? - então ela começou a rir.

- Não faço nem questão. - resmunguei. - Aliás, se era só isso, pode ir embora.

- Poxa, ficou magoada foi...? - ela fez uma cara de: Coitadinha dela.

- Eu? Ficar magoada? - repeti, e dei uma risada histérica. - Não me importo com nada. Assim como não me importo com o que você fala, ou faz. Por mais que você tente, não conseguirá me atingir, pentelha.

- Pentelha?! - ela se irrita - Mamãe não gostava que você me chamasse assim!

- Ela morreu. - retruquei e agarrei o cabelo da Luara, e a arrastei até a rua.

- Aiiiii! Luna me solta!!! - Luara gritou enquanto esperneava.

- Entre na minha frente falando merda de novo, - resmunguei a soltando - que vou te puxar pelos cabelos... De baixo.

Então ela saiu correndo.

E eu me sentei na calçada.

Fraca, ela disse.

O Alfa e a ÔmegaOnde histórias criam vida. Descubra agora