Aaron
Vê-la naquela roupa, ela estava muito gostosa, e pensar que outros homens a veriam assim também...
Fez o meu sangue ferver.
Tanto que eu a tranquei no quarto.
E por mais que eu estivesse assistindo a cerimônia, não consegui prestar atenção em nenhum detalhe, por que minha mente ficava viajando para os detalhes do corpo dela.
E que corpo, principalmente a bunda dela, a rebolada é sensacional.
Sim, eu sou possessivo (um pouco tarado também, só um pouquinho), e eu acho que minha possessividade extrapola às vezes.
Logo após a cerimônia, eu fui pra casa do pai dela, e quando abri a porta do quarto de hóspedes, Luna estava dormindo, sentada no chão.
Peguei a chave das algemas (não me perguntem por que ando com algemas), e tirei as algemas, e vi que seu pulso estava vermelho.
Me amaldiçoei mentalmente por ter escolhido uma algema tão pequena, e então a coloquei deitada na cama e deitei ao lado dela, e comecei a brincar com seu cabelo.
Ela é tão fofa dormindo, mas é tão marrenta enquanto está acordada...
Eu acho que quando ela dorme, com sua guarda baixa, ela me mostra como é, bem lá no fundo, ela me mostra que ela é calma, gentil... Sei lá! Passa uma impressão inocente.
É claro que eu posso estar achando errado, por que a mente dela não é muito inocente.
Ela pensa muita merda.
Falam que ela não se importa com nada, que ela é fraca, mas isso não é verdade.
Primeiramente, um dos pontos fortes dela, é o orgulho.
Sim, podem até falar que o orgulho geralmente é uma fraqueza, mas do jeito que ela viveu, esse orgulho dela que fez ela aguentar todas aquelas pessoas que a odiavam, e se recusavam até a chegar perto dela.
Enfim, quando o sono começou a vir, eu puxei Luna pra mim, e dormi abraçado com ela.
Só quero ver amanhã, quando ela acordar, provavelmente, ela irá me acordar gritando: " O QUE ESSE ZÉ COXINHA DESGRAÇADO ESTÁ FAZENDO AQUI?!".
Daquele jeitinho de marrenta, com aquela carinha de brava...
Ai ai...
Luna
Acordei sentindo um peso sobre mim, e uma respiração no meu pescoço.
Depois de dois segundos raciocinando, percebi que eu estava deitada, sem algemas, na cama do Aaron, e o Aaron estava lá, me abraçando por trás, e sua respiração calma em meu pescoço me fez arrepiar.
Ah... Mas eu mato esse Zé das Desgraças...
- O QUE ESSE ZÉ COXINHA DESGRAÇADO ESTÁ FAZENDO AQUI?! - gritei tentando me soltar dos braços do Aaron, porém, ele me apertou mais contra ele.
- Fica quieta, vai... - ele murmurou ainda com sono. - Volte a dormir... Acredite, você parece um anjinho dormindo...
- Por acaso você andou me observando enquanto eu dormia? - perguntei enquanto ainda tentava me soltar dele, porém, ele me apertava mais forte.
- Ah claro, a maior parte da noite... - ele respondeu. - Na verdade, eu dormi enquanto te observava.
- Idiota... - murmurei. - Me solta Aaron!
-Ah, não... Hoje nós iremos embora, e eu tenho que dirigir à noite... - ele resmungou. - Dê uma trégua hoje, Luna. Fique aqui, e durma.
- Como assim... Iremos embora hoje? - questionei encarando ele. - E minha faculdade...
- Aulas em casa, com uma professora, mulher ouviu? - ele disse, mesmo com sono esse cara ainda é ciumento?!
- Tá, eu entendi... - resmunguei enquanto parava de tentar sair dos braços do Aaron, então ele sorriu, e me puxou mais para ele.
- Ei... Luna... - ele me chamou.
- Que é... ? - minha voz saiu sonolenta.
- Você não precisa ser assim comigo. - ele diz.
- Assim como? - perguntei.
- Como você é com as pessoas que te odeiam. - ele respondeu, e novamente sua respiração me arrepiou. - Eu não te odeio.
- Desculpa... - dei um sorriso de lado. - Eu tenho essas barreiras, por que...
- Eu sei, todos te odeiam por algo que você não fez. - ele começou a mexer no meu cabelo. - Mas... Eu não penso assim.
Fiquei quieta, e ele continuou a mexer no meu cabelo.
- Você é um babaca, às vezes... - resmunguei e ele riu. - Mas... Estou na dúvida... Se você é um babaca legal... Ou um babaca chato... Ou um babaca fofo... Ou um babaca arrogante... Ou somente um babaca...
- Resumidamente: você me acha um babaca de qualquer forma...? - ele resmungou e eu ri.
- Por aí... - murmurei. - Agora, me diga... Você ter falado comigo naquele dia foi coincidência, ou você planejou?
- Ah... Foi coincidência. - ele explicou. - Só vi minha pequena sentada em um banco, sozinha, e como eu sei que você é marrenta, resolvi implicar. - ele deu uma risadinha. - Você não me decepcionou. Aliás, quero meus cem dólares de volta!
- Você implicou demais. - retruquei. - Sou muito orgulhosa, o que você esperava?!
- O que custava você apenas dizer: " Não, obrigada."??! - ele resmungou. - Não era necessário que você picasse a nota de cem e jogasse na minha cara!
- O que eu fiz, tá feito! - me irritei e ele soltou um suspiro cansado. - Agora fique calado, e vá dormir.
Então me virei pra ele, e acabamos ficando de conchinha, e ele passou o polegar nos meus lábios.
- Que menina marrenta... - ele resmungou, então ficou encima de mim. E meu coração disparou, e ele deu uma risada gostosa. - Sabe qual é a parte mais legal de ter uma audição aguçada? - fiz uma expressão confusa. - Poder saber como o seu coração bate rápido quando eu chego perto.
- Mas, é babaca mesmo... - murmurei irritada.
- Você fica linda brava - ele sorriu e me deu um beijo no pescoço, o que me fez arrepiar. - Na verdade você fica linda de qualquer jeito... - então me deu um beijo no queixo. - Minha marrentinha... - uma mordida no lóbulo da orelha. - Adoro te provocar...
Ri com escárnio, Aaron parecia surpreso, e segurei a gola da camisa dele com as duas mãos. Então o puxei mais pra perto, a ponto de sua boca ficar a centímetros da minha, e falei:
- Não me provoque. - então terminei com qualquer resquício de distancia que a minha boca tinha da boca dele.
O Aaron vive me chamando de drogada, o que é a mais pura mentira. Mas agora, acho que eu mereço o título de "Viciada".
Sabe, esses beijos viciam...