Straight into the storm

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Ah, que semana que vem o que, já tá ai pra vocês!

Amo vocês demais.

- G



19 de setembro de 2026 - 13 anos depois.



As bandeiras do ancoradouro tremulavam em uníssono quando Lauren Jauregui estacionou a sua velha caminhonete Chevy Cheyenne 1974. Ela desceu da picape e estudou os pedaços de tecido ao vento. Havia pequenas pistas em cada volteio, e dicas sutis em cada dobra. Ela sabia que esta era uma relaxante brisa de sudoeste, não mais do que quatro nós. Começava nos bancos de gelo da Nova Escócia, soprava com os ventos alísios por sobre a Nova Inglaterra e ia até o Caribe.

Lauren foi até a caçamba e tentou abrir a porta traseira, mas aquela porcaria estava emperrada. Ela havia comprado a velha caminhonete em um ferro — velho, e o seu pai dera vida nova ao carro com um motor usado. Quando a picape precisou de um novo motor, seu pai lhe disse para dar o veículo como entrada na compra de um novo. Mas ela não lhe deu ouvidos e, quando ele morreu subitamente alguns anos depois, ela sabia que nunca conseguiria se livrar daquela Chevy. Lauren fazia o possível para mantê-la rodando, com as mãos sobre o volante como se fosse uma parte do seu pai.

Lauren puxou uma grande bolsa com uma vela de barco por cima da lateral da caçamba. Com o cabelo escuro preso em um rabo de cavalo que saía pela alça traseira do boné dos New England Patriots, ela equilibrou a bolsa sobre um ombro, virou-se e caminhou para a doca.

 Veronica Iglesias estava sentada ao sol em uma cadeira de alumínio, ao lado de uma placa pintada a mão que anunciava: A MULHER QUE ESCUTA. Quando ela viu Lauren se aproximando, levantou um dos seus fones de ouvido e gritou:

— Puxe uma cadeira!

Vero havia desistido de ser garçonete no bar do velho John á alguns anos para começar um novo negócio. Por 15 dólares a hora, ela escutaria qualquer coisa sobre a qual você quisesse conversar, com a garantia de sigilo absoluto. Ela não dava conselhos e, definitivamente, não tinha convênios com planos de saúde, mas estava sempre ocupada com clientes que vinham até a doca para lhe contar alguma coisa. O maior dom de Vero — talvez até mesmo uma arte — era a capacidade de manter uma conversa fluindo apenas com a quantidade certa de "ahans"

— Vamos lá, Lauren, eu te dou meu desconto especial para amigos e família — disse ela. — Só cinco dólares por uma hora, com a qualidade dos meus ouvidos para você.

— Talvez outro dia. Preciso cair na água.

— Como quiser — disse Vero, ajustando seus fones de ouvido e recostando-se na cadeira de alumínio.

Mais adiante, alguns ratos de doca estavam jogando baralho. Eram pescadores que ganhavam a vida com o seguro social jogando bingo e ficavam perto da água todas as tardes, observando os barcos, monitorando o preço da lagosta e contando mentiras.

— Ei, princesa! — uma das pessoas na rodinha gritou, olhando através de óculos iguais aos de Larry King que dominavam a sua face.

— Como vai, Mani? — disse Lauren.

— Perdendo a minha camisa — ela disse, largando suas cartas. — Precisa de uma tripulação para esta tarde?

— Eu gostaria de poder pagar pelos seus serviços.

— Eu imploro — ela disse. — Eu trabalharia de graça. Não consigo aguentar isso aqui nem mais um minuto.

— Ela não consegue aguentar perder mais uma rodada — disse um dos outros que estavam com ela.

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