Capítulo II

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Minha faculdade acabou, tirei uma ótima nota no TCC. Pensei que ia desmaiar na hora da apresentação de tão nervosa que estava. Meus joelhos estavam moles e meus dedos trêmulos. Mas depois que comecei a falar, logo todo mal estar passou e isso foi um alívio. Todos me elogiaram.

E assim que terminei liguei para minha mãe. Isso era um ritual em minha vida. Sempre minha mãe tinha que ser a primeira a saber de tudo. Era assim que funcionava. Bom, menos sobre o Miguel, esse segredo era exceção, mas por pouco tempo.

Iria viajar amanhã, e hoje a noite iria comemorar com meus amigos. Estava bem animada, que momento especial. Como é bom batalhar por algo e depois receber a linda conquista. Não tem preço! Não podemos desistir.

Me olhei no espelho pela décima vez. Estava linda. Se eu não me achar linda, que vai me achar não é mesmo?

Passei lápis para realçar o verde do meus olhos. E um batom vermelho. Sempre gostei de batons e esmalte escuros. Minha pele era cor parda, estava perfeita e meus cabelos estavam brilhando e desciam em cascatas até a metade de minhas costas.
Meu sonho era ser alta, mas eu so tinha 1,60. Tinha esperança de crescer a cada ano que passava, mas quando completei vinte anos desisti completamente.

Estava com um vestido preto colado que ia até a metade de minhas coxas.

Continuei olhando no espelho até sentir umas mãos em minhas pernas. Abaixei o olhar e lá estava a minha força de todos os dias. Passei a mão em seus cabelo, e olhei em seus olhos.

-- Mamãe minha está muito linda.-- disse e me abraçou.

-- Você acha meu amor?-- perguntei sorrindo. Ele sempre me elogiava.

Ele balançou a cabeça afirmando que sim. Ele apontou o dedo e olhei em direção que ele estava mostrando. Era uma foto no criada mudo ao lado da cama. Uma foto de mim e seu pai.

--Mamãe ama papai meu? — ele perguntando me olhando como se entendesse tudo.

-- Sim. Mas esse é um segredo nosso entendeu? — passo as mãos em meus cabelos, talvez assim passa um pouco minha ansiedade quando o assunto é o amor. Não qualquer amor, mas esse tipo de amor.

-- Eu também amo papai Ian. — fala Miguel de um jeito fofo que só criança consegue.

Eu sempre mantive essa foto no meu criado. Mesmo que Miguel não conhecesse o pai, queria que ele soubesse que tinha um. Eu sempre contava histórias sobre Ian, ele sempre ouvia com interesse.

Me abaixo para ficar mais pertinho dele, como eu o amava, que criança maravilhosa era meu filho, meu desejo é que ele viva a vida de forma intensa, curtindo cada detalhe. E o tempo passa tão rápido, daqui uns dias ele já vai estar na faculdade. Acho que exagerei um pouco, mas é quase isso. A vida passa em um sopro.

-- Mamãe tá ponta pá sair?-- ele perguntou me olhando e passando a mão em meus cabelos. Ele amava passar os dedos em cabelos, mas só de mulheres. Menino esperto!

-- Tô pronta. Vou lá chamar a vizinha para ficar aqui com você.-- beijei sua testa e me levantei.

Bati na porta da casa ao lado e rapidamente Marlene apareceu toda sorridente. Como era bom ter ela em minha vida, uma pessoa incrível de um coração maravilhoso!

-- Vizinha Mari, como você está linda.-- ela me abraçou apertado.--Espero que não demore voltar de sua cidade, sabe que não consigo ficar sem o Miguel.

Soltei de seu abraço e dei um passo para trás. Estava chegando o dia, e queria que fosse o mais rápido possível.

-- Não pretendo demorar. — Digo passando as mãos em meus vestido como se ele estivesse amarrotado.

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