Estava em um sono bom, quando de repente escuto algo tocando e penso que estou sonhando. O som não para, e percebo que é meu celular. Demoro um pouco para encontrá-lo.
— Alô? — falo meio grogue.
— Sua mulher está comigo, vai ter que me dar muito dinheiro para tê-la de volta, camarada.
Sento-me rapidamente. Viro e não vejo Marina. Levanto e vou até o banheiro, mas não a encontro. Começo a entrar em desespero. Cadê a minha mulher? Isso não pode estar acontecendo.
Abro a porta, olho ao redor, e entro no elevador. Quando a porta abre, corro rapidamente em direção à praia. Olho em busca de Marina.
Não a vejo. Começo a gritar seu nome com toda a força. Não posso ficar sem ela, ainda mais agora que temos um filho.
— MARINAAAA?
Grito novamente, desesperado. Finalmente a encontro. Ela parece assustada, mas eu estou aliviado em saber que era mentira. Ela está ali, e isso é o que importa. Preciso beijá-la. Nossos olhos se encontram, e continuo correndo em sua direção, abraçando-a aflito. Meu abraço é apertado, mas não quero soltá-la, tenho medo de ela desaparecer.
Beijo seu pescoço. Depois, seguro seu rosto e a beijo na boca. Minha mão desce até sua cintura.
Abraço Marina novamente, e ficamos assim, tranquilos, um nos braços do outro. Estou tentando pensar na melhor maneira de contar para Marina o que aconteceu, mas está difícil. Não quero que ela fique assustada.
Me afasto, receoso, e não paro de olhar para Marina. Por que ela tinha que ser tão importante assim para mim? Eu a amo tanto.
— Alguém me ligou — digo, passando a mão pelo cabelo.
— E? — ela me incentiva a continuar.
— Disseram que tinham raptado a minha mulher e queriam muito dinheiro, ou a matariam. Quando acordei e não te vi, eu... — minha voz some.
Marina se aproxima e me abraça novamente. Fecho os olhos e me concentro no calor do seu corpo. Seu corpo se encaixa perfeitamente ao meu, e começo a sorrir, lembrando dos velhos tempos em que éramos namorados. Paro de sorrir abruptamente e sinto o corpo de Marina ficar tenso. Ela se afasta de mim de repente, e sinto o pânico se espalhar pelo seu corpo.
— E se isso for uma armadilha? Cadê o Miguel? — Marina pergunta, preocupada.
Olho para Marina e entendo o que ela quis dizer. Começamos a correr em direção ao hotel.
Entramos rapidamente e não encontramos Miguel. Marina aperta minha mão e vejo lágrimas se formando em seus olhos.
— De novo não, Ian, por favor — ela diz com a voz chorosa.
De repente, Miguel sai de dentro do banheiro segurando um ursinho, com os cabelos bagunçados. Quando vê eu e sua mãe, percebe que algo aconteceu e arregala os olhos.
— O que foi? — Miguel pergunta, preocupado.
Eu e Marina começamos a rir. Não sei se era por causa do espanto de Miguel ou de alívio ao ver que nosso filho estava bem. Marina me abraça ainda rindo, e logo em seguida começa a chorar.
— O que foi, meu amor? — pergunto.
Por que as mulheres são assim? Choram por qualquer motivo e ficam felizes por coisas bobas? E o que mais me confunde é quando choram e riem ao mesmo tempo. Isso não é normal. Como elas têm a capacidade de chorar e rir ao mesmo tempo? São mistérios da vida.
— Só estou feliz — ela se afasta, e vejo lágrimas se misturando com seu lindo sorriso.
— Tô com fome — diz Miguel.
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Além do amor
RomanceO que você faria pelos homens da sua vida? Marina foi para São Paulo em busca de uma vida melhor. Só que levou junto um grande segredo. E após alguns anos resolve voltar para sua cidade natal e enfrentar seu passado. Só não imagina que o amor que ta...