Conversas

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MANSÃO CASTILLO

– Como foi a sessão no psicólogo, pai? – A adolescente desceu as escadas correndo.

– Na psicóloga. – Ele falou, jogando as chaves em um móvel. – Foi estressante.

– Ah, então é mulher? – Ela sorriu, com um bom pressentimento.

– Sim, é mulher.

– Que bom! – Ela beijou o rosto do pai, sorrindo. – Vamos ver se ela pelo menos consegue te domar.

HOSPITAL CENTRAL DE TORONTO
ÁREA DA PSICOLOGIA

– E então? – Max entrou na sala de Angeles, ansioso.

– E então o que? – Ela arrumou a postura na cadeira e cruzou as pernas.

– Como foi com o Castillo?

– O homem é um grosso, de verdade. – Ela falou baixo e observou o padrasto sentar.

– Não sei o motivo de pensar assim, mas acho que vocês vão se dar muito bem.

– Está me chamando de grossa? – Ela manteve uma expressão de quem estava ofendida.

– Não. – Ele soltou uma risada despreocupada. – E que tal o físico dele? Bem o seu tipo.

– Ele é muito bonito. – Ela acabou deixando escapar um rápido sorriso. – E tem um físico invejável.

Max ficou boquiaberto, observando a mulher sorrir enquanto pensava em German, o que era quase impossível no caso de Angeles.

– Se você só viu ele uma vez e já está assim, não quero nem imaginar quando começarem com as outras sessões. – Ele riu e tirou o celular do bolso.

– Você é louco, Max. – Riu com o homem, levantando-se. – O máximo que eu posso ter com o Castillo é uma noite. Ele definitivamente não faz o meu tipo.

-

– Você vai ficar emburrado nessa cadeira até a psicóloga gata assinar todos os papéis? – Silvia entrou na sala de German com um pote de sorvete nas mãos.

– Antes de tudo eu queria perguntar se você virou lésbica e não me contou, porque parece sentir grande atração pela psicóloga. – Ele deixou de olhar o celular.

– Quem sabe algum dia, não é? – Tomou um pouco do sorvete e continuou: – Mas por enquanto eu prefiro homens, como você.

Ela riu e fechou a porta da sala, aproximando-se de German e sentando em seu colo, ainda com o sorvete nas mãos.

– Você não tem uma cirurgia agora? – Ele riu e a observou mexer a cintura levemente.

– Faltam alguns minutos. – Silvia deixou o pote de sorvete na mesa e virou para German novamente.

– Então quer sexo? – Ele soltou outra risada.

– Quero. – Ela arrancou a gravata dele e jogou-a no chão.

– Por que? – As mãos de German descerem até a cintura dela.

– Porque você sabe o que faz e não vai me decepcionar. – Ela sorriu animada. – Sabe que quando estou precisando, como agora, você nunca nega.

– E por que não procura outros médicos safados? O hospital está cheio.

– Porque eles sempre querem algo depois do sexo, como por exemplo o meu número. – Ela riu e deu um beijo rápido nele. – E eu não gosto disso.

It Must Have Been LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora