– Qual o seu problema? – Ela perguntou calma, virando-se de frente para ele.
German quase ficou extasiado com tantos sentimentos. Vê-la tão perto e tão calma o desestabilizou por completo.
– Como assim? – Sua voz adquiriu um tom baixo.
– Você não precisava estar falando comigo. A Lizzy deve estar te procurando.
Ela pôde jurar que viu um sorriso aparecer no rosto de German, mas apenas por um breve momento, pois nos segundos seguintes, ele aproximou seu corpo do dela, intimidando-a.
– Então você já me viu hoje? – Perguntou, incrédulo. – Por que não falou comigo? Foram três anos sem notícias suas.
– Por que eu não falei com você? – Ela riu, balançando a cabeça. – Porque você me fez ir embora com seu egoísmo, com sua incompreensão.
– Eu? – Retirou as mãos dos bolsos e apontou para si mesmo, arqueando as sobrancelhas, como se não acreditasse no que Angeles falava.
– Ah, por favor. Não venha colocar a culpa somente em cima de mim. – Respirou fundo. – Eu sei que eu errei, mas somos ambos complicados.
– Até onde eu sei, quem mentiu foi você. – Ele a olhou, falando devagar.
Ela não respondeu. Assentiu com a cabeça apenas uma vez e levantou o olhar, para evitar que as lágrimas escorressem pelo rosto. Afastou-se um pouco dele e cruzou os braços, em uma tentativa de querer se proteger das palavras de German, pois ele sempre havia sido muito duro quanto a isso. Sempre machucava com simples palavras, e sem muito esforço.
Sem explicações, ela começou a caminhar de volta para a o salão.
– Não fala mais agora? – Ele se apressou em perguntar, puxando-a pelo braço rapidamente, mas tomando o cuidado para não a machucar.
– Por favor! – Ela encarou a mão dele em seu braço, como se pedisse para soltar.
Ignorando-a completamente, ele a puxou ainda para mais perto.
– Você faz ideia de como sua ausência me desestabilizou? – Ele sussurrou, próximo ao rosto dela.
Angeles sentiu que as lágrimas escorriam cada vez mais rápido e desceu o olhar para os lábios dele, recordando de todas as vezes em que os havia beijado.
German se aproximou ainda mais, obrigando-a a caminhar para trás, até estar completamente encostada em uma parede. Uma das mãos fortes dele desceram para a cintura de Angeles, fazendo-a fechar os olhos diante de tantas sensações ao mesmo tempo.
– Não vamos nos machucar mais... – Ela sussurrou, implorando para que ele parasse.
– Eu não sou forte o suficiente para me afastar. – Respondeu, enquanto seus lábios deslizavam pelo rosto dela, já molhado de lágrimas.
Sem conseguir raciocinar direito sobre o que estava acontecendo, Angeles desistiu de resistir e mandou tudo para o inferno mentalmente. Não iria se maltratar daquela forma.
– Então não se afaste. – Sussurrou para ele, levando as mãos até os seus cabelos escuros.
Não durou muito até que German também mandasse tudo para o inferno.
Ele a beijou com uma paixão quase incontrolável, subindo a outra mão até os cabelos de Angeles e os soltando, pois estavam presos em um penteado. Ele queria sentir novamente os fios entre seus dedos. E foi isso que fez.
Deixou que suas línguas se encontrassem, como havia desejado durante três longos anos. Sentiu a maciez e delicadeza dela se juntar ao seu corpo musculoso e forte, enquanto seus lábios começavam a ficar mais vermelhos, por causa do intenso beijo.
Aos poucos, foram controlando a agitação e deixaram os movimentos mais lentos e satisfatórios, pois se deliciavam com as carícias que acompanhavam o beijo.
Nunca imaginavam que o contato entre ambos continuaria a ser tão intenso. Os lábios de German ansiavam os de Angeles, macios e extremamente receptivos, pois ele podia sentir que ela o beijava com precisão, como se aquela fosse a última vez dos dois.
Perdido em um emaranhado de sensações, German sentia que começava a perder a noção de tempo e espaço, desejando estar para sempre com Angeles.
Por outra lado, sentindo que seu corpo estava cada vez mais entregue àquele contato, Angeles se desesperava por confiar tanto no homem que a beijava. E enquanto o beijo ficava cada vez mais compassado e úmido, ela pôde sentir o volume na calça de German. A partir desse momento, seu corpo também começou a responder de forma mais encorajadora. Sabia que se não fizesse alguma coisa, acabaria deitada na cama dele, mas apenas isso. E definitivamente não era o que queria.
– German...– Ela o empurrou devagar, afastando o corpo dele.
– Qual o problema?– Ele a observou sonolento, como se precisasse de um tempo para se recuperar do que acabara de acontecer.
– Você não é capaz de me perdoar.– Ela passou as mãos pelo rosto, nervosa.– É melhor a gente parar por aqui antes que se torne mais difícil.
– Eu estou disposto a tentar.– Tentou se aproximar novamente.
Antes que ele pudesse segurá-la outra vez, Angeles se afastou para o lado.
– Para quê? A gente só vai se cansar mais, German.– Respirou fundo.– Aproveite a noite.
Com essas palavras, ela se retirou, voltando para o salão de cabeça erguida, como se nada tivesse acontecido.

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It Must Have Been Love
Любовные романыGerman Castillo, neurocirurgião obcecado pelo trabalho e pela segurança de sua filha Violetta. Homem frio, calculador e duro com qualquer um que entre em seu caminho. Anos trabalhando no Hospital Central de Toronto, sempre procurou esconder as dores...