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Chorei, chorei como se nunca tivesse chorado em toda a minha vida, chorei como se tais lágrimas fossem diminuir tamanha dor que acabara de surgir novamente, aquela vontade de novo, talvez o meu pior erro foi ter ganhado a corrida dos espermatozóides, foi ter nascido, foi ter crescido, foi achar que a vida poderia ser bela um dia, foi não ter aproveitado os momentos bons, ou talvez o meu erro é estar aqui, só me lamentando e não fazendo nada.

Eu preciso da morte agora, eu preciso sumir, mais tenho que lutar contra a minha vontade, eu não posso, talvez. É estranho estar tão confusa nesse sentido, quero e não quero morrer, talvez eu só precisasse relaxar novamente, dormir, dormir muito.

Enxuguei as lagrimas que já estavam secando e levantei bem devagarinho, não sabia o que exatamente iria fazer, mas eu precisava ir até lá.

Abri a porta devagar e fui até a cozinha sem fazer barulhos.

-Eu sei que deve ter algum remédio por aqui ~falei baixinho para mim mesma, olhando as gavetas~

Ao abrir uma outra tinha uma cesta com remédios, nem sabia que eles estavam mais ali, eram os anti depressivos que me passaram quando ia ao psiquiatra. Sim, eu passei nesses médicos por um tempo, no inicio de quando meu pai morreu, parei de ir quando o moço dividiu com a minha mãe algumas coisas que não eram necessárias. Olhar aquele frasco de remédios que tinham só me traziam mais uma certeza, eu nunca servi para nada, nenhum remédio me fez melhorar, sou inútil o suficiente até para ficar melhor de depressão.

Peguei os frascos e fui para a pia, coloquei alguns comprimidos na boca e já engoli junto com a água, eram poucos, mais eram necessários talvez para dormir algumas horas, ou até para sempre que era o meu maior desejo no momento.

Coloquei no bolso da minha blusa os outros frascos e voltei para o meu quarto.

[...]

Deitada, cinco minutos depois, lá estava eu, pensando novamente na vida, enrolada debaixo do cobertor, só era eu e meu escuro maravilhoso, eram eu e meus pensamentos.

Como seria se eu morresse? Já pensei tantas vezes nisso que chega a irritar tantas situações diferentes, não consigo imaginar nem minha mãe nem Emerson chorando, nem se lamentando, afinal né... Mais será que eles se importariam? Queria só saber se quando a pessoa morre ela pode ver tais situações, não que eu queira ver o mal de Iolanda, mais eu queria ver ela perceber o quanto eu faria falta se morresse, o quanto eu vou fazer falta, e ai me lembrei de Matt... Será que ele se importaria?

Talvez sim, talvez não, ele era só um garoto que eu mal conhecia, mais eu gostava tanto da presença dele.

[...]

Lagrimas brotaram em meus olhos novamente, sem motivo algum, eu ainda não tinha dormido, talvez eu tenha tomado poucos comprimidos, talvez eu ainda estivesse com um pouco de medo da morte, um pouco de medo de ir pra tal inferno que as pessoas tanto falam, coloquei a mãos no bolso de minha blusa e sentei, peguei mais comprimidos e enfiei garganta a baixo, fui ao banheiro para beber agua, e lá já tomei mais comprimidos, um frasco inteiro.

Voltei para a cama, com um pouco de receio, mas com uma certeza, eu iria conseguir relaxar, por bastante tempo.

Oi gente, ai mais um capítulo para vocês, espero que estejam gostando, comentem o que estão achando.

BJ by Giih

Um amor suicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora