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E dois dias se passaram após aquele ocorrido, eram dois dias planejando tantas coisas, a maioria incluía morte e engraçado como ainda um pedaço de mim tinha esperança de felicidade, me imaginei casando com alguem na praia, seria realmente lindo, mas como é impossível me recuso a criar expectativas. Foram dois dias em que não saí do meu quarto, nada de comida, nada de vontade de falar com ninguém, de ver ninguém, nada de noticias nem de Matt, eu evitava o máximo para não pensar nele, toda vez que me vinha ele na mente eu pensava em morte, era engraçado que eu pensei tanto que durante a madrugada, enquanto dormia sonhei que estávamos nos jogando do penhasco juntos, é bem estranho, mas foi um sonho que em partes me agradou.

Mesmo evitando eu fiquei muito preocupada com ele, como pode termos passado algumas horas juntos, mesmo que foram com aqueles problemas mas passamos, e ficamos e nem se quer me ligou ou mandou mensagem para perguntar se ainda estou viva.

-De novo não, nada de pensar nele! ~cochichei pra mim mesma~

Era de manhã, minha barriga estava roncando mas eu não estava com fome, eu sabia que não, Iolanda tinha vindo varias vezes no meu quarto me oferecer algo e brigar comigo, e falar, falar e falar muita coisa mas eu fingia que não escutava e só ficava quieta, que era a solução.

Eu sabia que estava decidida a me matar, eu tinha um desejo enorme mas tinha algo que me impedia, eu talvez soubesse o que era mas me recusava a acreditar. Eu lembrava de Avril a cada ideia nova de morte, ela se matou, se ela estivesse aqui... Seria tão diferente, tão bom... Mas ela não aguentou, eu não tinha que aguentar também, eu ainda posso ser feliz se quiser, todo mundo pode, mas eu sei que não quero mais, não tem porque ser feliz num lugar que não vale a pena, e também não é por isso que não amo ninguém, está sendo um sacrifício enorme decidir isso, eu mesmo parecendo que não me importo, mesmo sabendo que não se importam comigo, amo tanta gente, e sei que tem alguem, uma única pessoa que vai sentir se eu for.

-Matt

De novo no meu pensamento, eu me recusava a acreditar mas era ele que me impedia a ter certeza do que quero, eu estava apaixonada por ele sem ao menos conversar com ele, me sinto idiota!

Só não consigo evitar pensar nele, não gosto disso!

"Estávamos quase chegando no "ponto", nosso ponto pra tudo e principalmente pra desistir de vez da vida, era o penhasco, onde nos conhecemos e onde morreremos juntos. Seria o meu fim, o nosso fim, me recusava a acreditar ainda que aquilo estava acomtecendo, parecia um sonho.

E de mãos dadas nos aproximamos mais da beira, coloquei minha bolsa com a minha carta e a dele no chão, nos entre olhamos uma ultima vez e nos beijamos, também pela ultima vez, poderíamos desistir para tentarmos ser felizes mas que ambos não falamos mais nada sinal que aquele realmente seria o fim.

-Ah, eu amo muito você garota! ~vi lagrimas descendo sobre seus e então um beijo e um abraço forte me vinheram~

-Eu também te amo Matt! ~ sorri e chorei junto~

Olhamos para baixo e de mãos dadas nos jogamos sobre as aguas daquela praia."

Um amor suicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora