Passaram-se três dias e então, chegou o dia da visita a galeria do amigo da professora Miranda.
Todos os alunos estavam animados e contando os dias para a chegada deste dia. Não se falava em outra coisa. Lola estava radiante e animada como nunca antes. Já tinha planejado com que roupa iria, qual acessório, maquiagem, cabelo e até qual perfume usaria.
Lola tinha combinado de que quando chegasse da escola, esperaria até às oito horas da noite o se pai chegar do trabalho para levá-la, pois ela não sabia como chegar no local e seu amigo Erick não iria pois, segundo ele, não ''curtia'' muito eventos sobre artes.
A adolescente tinha tomado banho com uma hora e meia de antecedência. Vestia um vestido branco, botas cano alto pretas e de couro falso, jaqueta preta e de couro e uma bolsa de franja para carregar seu celular, dinheiro, carteira e batom. Fez uma maquiagem nos olhos com tons da cor marrom, bem leve e na lateral do rosto fez o contorno marcante e na boca caprichou usando um batom vinho. Usou um perfume com uma fragrância floral de baunilha, o seu preferido.
Depois que se arrumou, ficou sentada no sofá esperando a chegada de seu pai. A turma tinha combinado de se encontrar em frente a galeria às oito e meia.
O relógio marcou oito em ponto e nada de Lúcio chegar. Oito e quinze e Lola já estava descascando o esmalte preto das unhas com a boca.
Oito e vinte e a menina já não aguentava mais esperar. Seus pés batiam de acordo com os ponteiros do relógio.
Oito e vinte e cinco e então resolveu ligar para o celular de seu pai mas ele não atendia. Chegou a ligar umas vinte vezes mas nada dele atender.
E então o relógio marcava exatamente oito e meia.
Lola deitou no sofá e já não tinha mais esperanças de ir. Pensou em ligar para alguém da turma e pedir para que fosse buscará mas seria muito tarde e a visita tinha hora marcada.
Quando ela já estava pronta para se levantar, tirar toda roupa e maquiagem, ela ouve um barulho da chave na porta. Era seu pai chegando em casa.
- Pai, oque houve? Tentei te ligar milhares de vezes mas você não atendia.
- Acho que meu celular desligou. Desculpa filha, não consigui te avisar que eu não chegaria a tempo de te levar para o seu passeio.
- Onde você estava? - questionou a menina.
- O irmão da minha namorada passou mal e eu fui com ela levá-lo ao médico. Crise asmática. Fiquei com ela no hospital pois estava aos prantos.
- Eu não acredito nisso! Você me trocou! - gritou Dolores.
- Não diga asneiras, Dolores! - brigou o pai.
- Asneiras? Eu tinha te avisado com antecedência sobre esse passeio. Você prometeu que iria me levar! Não confio mais em você! - berrou aos prantos a menina.
- Minha filha, a criança estava quase morrendo!
- Não quero saber! Ele nem é seu filho!
Lola saiu correndo da sala e foi para o seu quarto e bateu a porta como de costume.
Seu pai pensou que ficaria trancada lá como sempre mas se surpreendeu quando sua filha apareceu novamente na sala mas agora usando um cropped preto e uma saia preta com cruzes brancas estampadas.
- Onde você pensa que vai?
- Não te interessa!
- Volta aqui! - gritou pela porta à fora.
Mas já era tarde demais pois Lola já estava dentro do táxi e bem distante de sua casa.
- Quando essa menina voltar, ela vai se ver comigo! - pensou em voz alta.
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A Cor Púrpura de Teus Cabelos
RomansUma aluna rebelde com seus cabelos cor de púrpura. Uma professora presa a um casamento falido. Um amor proibido entre duas mulheres e o preconceito das pessoas ao redor. Seria o amor mais forte que tudo? #21 em bissexualidade (09/08/2018) #1 em biss...