33º Capítulo

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Voltei ao trabalho há uns dias e já me estou a sentir muito melhor. Continuámos a viver em casa de Anne, coisa que me agrada muito, pois assim o ambiente é sempre muito animado e tenho sempre quem me apoie. Já recebemos a carta para irmos a tribunal e já estamos nervosos. O meu pai apareceu e foi acusado de uns quantos crimes que enumeraram numa extensa carta. Parece que não foi só a mim que ele fez mal e vai ser punido por isso. Mrs. Adams contratou um bom advogado para nos ajudar, a mim, ao Harry e a Anne que também vai ter que ir connosco.

Gemma – Então a Angie fica comigo! Vocês já estão prontos? Não podem chegar atrasados!

Angie – Onde vais, mamã?

Eu – Eu, o papá e a vovó Anne vamos a um sítio aborrecido e tu tens que ficar com a tia, sim?

Harry – E não vais para o infantário porque depois vamos comer um Happy Meal!

Anne – Ela sabe lá o que é um Happy Meal!

Angie – Sei sim! Um “Happ…Happ…Mial” é de comer! O papá já me deu isso!

Eu – Harold! Ela tem quase dois anos!

Harry – Mas eu comi o cheeseburguer e ela ficou com o boneco, amor! Juro!

Gemma – É verdade… Eu estava lá!

Anne – A defenderem-se? Que lindos! *apertando-lhes as bochechas*

Eu - *soltando gargalhadas* Muito fofos!

Harry – Mãããe! Vamos antes que cheguemos atrasados!

Acabámos de tomar o pequeno-almoço e despedimo-nos de Angie e de Gemma. Só de pensar que o Max e o meu pai vão estar no tribunal…

Chegamos lá passados dez minutos. Sarah também veio, apesar de eu ter dito para não vir, pois está grávida e não deve estar sujeita a estas coisas. O meu estado de nervosismo aumentou e Anne abraçou-me.

Anne – Depois disto vais poder viver a tua vida descansada com o Harry e com a Angie. Vais nos ter sempre como a tua família. Sempre que precisares vamos estar aqui.

Eu – Muito obrigada, Anne. És como uma mãe para mim. *sorri*

Harry interrompeu-nos e avisou-nos que teríamos de entrar. Deu-me um suave beijo nos lábios e de seguida entramos de mão dada. Max olhou-nos com uma cara de nojo. O meu pai, que também se encontrava no banco de Max, sorriu de lado, como se estivesse a provocar Harry. Eu, Anne e Harry sentámo-nos ao lado do nosso advogado e esperámos que o juiz chegasse.

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Lágrimas escorriam pela minha face. Anne abraçou-me tentando acalmar-me, enquanto Harry agradecia ao advogado. Eles iriam ficar presos durante vinte e cinco anos. Claro que não chorava de tristeza, mas sim de alívio. Finalmente estamos em paz.

Harry dirigiu-se a mim e beijou-me carinhosamente. Abraçou-me e sussurrou um ‘amo-te’ ao meu ouvido. Não conseguiria nada disto sem as pessoas que neste momento me estão a apoiar e fico muito agradecida por isso.

Max já tinha sido levado pela polícia, mas o meu pai continuava no seu lugar à espera que o levassem. Quando os polícias chegaram para o levar, ele passou por nós e parou. Fiquei estática a olhar para ele, à espera que alguma coisa saísse da sua boca. Um pedido de desculpas não fazia nada mas atenuava as coisas e mostrava que ele ao menos estava arrependido. 

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