17: Problemas em meio ao luto

1.7K 151 6
                                    

[Continuação do capítulo 16]

     Em meio ao caos tudo que um indivíduo deseja para aquele momento é a não existência de outros problemas. Há uma certa euforia, ansiedade para as coisas retornarem aos seus ligares. Porém, isso não ocorro. Algumas pessoas até acham melhor todas as desgraças chegarem de uma vez, outros não. Esse era o caso de Anamara Renault. A castanha mal tivera tempo de enterrar sua mãe por razões começadas e terminadas em seus familiares, além claro da presença de Pietro e Pedro. Logo após chegar em casa outras pessoas a aguardava, a curiosidade era somente saber como elas entraram ali. Haviam três indivíduos em seu sofá: A tia Ruth, seu marido e o filho Lucas de quase oito anos de idade. Ignorando a presença deles subiu para o quarto da filha e a ajudou tomar banho. Em seguida a coloca na cama e volta para a sala, queria saber com detalhes o que eles fazem ali. Obviamente desconfiava em partes. A moça seria Ruth Renault, irmã mais velha de sua mãe. Nunca foram próximas o suficiente para sustentar uma amizade ou ao ponto de entrar na casa assim.

    ───── Tia Ruth, o que faz por aqui? Sumiram tantos anos e agora resolveram aparecer? Me perdoe em ser grossa mas se não sabem essa casa é minha agora e a presença de vocês não é bem vinda aqui. — Primeiro a castanha nem estava no ânimo de receber visitas seja lá quem fosse.  Especialmente sua tia. A tentativa falha de agir daquela forma só fez Ruth erguer uma sobrancelha junto a risada sarcástica.

     A mais velha levantou e caminhou para perto da sobrinha ousando tocar-lhe no rosto.

    ───── Oh doce Anamara, doce e burra. Não há nada aqui que lhe pertença, a casa e os móveis são de minha propriedade e por isso a sua presença e daquela bastarda não são bem vindas aqui. Peguem suas coisas e sumam.

     Tia Ruth sempre se mostrava ambiciosa em relação a tudo que Cassandra conquistava desde pequena. As duas costumavam brigar, ou melhor, uma delas. Ana ao fundo sabia que em breve seria contemplada com a visita dela, só não esperava tão cedo assim. Após tirar a mão da tia de seu rosto, a deferiu um tapa no rosto tão forte que as marcas dos dedos em breve apareceriam.

    ───── Saia da minha casa, AGORA! Saia antes que chame a polícia. Como ousa? Como ousa? Como ousa vir até aqui quando eu e minha filha estamos nesse estado? E outra, chame Victória de bastarda novamente e juro não responder por mim. — Ameaçou dando um passo na direção dela. Ruth recorreu na mesma medida.

    ───── Que estado? Você odiava a sua mãe por ela nunca te dar o que queria. Tratava minha irmã de um jeito tão... Tão... Que seja! Sua mãe antes de morrer passou o nome da casa e de tudo que há aqui dentro, para meu nome. Não é João? — Ela olhou para o marido usando a expressão de quem exigia uma concordância. Anamara não percebeu aquela troca de olhares. ───── Agora, você pegue sua coisas, as daquela bastarda e saiam da minha casa!

     Mas antes de Anamara responder algo, João abriu os lábios para dizer algo sobre uma casinha deles. Alegou que dava para morarem por enquanto e que era desnecessário expulsar Anamara grávida e com uma criança de oito anos. Esse puxadinho deles está sendo construído em um enorme terreno, a planta da casa já foi feita e a obra também havia começado. Pela planta da casa que um dia viu em uma das poucas visitas feitas a eles conseguiu ver o projeto e ainda se lembrava dos cômodos sendo três quartos, um banheiro em cada e um para visitas, uma grande cozinha, sala de estar, sala.

     Todavia aquilo não importava a Ana. Em seus pensamentos apenas inúmeras perguntas sobre como deixaria a casa de sua mãe, para onde iria naquelas condições físicas, ou mesmo como trabalharia para sustentar três boquinhas. Levando a mão esquerda até a barriga retomou em mente seu plano desde o início, aquele de aplicar o golpe da barriga em Pietro Lancaster, não queria mais! Por Victória prometeu não ir adiante. Afinal, qual seria seu legado para a menor? O exemplo seria aquele? Que quando as coisas não fossem bem era só aplicar um golpe da barriga? Engravidar de algum rico e pronto? A jovem sentia tudo ao seu redor começar a rodar, e ao fundo ainda escutava a voz de seus tios.

Golpe Da Barriga - FinalizadoOnde histórias criam vida. Descubra agora