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As batidas consecutivas na porta me acordam. levanto-me e abro. O homem tatuado está a minha frente, ele me olha meio confuso.

- O que você quer? - perguntei com raiva e ele arregala os olhos surpreso.

- Quem você pensa que é? - ele agarra meu cotovelo e me puxa para fora do quarto.

- Me solta! - puxo meu braço para traz - Sei andar sozinha!

- Cala a boca, sua trepeça! - me segura novamente pelo braço, me puxando pelo corredor indo até a sala.

Na sala vejo todos os marmanjos. Há um homem a mais, de aparentemente uns 50 anos, cabelos grisalhos, bem arrumado, usa um terno preto. Todos calam e me olham, baixo a cabeça.

- Por quê a minha camisa? - O tatuado pergunta para o homem de cabelo comprido, que logo responde:

- A coitada estava morrendo de frio, e eu não estava confortável vendo uma mulher o tempo todo nua.

- Esta é a moça? - diz o homem de terno.

- Sim. linda, né? - O homem de cabelo comprido falou se levantando - Linda, inteligente, obediente, nova, e o melhor, não tem familiares.

- Ótimo! Bela moça - o homem de terno fala olhando intensamente para meu corpo.

Estou constrangida, ainda bem que a blusa que estou vestida está como um vestido para mim, pois estou envergonhada. Estou com medo. Estou me sentindo um produto sendo negociado. O que eles pretendem fazer comigo? Será que vão me matar?

- Amanhã no final da tarde, buscarei a moça - o homem de terno fala - E trate-se de por uma roupa decente nela, não tenho tempo de comprar, irei direto para o campo de voo pegar meu jato particular, e logo vamos estar na Turquia.

Como assim "buscarei a moça" ?
Logo estaremos na Turquia?
Socorro! Preciso fugir daqui!

- Trato feito! - Apertam as mãos e andam até a porta.

Os outros caras acompanham eles, saem e vão em direção a um luxuoso carro.

- Se deu bem! - O tatuado falou comigo.

- O que significa isso?

- Você já está quase vendida - Ele falou me levando de volta ao quarto.

- Por favor, me deixa ir embora? - perguntei fazendo cara de choro.

Ele rio.

- Mesmo que eu quisesse, meu chefe não iria permitir. Ele me mataria.

Preciso dar um jeito de escapar daqui, não quero ir para a Turquia. Nem deveria estar aqui. A Laura já deve estar preocupada, já deve ter me ligado mil vezes. Provavelmente já avisou a meus pais.
  Já dentro do quarto, só o tatuado e eu, me viro para ele.

- E se fugirmos juntos? - Perguntei olhando em seus olhos.

- Você está louca? Acha que vai me seduzir? - Ele me empurra e sai do quarto - Vou buscar comida para você. Fique quieta.

Ele trancou a porta, me deixando presa no quarto. Que droga!

Deveria ter um banheiro nesse quarto. Sento na cama, estou revoltada, tenho vontade de matar esses caras. Se visse o Jorge em minha frente...

Nunca senti tanto ódio, estou completamente irada. Preciso escapar daqui, urgente. Mesmo que eu tenha que matar alguém, estou disposta a tudo para fugir deste lugar. Vou me vingar desses caras, vou me vingar do Jorge, vou atrás dele, vou o encontrar nem que seja no fim do mundo.

A maçaneta da porta abre.

- Coma! E trate-se de se comportar quando o Sr. Dérick vir buscar você - Ele falou me dando um prato com macarrão.

- Por quê vocês estão fazendo isso comigo? - indaguei lhe olhando fixamente.

Ele soltou uma risada irônica

- Não se preocupe, O Sr. Dérick vai lhe tratar bem. Ele é um homem muito rico, tem muitas mansões na África do Sul e na Turquia. Vai lhe dar uma vida de rainha.

Se ele acha que vou deixar aquele velho encostar em mim, está completamente enganado. E eu vou fugir antes mesmo desse Sr. Dérick chegar.

Olhei para o tatuado, levantei a mão direita e apontei-o com o dedo indicador. Apertei os dentes e comecei a gritar:

- Vocês não podem fazer isso comigo! Eu tenho um futuro, preciso viver minha, seus bandidos vagabundos! - Parei e olhei em seu rosto, ele está com uma cara de despreocupado.

Respirei fundo e continuei minha gritaria:

- Você sabe que sequestrar pessoas é crime? Lógico que você sabe, e daqui a pouco vai aparecer aqui a polícia me procurando, e eu vou ser salva e vocês vão parar atrás das grades...

Ele revirou os ohos e saiu sem dizer nada, trancou a porta.

Fico parada no meio do quarto, ofegante, estou indignada. Como ele pode ser tão frio.

Ai como sou burra! Por que um bandido cairia na conversa esfarrapada de uma garota?

Olho para o prato de macarrão em cima da cama. Tem moscas sobrevoando. Não vou comer isso nunca, que nojo. Pego o prato e coloco no chão. Meu estômago ronca bruscamente. Olho para o nojento macarrão e penso em pega-lo de volta, apesar do nojo eu estou muito faminta. Com fome não conseguirei fugir quando estiver chance.

Pego o prato e olho para o macarrão, respirei fundo e coloquei na boca... Mastiguei devagar, pois estava quase vomitando. Até que não está ruim, a fome fala mais alto. Não tem gosto de nada, apenas água e sal.





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Até o próximo capítulo!!!




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