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    Estou a beira da janela, olhando para o maravilhoso jardim da mansão. Um vento gostoso bate em meu rosto, os pássaros voam e cantam próximo a mim. Fecho os olhos suspirando, há pouco menos de 20 minutos que o Sr. Dérick saiu do quarto, não sei para onde ele foi, bem, nem quero saber. Abro os olhos e suspiro novamente, inalando o ar fresco que continha no ambiente. Ouço batidas na porta e me viro, olho para a maçaneta e respiro fundo

- Entre... - falo bruscamente amedrontada, a porta se abre devagar. Lembranças sombrias do homem de cabelo comprido vêm a tona

- Trouxe um lanche, senhora... - uma mulher de avental cinza-claro surge com uma bandeja prateada

Suspiro aliviada, eu estou mesmo traumatizada. Observo a empregada segurando aquela bandeja repleta de alimentos e me sinto um pouco mais confortável

- Quer que eu volte outra hora, senhora? - ela pergunta de cabeça baixa

- Não... Coloque em cima da cama, por favor - falo finalmente

  Ela obedece, coloca a bandeja em cima da cama e se retira do quarto, fechando a porta atraz de si. Volto a olhar pela janela, paro por alguns segundos e ando até a cama, sento na borda e olho para a bandeja prateada. Uma mini jarra de suco amarelo, uma pequena torta de maçã, alguns biscoitos salgados e uma pequena vasilha com algo que não sei o que é. Como um pouco de cada, bebo o suco e o gosto é comum. Pego a bandeja e saio do quarto com a mesma na mão, em destino a cozinha. Ando observando a mansão, impossível não ficar deslumbrada com tamanha beleza e elegância numa casa com decorações tão simples e ao mesmo tempo sofisticada, misturada na antiguidade porém moderna, incrível!
  Chego a cozinha e duas mulheres com aventais me colham surpresas, elas se encaram por alguns segundos e então uma das duas corre até mim e pega a bandeja da minha mão.

- Me dá isso aqui. Por que não deixou que eu fosse buscar? - Ela pergunta assustada e com a bandeja nas mãos - Se o patrão ver isso, eu perco meu emprego.

- Mas... Por que? - Pergunto confusa, não tinha entendido

  As mulheres me encaram por alguns segundos, com olhos esbugalhados de tensão, deixando o silêncio me encomodar

- Tenho que voltar ao serviço! - Ela se vira e coloca a bandeja numa pia, logo as duas voltam a limpar a cozinha, sem olhar para mim, como se eu não estivesse ali.

- Onde o Sr. Dérick está? - Pergunto calma, quase sussurrando

- Não sei, senhora - Uma delas diz alto, séria e de cabeça baixa

- Ok... Obrigada - Digo e me viro

Mas que tonta eu sou, lógico que elas não vão dizer nada. Começo a andar, quero investigar este lugar, andar por toda a mansão e saber onde estou, quero também descobrir mais sobre o Sr. Dérick. Caminho lentamente pelo ambiente, querendo encontrar algum cômodo que chame minha atenção. Na verdade, tudo chama minha atenção. Porém sinto receio de encostar nos móveis ou abrir uma porta dessas e encontrar algo indesejado.

  Que entediante!

  Me aproximo de uma janela  que encontro num corredor que dá para a varanda do lado esquerdo, reencosto meus ombros na lateral e então observo o nada, um nada além de algumas plantas floridas de todas as cores, onde um homem de roupa suja trabalha cortando alguns galhos. Franzo o cenho, olho para o lado analisando o caminho e começo a andar em direção a varanda, talvez em busca de uma saída para aquele jardim onde o tal empregado estava destruindo as plantinhas. Por fim, na varanda, desço uma escada de 4 degraus e logo estou pisando na grama verde e úmida. Avisto o rapaz da roupa acabada e começo a caminhar em direção a ele, saltando as plantas menores e desviando de roseiras espinhosas.

O Lago VerdeOnde histórias criam vida. Descubra agora