Ao acordar, percebo uma fome insuportável. Levanto da cama, vejo meu corpo somente de lingerie, olho ao redor e vou em direção ao armário, abro algumas portas e só vejo roupas femininas. Sinto um nojo de tocar naquelas roupas que deveriam ser da esposa de Sr. Dérick, pego um vestido na ponta dos dedos e coloco em mim, apenas para não ficar nua. Vou em direção a porta e a destranco, abro e passo para fora a deixando aberta. Vou andando em direção a escadaria, desço e sigo para a cozinha observando se não havia alguém. Olho por todos os lados da enorme cozinha, mas não avisto ninguém, vou até uma geladeira e abro. Fico surpresa com tantas coisas compondo a geladeira, bolos, sorvetes, frutas, sucos, bebidas, iogurtes, saladas, potes de doces... uma variação de gostosuras ocupando a grande geladeira. Penso em pegar algo, mas e se estiver envenenado?
Fecho a geladeira, suspiro e sinto o meu estômago roncar. Abro a geladeira e pego a bandeja com um bolo redondo, uma jarra de suco, e dois iogurtes. Fecho a geladeira e corro para o quarto com as comidas...
Não vai fazer falta...
Só um pouquinho não faz mal...Entro no quarto e tranco a porta, coloco os alimentos em cima da cama e começo a devorar tudo, estava com muita fome, estava a muito tempo sem comer, estou até mais magra que o normal, mas isso vai mudar, vou fugir daqui...
Ao terminar de comer tudo, limpo as migalhas e procuro um lugar para esconder a bandeja e a jarra que estava o suco. Enfio tudo debaixo do guarda-roupas. Saio do quarto e desço as escadas afim de envestigar o lugar. Saio por uma porta logo depois de uma salá grande. Me deparo com uma varanda, com bancos de madeira, redes penduradas em coqueiros logo a frente, tudo era lindo, de frente para uma praia bem parada, não havia ninguém ali. Ando um pouco para a frente mas não encontro ninguém, corro pela areia branca, olho ao redor mas só há areia branca de um lado e água azul do outro. Apenas aquele casarão de dois andares onde eu estava, era a única coisa neste lugar.
Volto a andar arrodeando a casa, era cheia de varandas, com bancos e jarros de plantas. Pisava na areia macia e limpa, chegando ao fundo da casa, com uma piscina pequena e algumas espreguiçadeiras na beirada, logo próximo uma churrasqueira e um mini kiosk feito de tijolos.
Ando na beirada da piscina, de braços cruzados, observando tudo ao meu redor, tudo tão lindo e aconchegante, tão quieto e confortável, mas isso não é o que quero. Eu quero minha casa, minha família, meus amigos, minha faculdade...
Avisto um carro vindo ao longe, penso em me esconder, mas fico parada de braços cruzados olhando fixamente o carro se aproximando. Não ligo se estou apenas de camisola, não ligo se estou sem calcinha, apenas esse pedaço de renda cobrindo um pouco do meu corpo, mas isso é o de menos...
De braços cruzados e com a expressão brava, olho para os vidros escuros do carro que para logo a minha frente, a porta se abre e sai o Sr. Dérick de dentro do mesmo, ele olha para mim e fecha a porta, fica parado olhando em minha direção sem dizer nada. Descruso os meus braços e vou andando lentamente em sua direção...
- Achei que não iria sair do quarto - Ele fala sorrindo
Continuo andando firmemente enquanto o vento bagunça meus cabelos
- Você está linda com as roupas que com.. - Ele para de falar quando paro em sua frente e lhe dou uma bofetada
- Por que fez Isso? - Ele fala sério enquanto põe a mão no próprio rosto - Está louca?
Sem dizer nada apenas o encaro raivosa de punhos cerrados
- Olha, não ouse a fazer isso novamente, entendeu? - Ele fala seriamente - Você é minha, e me deve respeito!
Sua? Nunca!
Grito e ergo minha mão para dar-lhe outra bofetada, mas ele me surpreende segurando em meu pulso evitando que lhe acerte.
- Já disse que me deve respeito, somos casados... - Ele fala bruscamente
Fico inconformada com aquelas palavras
- Casados? Seu velho babão, nunca me casaria com você! - Grito
- Isso não importa, e pare de gritos - Ele fala em um tom alto - Eu tentei ser gentil com você, Mas você não retribui...
Ele passa por mim e vai para a entrada da casa, entra e deixa a porta aberta. Olho ao redor e grito, estou com muito ódio, isso me corrói, uma raiva toma conta de mim. Eu devia ter o matado, eu não devia estar aqui. Para que eu fui sair com aquele desgraçado? Ai, Jorge, se eu te encontro em minha frente!
- Vou te matar! - Grito ao lembrar do rosto de Jorge
Começo a esmurrar o carro, minha mão dói e paro de esmurrar
- Que ódio! Que ódio!
Solto vários gritos puxando meus próprios cabelos. Chuto a porta da casa e entro, não vejo o Sr. Dérick, corro pela sala e subo as escadas, entro no quarto e tranco a porta. Olho ao redor do quarto, corro até uma cômoda e derrubo tudo que tem em cima. Bagunço a cama, jogo os lençóis no chão, abro o armário e jogo os vidros de perfumes na parede. As roupas, vestidos, blusas, saias, jogo tudo no chão e piso em cima. Grito. Pego alguns livros em uma prateleira de vidro e os lanço na janela. Puxo meus próprios cabelos e grito me jogando no chão e ficando ali mesmo, deitada olhando para a parede
- Que ódio! Eu te odeio!
Grito, choro escandalosamente, foi alguns socos no chão. Feito minha cabeça, fico olhando para o lado, parada, apenas sentindo as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, soluços começam a se manifestar, mas fico imóvel, sentindo uma dor no coração, um aperto, um ódio, rancor, raiva, angústia...
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O Lago Verde
Mystery / ThrillerUma garota; Um lago; Uma troca; Uma vingança; Muitas mortes... "Uma história envolvente, com mistérios, suspenses, romances e... Mortes. Essa é a história de Carly, uma jovem que está enfrentando momentos de sufoco, angústias e tristezas, mas, que...