Lua cheia

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-Então temos um novo amigo para brincar?. - a frase faz um tremor me subir á espinha.

Escuto o que Scott diz ao telefone e tento me recompor, levanto da cadeira ainda pensando no que aconteceu. A faca ensanguentada em minhas mãos, acordar no meio de uma floresta, o noticiário relatando a morte das pessoas com a frieza que se lê uma lista de compras. Meu corpo começa a ficar leve e a cozinha começa a girar ao meu redor. Ja sabendo do que se tratava me apoio com as mãos á mesa, fecho os olhos puxando e expelindo o ar de meus pulmões com força. Não posso desmaiar aqui de novo.

-Hey Dylan, temos problemas, tem um novo assassino na cidade. - Scott diz, determinado a proteger a cidade

-É, eu vi no noticiário. - Me esforço para não parecer que estou a ponto de ter um A.V.C.

Tomo um copo de água me acalmando, com certeza eu estava na cena do crime ontem. Eles precisam saber....droga, porque é tão difícil fazer essas coisas?.

-Irmãozinho, você ainda não deve ter aprendido tudo, mas eu consigo escutar seus batimentos, estão totalmente disparados. Está tudo bem?.

-Não, quer dizer, sim, eu só quero ficar um tempo pensando.

Subo as escadas correndo, pego o telefone digitando desesperadamente o número de meu pai. O que eu fiz ?. Não conseguia parar de repetir a mesma pergunta, mas em resposta minha memória parecia limpa como uma folha em branco.

A ligação cai em caixa postal. Maravilha pai, está perfeito aqui sem a sua ajuda. Miro a parede e preparo para jogar o celular contra ela, paro por um segundo. Eu não fiz nada, só preciso manter a calma e entender o que está acontecendo. Vou lembrar de ontem, nem que eu tenha que voltar a aquele lugar horrível e que me põe medo.

Coloco minha jaqueta e saio sem me despedir do Scott, subo na bicicleta seguindo caminho em direção á floresta. Adentro em meio às árvores, com dificuldade para pedalar devido á terra que havia ficado úmida e lamacenta com a chuva de ontem, decido seguir o resto do caminho a pé.

Empurrando a bicicleta até o centro da floresta onde acordei, começo a procurar por qualquer coisa que me faça lembrar do que aconteceu. Agacho cavando a terra fria, sem nada para encontrar, desisto quando o cansaço toma conta de meu corpo.O que eu estava fazendo aqui ontem?.

Olho para o lado vendo uma rosa branca que crescia sozinha em meio aquela terra, admirado toco em uma de suas pétalas, me afasto assustado quando a flor reage a meu toque  se fechando completamente e sendo tomada por um tom seco, morrendo. O que está acontecendo comigo?.

Levanto saindo da floresta o mais rápido que posso. Subo na bicicleta passeando pelas ruas em pedaladas lentas, esforçando-me ao máximo para ignorar tudo de estranho que vem acontecendo desde que cruzei a entrada dessa cidade estranha.

-Dylan!.

Escuto me chamarem, quebrando a imersão em que eu estava em meus pensamentos, freio a bicicleta procurando quem havia falado comigo.

-Oi! - Respondo entrando na lanchonete vendo todo o pessoal da alcatéia junto.

Sento na ponta da mesa pedindo um café . A garçonete anota meu pedido de má vontade e volta com uma xícara de um café minguado e sem cor. Dou um gole que é seguido por uma careta.

-Horrível. - Rio empurrando o café de perto.

-O café daqui é ruim mesmo, devia ter experimentar o milkshake, é bem melhor.

Escuto Stiles e sorrio em resposta. Com certeza um copo daquela gororoba não iria me cair bem. Pego meu celular e vejo o canto inferior da tela mostrando  lua cheia que iria acontecer.

Emissário do caos - Teen WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora