Acordo assustado quando cutucões incessantes na minha bochecha se tornam meu despertador. Scott estava perfeitamente curado e animado para a sexta-feira, eu só queria dormir mais cinco minutos, nem que fosse em uma cama de pregos. O café da manhã ja estava pronto, mas minha mãe não estava na cozinha, procuro ela pela casa sem encontrar nenhum vestígio dela.
-Mãe? - A chamo enquanto me agacho para amarrar meus tênis.
-Ela viajou, a mãe ganhou um curso em Caldwell de aperfeiçoamento, quando ela voltar vai ser a enfermeira mais importante do hospital. -Scott estala os dedos começando a girar a panqueca.
Maravilha, além do meu pai sem tempo para passar cinco minutos comigo no telefone, minha mãe decide entrar na brincadeira também. Entro no laboratório, atrasado para a aula de química, o professor me olha em gesto de reprovação mas parecia cansado demais até para me repreender. Ninguém da alcatéia estudava na mesma classe que eu, o que tornava complicado falar com alguém. Era difícil fazer amigos quando todos te olham como o milagre divino, era improvável eu estar andando e correndo daquele jeito em tão pouco tempo. Improvável talvez para quem nunca viu seus amigos se transformarem em feras raivosas, todas as noites de lua cheia.
Todos as duplas ja estavam formadas, menos um garoto que se vestia como um motoqueiro. É o que temos para hoje Dylan, uma dose de valentão, tomara que ele não me acerte o rosto com muita força. Sento ao seu lado, me encolhendo no banco, eu era novo demais para morrer, tiro meus cadernos da mochila os colocando em cima da bancada. Começo a fazer minhas anotações enquanto ele não parava de olhar em meu caderno para copia-las.
-Sou Nate. - Ele cumprimenta com um pequeno aceno com a cabeça.
Levanto o olhar, curioso por ele estar falando comigo ao em vez de me fazer de saco de pancadas.
-Sou Dylan. - Falo com toda a prevenção que se pode reunir.
Tento acabar a conversa nesse ponto, mas a expressão de seu rosto ganha um tom de simpatia. Ele tira algumas partituras de sua mochila. Como assim? Eu achei que pessoas assim só tinham canivetes guardados na mochila.
-Você era o antigo vocalista da banda da escola não é? Poderia me ajudar com isso? a banda daqui exige demais de quem canta. - As partituras são jogadas em cima da mesa.
Meu corpo é tomado por um ódio incessante. Agora era eu quem ia socá-lo, e com a força de um lutador de U.F.C. Os garotos da mesa ao lado pareciam se divertir com minha expressão, seus rostos pediam para que eu iniciasse uma confusão com o rapaz que aparentemente havia tomado meu lugar.
Me acalmo com dificuldade ao perceber que a platéia que nos olhava, era nada mais nada menos que os outros membros da banda, e eu não ia dar o gosto da diversão a esses babacas. Uma das coisas que meu irmão tinha me ensinado era não usar violência como primeira alternativa, então tenho a atitude mais expontânea possível.
-Claro que posso, pode me procurar sempre que precisar de ajuda. - Coloco as partituras em ordem.
Nem eu estava acreditando no que tinha acabado de falar, para poder fechar com chave de ouro, abro um sorriso animado, enquanto o ajudo a interpretar cada uma daquelas partituras. O restante da banda nos olhava como se tivessem acabado de serem atropelados por uma caminhonete, o que só servia para aumentar o minha animação.
O sinal toca, me libertando daquele inferno pessoal. Nate me acompanhava até a cantina, como se eu o puxasse por uma coleira, na verdade o que eu queria mesmo era ficar sozinho. Após eu pegar nada mais do que uma maçã, sento em uma mesa distante, o pessoal do bando não parava de olhar pra cá, animados por eu ter feito um "amigo", o que era realmente muito constrangedor.
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Emissário do caos - Teen Wolf
FanficDe ponta cabeça, era o jeito que estava minha vida quando voltei á Beacon Hills. Antes eu era só um adolescente comum, com problemas comuns, mas após quase ser morto isso acabou mudando. Passei meses treinando para ser um druida e proteger as pessoa...