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Olho ao redor. Casas perto de bares. Os carros passam, as motos passam, as pessoas passam indo em qualquer direção.

Caminho sem rumo, não sabendo exatamente onde quero chegar. Depois do rápido desespero, começo a ver o que está ao meu redor.

Bar Tô No Trabalho -Leio a placa. Sorrio largamente. Não deve ser tão ruim!

Assim que coloco meus pés no estabelecimento, várias cabeças se voltam para mim. Sinto o celular no bolso de trás do jeans. E, se lembro bem, há algumas notas de reais.

Escolhi uma mesa e logo um garçom vem e entrega a mim um cardápio.

-Obrigada. -Digo.

Ele sorri e me volto para o cardápio.

-Perdão, senhorita. -O garçom diz. -Você está bem?

-Sim. -Digo confusa.

-Perdão. É que parece que estava chorando. -Ele diz e respira fundo. -Você já escolheu?

-Ahn... -Volto a olhar o cardápio, um pouco envergonhada. -Água com gás e limão.

A última coisa que quero é ficar bêbada. Apenas preciso fingir estar esquecendo. Estou me cansando e isso está me dando dor de cabeça.

O rapaz anota e se vai. Não demora e deixa o copo com água gaseificada na minha mesa.

Fico só em uma mesa de bar. Mas que raios! O fundo do poço, querida. E nem é bebida de verdade!

A música ao fundo me acalma e tento focar no cardápio.

Caso a esposa ligue, para...
Dizer que está no trabalho: R$ 10,00
Dizer que está no hospital: R$ 15,00
Dizer que está no banheiro: R$ 5,00
Dizer que está na igreja: R$ 7,00

Sorrio.

Mas que bar maluco! Meus olhos correm ao redor do local e vejo alguém me encarando.

Um contato visual com duração de quinze segundos. O-ops! Nada bom!

Ele não era feio. Longe disso. Era lindo. Os cabelos eram escuros, mas bem mais aparados que os de Henrique. E pela luz, com certeza seus olhos são negros e não azuis como os de Henrique. Aquele físico de quem vive na academia, nem me impressiona tanto, mas é lindo, não como o de Henrique que é devido ao trabalho da fazenda, mas... Ai! Não! Só comparei esse carinha com aquele ogro nojento. Eu preciso esquecer ele! É isso que estou fazendo aqui!

Desvio o olhar para outro canto e quando noto ele já está puxando a cadeira do meu lado e deixando sua bebida na mesa.

-Desculpa, mas como uma mulher tão linda pode estar desacompanhada em um bar a essa hora da noite? -Ele diz, antes de se sentar. -Eu posso?

Ele ainda esperava minha autorização para colar a bunda na cadeira.

-Ah. -Desperto. -Claro. Pode!

Ele mostra seu sorriso largo e branco. O sorriso seduzente e, ui!, quente!

Com certeza esse cara malha! Malha muito! Seus músculos tem cara de que é resultado de muito suplemento e esforços em máquinas muito pesadas. A camisa parece apertada nele. Reprimo a vontade de dizer isso.

-Desculpa, qual o seu nome? -Ele pergunta de um jeito charmoso.

-Helena. -Digo. -E o seu?

-Caleb. -Ele responde.

Caleb não chega aos pés de Henrique, mas ainda é um nome bonito. Droga! Nada de Henrique!

-O que faz aqui? -Ele pergunta. -Não está tarde? E você está... Bebendo água com uma rodela de limão?

IndomavelmenteOnde histórias criam vida. Descubra agora